domingo, 31 de janeiro de 2010

Fotos do Congresso

O bastaqsim publicará brevemente fotos de intervenções no Congresso do PS, incluindo dos dois candidatos a presidente.

Direitos e deveres, André Escórcio

Não aceito que a Região dependa das migalhas do Orçamento de Estado. Há direitos que não podem ser esquecidos, mas também há deveres para cumprir.

Não se questiona o porquê, a história do processo, a deriva governativa, o esbanjamento em obras, apoios e avales não prioritários, as razões do crescimento da pobreza, as causas mais remotas do desemprego, as bases da política económica e financeira regional, a história da incontrolável dívida pública, enfim, poucos parecem preocupados no enquadramento das causas para, depois, determinar um rumo susceptível de um compromisso com o futuro. Das leituras fico com a impressão que, em defesa da expressão eleitoral, as causas tornaram-se irrelevantes o que conduz a um alinhamento pelo discurso fácil de mais dinheiro para a Região. Não entro na romaria de coitadinha da Região, do garrote que estão a impor, do roubo que estão a fazer, não alinho no discurso que ignora os incorrectos procedimentos estratégicos, os projectos insensatos, as apostas megalómanas e os compromissos geradores de subsidiodependência. Simplesmente porque existem causas e incoerências múltiplas. Esqueço, até, as graves ofensas, a permanente conflitualidade, as excelentes propostas chumbadas na Assembleia Legislativa e até o que o Dr. Jardim disse ao Prof. Virgílio Pereira quando, em 1994, este reclamou o pagamento da grave dívida da Câmara do Funchal. Lembro-me de ter assumido, no areal, que "bom é aquele que governa bem e faz obras mesmo sem dinheiro". Ignoro por ser pouco relevante e, infelizmente, fazer parte do habitual discurso e estilo de fazer política. Determinante é perceber o que se fez, como e por que se fez, reflectir como foi desenhado o futuro da Região e se o colapso não teria sido evitado se outra fosse a visão do desenvolvimento. Aliás, é paradoxal, por um lado, o discurso da falta de planeamento, da insustentabilidade das opções e, depois, todos reivindicarem mais para a eternização dos erros cometidos. Não bate certa uma coisa com a outra. "Escândalo" é isto! Não reivindico a solidariedade nacional, mas a responsabilidade nacional, pois a Madeira deve dispor de meios para o seu desenvolvimento. Importante, todavia, é determinar o que se entende por desenvolvimento. Definido o conceito, a dignidade jurídico-constitucional da Região e tudo o que isso envolve na assunção de responsabilidades bilaterais, implica que a administração da coisa pública seja concretizada com rigor e diálogo institucional, no interesse do País, em geral, e da Região, em particular. Uma obra deve servir o desenvolvimento e não o partido que a desenvolveu. Não aceito, por isso, que a Região dependa das migalhas do Orçamento de Estado. Há direitos que não podem ser esquecidos, mas também há deveres para cumprir. A responsabilidade política que deriva da legitimidade democrática de administrar a Região não pode partir do pressuposto leviano que a história dos políticos não fala de dívidas mas de obras. Simplesmente porque vivemos tempos complexos, onde a interioridade reclama tantos direitos quanto os resultantes da insularidade. E na insularidade não é legítimo que se comparem situações incomparáveis.

Não dou para este peditório do governo regional. A estratégia da chantagem e da conflitualidade foi chão que deu uvas. Com este ou qualquer outro governo. A Lei, como todas em tempo próprio, deve ser reflectida e, eventualmente, reajustada, neste caso, com rigor e disciplina orçamental no quadro de um compromisso na educação, na saúde, no combate à pobreza, na criação de postos de trabalho e na consecução do direito de todos poderem viver numa sociedade mais justa e mais fraterna. Uma lei apenas para ajudar a ganhar eleições, definitivamente, NÃO!

