quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Política da terra queimada



A expressão "política de terra queimada" usada aqui, aqui e também aqui, foi usada por Mário Soares para qualificar a política de Salazar nas colónias. Quando fomos obrigados a abandonar a fortaleza de São João Baptista do Ajudá, foram dadas ordens, cumpridas, de queimar todas as intalações do forte. Mais tarde, já em plena Democracia, a Fundação Gulbenkian recuperou o Forte, que tem hoje funções culturais.

O Daomé tornou-se uma colônia francesa a partir de 1892, obtendo independência em 1 de agosto de 1960, quando se transformou em República do Benim. No ano seguinte, tropas do Benim invadiram Ouidah, então uma dependência da colónia portuguesa de São Tomé e Príncipe, intimando os ocupantes portugueses do forte a abandoná-lo até 31 de Julho do mesmo ano. Sem condições para oferecer resistência, o governo de Oliveira Salazar ordenou ao último residente da praça que a incendiasse antes de a abandonar, o que foi cumprido na data-limite.

Em 1965 foi promovido o encerramento simbólico do forte pelas autoridades do Daomé, vindo as suas dependências a sediar o Museu de História de Ouidah, sob administração da República do Benim (1967).

A anexação foi reconhecida por Portugal em 1985, tendo os trabalhos de recuperação e restauro sido desenvolvidos em 1987, com orientação e recursos da Fundação Calouste Gulbenkian
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