segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

PS APRESENTA MOÇÃO DE CENSURA CONTRA O... CDS - O EFEITO POLÍTICO DE UMA MOÇÃO DE CENSURA NÃO APROVADA NO PARLAMENTO

Vitor Freitas corrige, e bem, o tiro, desta vez clarificando as competências constitucionais do Presidente da República ("este governo deve ser demitido" através da dissolução da Assembleia regional, conforme tinha já pedido sábado ao Presidente da República. "). Contudo, esta moção aparece mais como uma moção de censura contra o CDS, pelo argumentário usado - ("Freitas considera que [a moção de censura do CDS] "corresponde à narrativa habitual daquele partido" numa estratégia que "beneficia o infractor") - do que ao PSD. E a questão que se coloca aos proponentes, nomeadamente ao PS, que aposta na eventual indisciplina de voto de deputados do PSD ("esperando recolher apoio de outras bancadas, até da maioria"), é a seguinte: ao enveredarem pelo moção de censura e ao apostarem na queda do governo através desse mecanismo, sabem quais são as consequências políticas de não verem ratificadas essas moções? Bem, quem se submete, voluntariamente, a um veredicto assume as consequências do seu resultado. Ou seja, uma moção de censura derrotada no parlamento corresponde sempre a uma vitória de qualquer governo. A menos que, no fim, venham dizer: não vale, era só a brincar! Vamos repetir! Mais ainda: se aceitam jogar o mecanismo parlamentar e se submeter ao seu resultado, abdicam de uma solução constitucional extra-parlamento: ou seja, não podem, depois, dizer ao PR: olhe, a gente pensou no parlamento, aquilo não passou, Vexa que intervenha! Ou seja, esta moção de censura retira margem de manobra ao PR e impede-o de agir. Resumindo e concluindo: uma moção de censura que avança contra o CDS mas pode dar jeito ao PSD. A menos que passe. E então "apaga tudo", como dizia o meu professor de latim da faculdade, Doutor Manuel Losa! http://www.dnoticias.pt/impressa/diario/371845/politica/371924-mocao-de-censura-do-ps-entra-ja-esta-semana