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Dívida da RAM atinge 92% do PIB: olha a novidade


Diz o diário que dívida regional atinge 92% do PIB regional. Mas ao tempo que aqui se dizia isso! e aqui (Apontamentos Sem Nome)

ALR com reuniões períodicas trimestrais tal qual as Assembleias Municipais e deputados pagos com senhas de presença



Perante isto, não sei por que razão a Assembleia Legislativa não reúne periodicamente, como as Assembleias Municipais - ou como o Congresso do Povo, em Pequim, a comparação parece-me óbvia (...) -, com pagamento aos deputados regionais em senhas de presença. Para assegurar a fiscalização do executivo, existiriam a Comissão Permanente e as comissões especializadas. Este modelo acabaria, por outro lado, com a crise endémica, sistémica e sistemática do maior partido da Oposição.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Fim da obrigatoriedade do pagamento das quotas partidárias como condição para exercer o Direito ao voto em eleições internas aos partidos


Exposição enviada ao Senhor Provedor de Justiça

Da eventual constitucionalidade do impedimento do exercício do direito de voto nos actos eleitorais internos aos partidos àqueles militantes que não tenham as respectivas quotas em dia

Exmº. Senhor Provedor de Justiça

Respeitosos cumprimentos.
Passaria directamente a expor a Vossa Excelência o assunto que me leve a escrever-lhe enquanto cidadão da República Portuguesa.

1. A Constituição da República, no seu artigo 10º., “Sufrágio universal e partidos políticos”, consagra o direito ao sufrágio universal, como forma de o povo exercer o poder político, no número um do referido artigo, para, no número dois do mesmo artigo, estipular que “os partidos políticos concorrem para a organização e para a expressão da vontade popular”.

2. Não sendo a inscrição em partidos políticos de carácter obrigatório mas decorrente de um acto voluntário, não podem os partidos, como organizações imprescindíveis para a estruturação da vida parlamentar, “no respeito pelos princípios […] da democracia política” (citado do mesmo número dois do referido artigo 10º.) deixar de respeitar, na sua organização interna, os mesmos princípios constitucionais que enformam as instituições da República.
3. É sabido, além disso, que o financiamento dos partidos decorre, essencialmente, para além das receitas próprias, como prescreve a lei de financiamento dos partidos, sobretudo, do financiamento público, ou seja, todos os cidadãos, militantes ou não de partidos, suportam, através dos seus impostos, o financiamento do sistema partidário.
4. Diz ainda a Constituição da nossa República, no número um do Artigo 13.º, que “ Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei”. Ora acontece que, nos seus estatutos, os partidos políticos prevêem a suspensão dos direitos dos seus militantes por efeito do não pagamento das quotas de militantes, por determinado tempo, e, em consequência, directa ou indirecta, o impedimento de exercer o direito de voto em actos eleitorais internos.
5. Poderá aduzir-se que isso decorre de uma norma interna, que a inscrição de um partido é voluntário e que o não exercício do direito ao voto, nessas circunstâncias, é uma consequência lógica do não cumprimento de um dever livremente assumido.
6. Pode, todavia, acontecer, que um determinado cidadão, por questões da sua condição social, nomeadamente perda do exercício do direito ao trabalho em resultado de se ter achado involuntariamente desempregado, se veja, por esse motivo, impedido de exercer o direito de votar em actos internos do partido de que é militante e para o qual já havia contribuído enquanto cidadão pagador de impostos. Ao contrário, os outros militantes do mesmo partido, por estarem em situação económica e social vantajosa, já poderiam votar, o que poderia configurar uma espécie de repristinação anacrónica do voto de índole censitária, salvaguardas as óbvias diferenças.
7. Na prática, impõe-se reconhecê-lo, estabelece-se uma relação de causa entre a situação económica, e, por que não dizê-lo, financeira, e as condições sociais, por um lado, e, por outro, o impedimento ao exercício de um direito político, logo numa instituição, um partido político, que a própria Constituição estipula que, na sua organização interna, “devem reger-se pelos princípios da transparência, da organização e da gestão democráticas e da participação de todos os seus membros” (Artigo 49º. da CR).
8. Como estabelecer ainda a coerência da cessação do direito ao voto pelos militantes por condições económicas com o número dois do já citado Artigo 13.º da CR, que determina que “Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual”: não estará, na prática, um militante de um partido, a ser privado de um direito político em virtude da sua situação económica, ainda que essa relação de causa efeito possa ser mediada pela situação de suspensão pelo não cumprimento da obrigatoriedade desse pagamento? E essa obrigatoriedade não colide, pelo menos, por escrúpulo democrático, com o facto de se a exigir a um cidadão que financie duplamente um determinado partido, ainda que nele voluntariamente inscrito? Então, que se impeça aos cidadãos que não tenham os impostos em dia o direito ao exercício ao voto em eleições para os diferentes órgãos do poder político!
9. Não seria o caso de, sendo os partidos políticos instituições de natureza específica e especial no âmbito do funcionamento do regime democrático, situarem os deveres dos cidadãos seus militantes no âmbito mais de natureza cívica, reservando para as quotas o carácter de voluntariedade que não da sua obrigatoriedade, ou seja, por doação que não imposição, de natureza coerciva esta, próprio do imposto fiscal?
10. Não estará a ser vedado aos cidadãos militantes impedidos de participar em eleições internas do respectivo partido por questões de natureza social o direito de cidadania previsto pelo número um do já referido artigo 13.º da Constituição da República Portuguesa, quando estipula que “Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei”?
Senhor Provedor, em nome da igualdade de direitos dos cidadãos, solicitaria, assim, a Vossa Excelência detivesse a sua atenção sobre esta questão, e decida, no seu alto critério, se não estaremos perante uma situação eventualmente colocada nas fronteiras da constitucionalidade ou até, quiçá, para além delas.

