A proposta sobre a educação que aqui é anunciada merece uma amplo debate, dentro e fora do PS, para que ela seja, efectivamente, representativa do projecto socialista da educação, e dos professores maderirenses, como uma das classes profissionais mais importantes senão decisiva na construção do progresso e do desenvolmento da Região Autónoma da Madeira.
É necessário discutir o que foi feito na Região, como foi feito, de onde partimos aquando da revolução do 25 de Abril, os atrasos atávicos de gerações, de que já Eça de Queirós se dava conta n'"As Farpas", em pleno Século XIX. Isso é importante para se perceber as razões estruturais que estão na origem dos resultados obtidos, sem o que estaremos a enganar-nos e a cometer injustiças, nomeadamente a necessidade de reconhecer o trabalho ciclópico que foi realizado pelos professores e para os erros que foram cometidos na anterior legislatura de maioria absoluta do PS, erros para os quais chamei a tenção já em 2007, ainda antes das antecipadas de 2007. Muitos daqueles que então me impediram de falar e expor as razões dos professores reconhecem hoje que tinha razão. Ainda bem.
Vamos, pois, ao debate e nos envolvermos, a começar pelos professores que o PS tem nos seus quadros e que podem e devem e vão participar e já participaram com os seus contributos, as suas propostas, as suas ideias, as suas experiências.
Depois, desenvolver um amplo debate regional. Não nos podemos apresentar, nós socialistas, e nós professores, com uma ideia fechada, por um lado. Por outro, não podemos apenas nos limitarmos a apresentar mais uma proposta no parlamento, correndo o risco de ser chumbada, sem que antes tenha sido criado um amplo fórum de debate que envolva toda a sociedade, professores, alunos, nomeadamente do secundário, pais e encarregados de educação, escolas, sindicatos e todas as associações sindicais e profissionais não só do ensino mas de outros sectores dos quais depende um futuro melhor para a Região Autónoma da Madeira.
Proporia, para já, que se enviasse o documento para as diferentes entidades envolvidas, considerando-o uma primeira versão e não uma versão fechada e acabada. Saibamos receber os contributos de todos. Não nos consideremos os detentores da verdade, da solução e da razão. Reconheçamos de onde partimos e onde estamos e será o melhor caminho para chegar onde nos propomos.
Quando a versão final chegar ao parlamento, ela não será apenas a proposta do Grupo Parlamento do PS, mas de todo o partido, das Escolas, do Ensino, da Sociedade. E aí, será muito difícil impedir que ela passe. Em todo o caso, haverá sempre modos de a ratificar pelo processo eleitoral de 2011, através da decisão soberana dos cidadãos.
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