quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

CINM e mais Autonomia fiscal.

A resolução da questão do CINM deve também ser equacionada num regime de mais competências fiscais no âmbito da Autonomia e mais competitividade fiscal no âmbito da concorrência europeia e internacional - em geral.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Pangermanismo à escala europeia

O pangermanismo, em versão paneuropeia, está de volta e os novos senhores já têm novos súbditos e servidores. As críticas de Merkel, do presidente do parlamento europeu, a condescendência superior do ministro alemão das finanças perante o seu homólogo luso, em gesto de vassalo, não relevam de uma União onde todos podem criticar todos, livremente, como alguns querem fazer crer. Elas são uma intromissão do ponto de vista da diplomacia clássica não apenas porque a Europa é a Europa das nações mas também porque o federalismo marca passo e marca passo porque os novos senhores da Europa, subentenda-se os alemães, já rasgaram todos os tratados e liquidaram o poder todo de todas as instituições da União. Sejamos clarividentes: não há exemplo histórico de nenhum império, de nenhum povo, de nenhum exército que se tenha abstido de ocupar o espaço livre, de conquistar as cidades que lhe franquearam as portas, de submeter os povos que se lhes submetem. E a Europa, a começar pelo colaboracionista Sarkozy, qual Petain deste século, já se submeteu aos teutões "de facto". A União "de jure" existe, politicamente está moribunda. A sobranceria de Merkel não deriva da liberdade dos políticos de uma União federal a funcionar em pleno mas da assunção de que o poder unionista não reside em Bruxelas mas em Berlim. Dizer isto nos tempos que correm não será um gesto tão temerário como o daquele operário de um estaleiro alemão, August Landmesser, que não fez a saudação nazi quando a multidão ululante o fazia no longínquo ano de 1936 mas é extremamente difícil remar contra a maré de uma opinião pública nacional tão autopunitiva, que quer assumir como nossa culpa coletiva o que foram e são os erros destas políticas cuja génese vem dos anos 80, quando o sistema fiscal que sustentava o Estado Social de Direito começou, implacavelmente, a ser derrubado pelo camartelo dos neoliberais com a ajuda dos social-democratas, trabalhistas e socialistas reformistas, ou utópicos como queriam e criam - com razão? - os socialistas marxistas. Um artigo hoje na imprensa regional confirma que também aqueles que têm responsabilidades institucionais e políticas na Região também já se demitiram de lutar pela autonomia, pela soberania, pela igualdade dos estados dentro da União. Esse articulista, nota específica sem importância para o povo em geral, ainda por cima, repete uma velha pecha do descalabro dos idos de 2007 que provocou a tal hecatombe que parecia sem exemplo mas que foi, contra todos as expetativas, exemplarmente repetida, para pior, no ano que vem de findar! Não custa seguir a opinião geral, o que vale é ter uma convicção e saber sustentá-la. Mas isso é saber construir novos futuros contra o futuro único que nos querem impor.