Respeitosos cumprimentos,

Funchal, 25 de Janeiro de 2010

O Cidadão Miguel Luís da Fonseca

Para quem perde deve ficar,apenas, a luta pelas convicções.

Com que então.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Aplicando o pensamento de Karl Marx ao bloqueio constitucional das Autonomias.



Karl Marx afirmou: "Os filósofos limitaram-se a interpretar o mundo de diversas maneiras, mas o que importa é transformá-lo." Adaptando a dialéctica marxista, eu direi: até agora os sucessivos dirigentes do PS-M limitaram-se a interpretar o problema do bloqueio constitucional da autonomia de diversas formas; mas o que importa é resolvê-lo.

Proposta ao Congresso: Plataforma Democrática para a Refundação da Autonomia com todos os partidos da Oposição

Apresentei também ao Congresso a seguinte proposta:

1. A Descolonização foi apressada, mal feita e gerou regimes de partido único;
2. Também a Autonomia foi apressada, mal feita e gerou uma lógica de partido único;
3. Em consequência, propus ao Congresso do PS a criação de uma Plataforma Democrática para a Refundação da Autonomia com representação de todos os partidos da Oposição com três pontos essenciais com o objectivo de democratizar a Autonomia:
a) Elaboração de uma proposta comum de Revisão do Estatuto Político-Administrativo;
b) Elaboração de uma proposta comum de Revisão do Regimento da ALM;
c) Elaboração de uma proposta comum de Revisão da Constituição.

4. Os últimos dias, mais uma vez, vieram demonstrar que as agendas das direcções nacionais dos partidos são incompatíveis com os partidos na Região Autónoma.

5.A Autonomia sofre de um bloqueio constitucional; daí deriva um impasse político; um impasse democrático; um impasse social e um impasse económico. Não esperemos pelos órgãos de soberania. Da Península, nem bom vento nem bom entendimento. Resolvamos os nossos problemas com a nossa própria vontade.

Proposta ao Congresso: fim à obrigatoriedade do pagamento das quotas

1. No século XIX havia o chamado voto censitário: só votava quem tinha determinada nível de rendimentos.
2. Os partidos são financiados pelo erário público e pelos impostos dos cidadãos.
3. Não faz sentido, pois, que, na prática, os militantes dos partidos tenham de pagar para votar.
4. Dentro da autonomia do PS-Madeira, defendo, não podendo ir mais longe, que aos militantes do PS-Madeira seja cobrada um valor residual como quota.

Kant aos socialistas, como imperativo categórico: "Age de tal maneira que a máxima da tua acção se possa tornar princípio de uma legislação universal"

Kant e a "paz perpétua". Hegel e o "fim da história". Marx e a "luta de classes". Nietzsche e o "eterno retorno"





O eterno retorno da luta de classes e do fim da história


Em 2005, num inquérito da BBC, Marx foi considerado o filósofo mais influente de sempre. Outros alemães tiveram influência decisiva no pensamento contemporâneo: Kant, com o 'imperativo categórico'; Hegel, com a sua dialéctica; Nietzsche, ao proclamar a morte de Deus e a eterna vontade de poder do homem

"Os filósofos limitaram-se a interpretar o mundo de diversas maneiras, mas o que importa é transformá-lo." Ao concluir desta forma as suas Teses sobre Feuerbach, Karl Marx traçava um propósito revolucionário para a filosofia. Nada de espantar, para um homem que dedicou toda a vida às duas causas: para ele filosofia e revolução eram indissociáveis.

Em 2005, num inquérito organizado pela BBC, Marx (1818-1883) foi considerado o filósofo mais influente de todos os tempos. Marxismo é um adjectivo hoje associado a várias disciplinas do saber - da história à economia, da sociologia à ciência política. E vários termos criados por Marx na sua monumental crítica à sociedade capi- talista em obras como O Capital tornaram-se património da linguagem comum - termos como "alienação", "proletariado", "luta de classes" e "mais-valia".

"Não é a consciência do homem que lhe determina o ser, mas ao contrário, o seu ser social que lhe determina a consciência", escreveu este alemão nascido em Trier e falecido aos 64 anos em Manchester, Reino Unido. Discípulo inicial de Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831), incorporou no seu pensamento a noção hegeliana de que o homem é um protagonista da história e actua nela através de sucessivos choques dialécticos (tese-antíse-síntese) que o conduzirão a um patamar definitivo. Que patamar? Aí divergem: é o fim da história, na óptica de Hegel; a sociedade comunista, para Marx.

A diferença entre ambos é radical num ponto: enquanto para Hegel - nascido em Estugarda e falecido em Berlim, aos 61 anos - a síntese era o espírito, para Marx era a matéria. Nascia o seu materialismo dialéctico, que pretendia inverter a lógica hegeliana, correcta como forma de interpretar o mundo, mas "de cabeça para baixo".

Se para Hegel - autor de obras como Fenomenologia do Espírito e Elementos da Filosofia do Direito - o progresso histórico equivalia à "revelação do espírito", para Marx equivalia à "quebra das grilhetas" que oprimiam a classe trabalhadora, como sublinhou no seu Manifesto Comunista, escrito em parceria com Friedrich Engels.

Marx foi um grande viajante, tal como Fredrich Wilhelm Nietzsche (1844-1900), em tudo opostos a Immanuel Kant (1724-1804), que passou toda a vida na sua cidade natal, Königsberg - então na Prússia e hoje na Rússia, com o nome de Kalininegrado - e ali faleceu, aos 79 anos. Era uma criatura de hábitos tão rígidos que ao sair para dar o seu passeio da tarde, invariavelmente às 15.30, os vizinhos podiam acertar os relógios ao verem-no iniciar a caminhada.

Tal como Marx e Hegel, Kant é um dos filósofos que mais influenciaram o pensamento contemporâneo - designadamente em disciplinas como a ética e a teoria do conhecimento. Em obras como Crítica da Razão Pura, Crítica da Razão Prática e A Fundamentação da Metafísica dos Costumes, garante que não é o objecto que determina o sujeito, mas este que determina o objecto, conhecendo-o no espaço e no tempo - categorias a priori. Eis o "idealismo transcendental" de Kant, que nos legou ainda conceitos como a "paz perpétua" e o seu célebre "imperativo categórico": "Age de tal maneira que a máxima da tua acção se possa tornar princípio de uma legislação universal."

Nos antípodas do idealismo kantiano está a obra de Nietzsche, nascido em Röcken e falecido aos 55 anos em Weimar. Em obras como Assim Falou Zaratustra, A Gaia Ciência e O Anticristo negou a existência de Deus - admitida por Kant e Hegel e também negada por Marx - e de qualquer imperativo categórico, sublinhando que o homem é senhor de si mesmo e do seu destino, movido por impulsos e pela vontade de poder. Numa linguagem cheia de aforismos, fez críticas demolidoras à civilização judaico-cristã, com a sua "moral de escravos". Este filósofo que gostava de "viver perigosamente" criou uma legião de discípulos, à esquerda e à direita, ao negar finalidade à história. Na sua perspectiva, o "eterno retorno" do homem à plenitude da vida era a marca mais indelével da existência.

Kant e a "paz perpétua". Hegel e o "fim da história". Marx e a "luta de classes". Nietzsche e o "eterno retorno": quatro filósofos alemães cuja obra se mantém em permanente diálogo com o homem contemporâneo, inspirando-o e interpelando-o. Sem eles, não pensaríamos como pensamos. Nem sería- mos como somos.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

- Foge cão que te fazem barão! - P'ra onde, se me fazem visconde?, Almeida Garret

Almeida Garret, depois de ter escrito na década de trinta do século XIX, “Foge, cão, que te fazem barão. Para onde? Se me fazem visconde”, foi agraciado, em 25 de Junho de 1851 com o título de visconde. As coerências de uma vida política e literária longa e fecunda.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Comendo o pão que o diabo amassou: CDS trai a Madeira por um prato de lentilhas!


Seja eu escravo por um dia ou por uma postagem como (quase) toda a Oposição e mai-la comunicação social ao serviço do regime: o CDS vai trair a Madeira às custas da sua estratégia de querer neutralizar o PSD nacional e vai aprovar o Orçamento do Estado para 2010 às custas da coerência e do sacrifício da LFR que votou na ALR. O CDS vai provar do pão que o Diabo amassou e que ele tantas vezes ajudou a levedar como ajudante do Diabo e vai cair nas profundezas do Inferno onde há-de arder nas labaredas laranjas. A blogosfera do sistema laranja, ainda a mais circunspecta, já está a atear o lume!.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

A rota de Pirro



PirroPirro (318–272 a.C.) (em grego – Πυρρος — "cor de fogo", "ruivo" — em latim, Pyrrhus) foi rei do Épiro e da Macedónia, tendo ficado famoso por ter sido um dos principais opositores a Roma. Ele era filho de Eácida do Épiro, e pai de Alexandre II do Épiro.

Índice [esconder]
1 Durante a juventude
2 Campanha militar na Itália
3 Campanha militar na Sicília
4 Regresso à Itália e à Grécia
5 Conclusão


[editar] Durante a juventude
A infância e juventude de Pirro foram bastante atribuladas. Tinha apenas dois anos de idade quando o seu pai foi destronado. Mais tarde, aos 17 anos de idade, os Epirotas chamaram-no para governar, mas Pirro acabou por ser destronado novamente. Nas guerras entre os diádocos, após a divisão do Império de Alexandre III, tomou parte pelo seu cunhado Demétrio I da Macedónia e lutou a seu lado na Batalha de Ipso (301 a.C.). Mais tarde, tornou-se refém de Ptolomeu I do Egipto, num acordo entre este e Demétrio. Pirro casou com Antígona, filha de Ptolomeu I. Em 297 a.C. restaurou o seu reino no Épiro. De seguida, declarou guerra a Demétrio, seu antigo aliado. Em 286 a.C. depôs o seu cunhado e tomou controlo do reino da Macedónia. Dois anos depois, porém, o seu ex-aliado Lisímaco expulsou-o da Macedónia.

[editar] Campanha militar na Itália

A Rota de Pirro
Charge retratando a chegada de Pirro e suas tropas à ItáliaEm 281 a.C., a cidade grega de Tarento, no sul da Itália, foi tomada de assalto pelos Romanos. A derrota dos Tarentinos parecia certa. Na altura, Roma já crescera suficientemente para partir à conquista - com sucesso - da Magna Grécia, ou Itália do Sul. O povo de Tarento não teve outra solução que não pedir o auxílio de Pirro.

Pirro foi encorajado a ajudar os Tarentinos por influência do oráculo de Delfos. A suas pretensões, no entanto, ambicionavam mais. Pirro almejava forjar um império em Itália. Para isso, tornou-se aliado do rei Ptolomeu da Macedónia e o seu vizinho mais poderoso e chegou à Itália em 280 a.C..

A sua força militar era extraordinária: 3.000 cavaleiros, 2.000 arqueiros, 500 fundeiros, 20 000 tropas de infantaria e 19 elefantes de guerra. Com ela, o objectivo de Pirro era não só evitar a conquista de Tarento pelos Romanos, como subjugá-los.

Devido à superioridade da sua cavalaria e dos seus elefantes, derrotou os Romanos na Batalha de Heracleia. Os Romanos perderam cerca de 7.000 homens, ao passo que Pirro perdeu 4.000. Embora o número de baixas fosse alto, a Batalha de Heracléia não costuma ser considerada uma vitória de Pirro. Desde esta vitória, várias tribos e as cidades gregas de Cróton e Locros juntaram-se a Pirro. Este ofereceu aos Romanos um tratado de paz, que foi prontamente rejeitado. Pirro passou o Inverno na Campânia.

Quando Pirro invadiu a Apúlia (279 a.C.) os dois exércitos defrontaram-se na Batalha de Ásculo onde Pirro obteve uma vitória muito a custo. Os romanos perderam 6.000 homens e Pirro perdeu 3.500. Foi um duro golpe no exército de Pirro, que não aguentaria outro desfalque semelhante contra os romanos.

[editar] Campanha militar na Sicília
Em 278 a.C., no meio de suas dificuldades e inquietações, Pirro viu-se diante de novas empresas e novas esperanças, que se lhe ofereciam, levando a hesitação ao seu espírito. De um lado, chegaram da Sicília embaixadores que lhe propuseram colocar em suas mãos as cidades de Agrigento, Siracusa e Leontinos, pedindo ao mesmo tempo que ajudasse a expulsar os cartagineses da ilha e a libertá-la de seus tiranos; de outro lado, mensageiros vindos da Grécia trouxeram-lhe a notícia de que o Ptolomeu, cognominado o Raio, tinha sido morto numa batalha contra os gauleses, e de que seu exército fora desbaratado, surgindo assim uma ocasião das mais favoráveis para se apresentar aos macedômos, que necessitavam de um rei. Pirro maldisse então a fortuna, que lhe apresentava ao mesmo tempo duas oportunidades para fazer grandes coisas; e vendo com pesar que não podia optar por uma sem perder a outra, hesitou durante muito tempo antes de fazer a escolha. Finalmente, as dificuldades da Sicília pareceram-lhe muito mais importantes, por motivo da proximidade da África, decidindo-se então por este empreendimento. Assim, após tomar tal resolução, enviou Cíneas, conforme costumava fazer, às cidades da ilha, a fim de entabular negociações. Entrementes, a guarnição que colocara na cidade de Tarento, a fim de mante-la submissa, provocara grande descontentamento entre os seus moradores. Estes mandaram-lhe dizer que, ou ele permanecia no país a fim de sustentar a guerra contra os romanos, de acordo com o compromisso assumido ao dirigir-se à cidade, ou, caso decidisse abandonar a Itália, que deixasse Tarento na situação em que a havia encontrado. Pirro, porém, respondeu-lhes secamente, dizendo-lhes que não lhe falassem mais em tal assunto, que esperassem por uma oportunidade. E, dada esta resposta, seguiu para a Sicília, onde viu, logo após a chegada, todas as suas esperanças se realizarem. Com efeito, as cidades apressaram-se em se entregar, e, em todos os lugares onde teve de empregar a força, não encontrou nenhuma resistência séria. Com um exército de trinta mil homens de infantaria e dois mil e quinhentos cavaleiros, e uma esquadra de duzentos navios, ele ia expulsando por toda parte os cartagineses e conquistando as regiões que estavam sob o seu domínio.

A cidade de Erix , entre as que os cartagineses conservavam em seu poder, era a dotada de melhores fortificações, e a que contava o maior número de defensores. Em 277 a.C., Pirro decidiu ocupá-la pela força. Quando tudo estava pronto para o assalto, tomou todas as suas armas, e, ao aproximar-se da cidade, prometeu a Hércules um sacrifício solene, bem como jogos públicos, em sua homenagem, caso lhe concedesse a graça de mostrar-se, aos olhos dos gregos que moravam na Sicília, digno de seu nascimento e dos grandes recursos de que dispunha. Feito este voto, ordenou que as trombetas soassem, dando o sinal do ataque. Quase todos os cartagineses que se encontravam sobre as murchas retiraram-se logo às primeiras flechadas. Foram em seguida colocadas as escadas, sendo ele o primeiro a subir. No alto da muralha um grupo de inimigos ousou enfrentá-lo; atacando-os, forçou uns a se atirarem de ambos os lados da muralha, e abateu outros a golpes de espada, sem que recebesse qualquer ferimento. Com efeito, ele parecia tão terrível aos cartagineses, que estes não ousavam olhá-lo de frente e sustentar o seu olhar. Após a ocupação da cidade, ele fez a Hércules um sacrifício magnífico e promo¬veu festas com jogos e combates de todas as espécies.

Havia nas imediações de Messina uma nação cujo povo eram chamados mamertinos, que causavam grandes tribulações aos povos gregos, obrigando mesmo alguns deles a lhes pagarem impostos e tributos. Este povo, numeroso e aguerrido, deviam ao seu valor a denominação de mamertinos, que, em língua latina significa marciais. Pirro chefiou suas forças contra eles e os derrotou num renhido combate, arrasando várias de suas fortalezas; além disso, mandou matar todos os que entre eles se encarregavam da coleta dos impostos. Os cartagineses, que desejavam fazer as pazes com Pirro, ofereceram-lhe, como prova de amizade, prata e navios; mas, como visava a coisas ainda maiores deu-lhes uma breve resposta, dizendo que havia um único meio de ser estabelecida a paz: a evacuação de toda a Sicília, de modo que o mar da África passasse a constituir a zona de separação entre os gregos e eles. Os êxitos alcançados e a confiança que depositava em suas forças encorajavam-no e o incitavam a tornar uma realidade as esperanças que o tinham levado à Sicília; e aspirou, assim, em primeiro lugar, à conquista da África. Para levar a efeito esta vasta empresa ele possuía um número suficiente de navios; mas faltavam-lhe marinheiros e remadores. Entretanto, para obtê-los das cidades, em vez de agir com habilidade e brandura, passou a tratá-las com excessivo rigor, constrangendo seus moradores e cas¬tigando com severidade os que não obedeciam às suas ordens. Ele não agira desse modo ao chegar; soubera então, melhor do que ninguém, conquistar a boa vontade de toda gente, dirigindío palavras cativantes a todos, mostrando-se confiante e não molestando ninguém. Porém, transformando-se, subitamente, de príncipe popular em tirano violento, ele adquiriu, em consequência de sua severidade, a reputação de homem ingrato e pérfido. Entretanto, por mais descontentes que estivessem, eles cediam à necessidade e lhe forneciam tudo aquilo que deles era exigido.

Em 276 a.C., o comportamento despótico de Pirro começou a fazer com que a população se descontentasse com o rei. Ainda que Pirro continuasse a levar de vencida as guarnições Cartaginesas, acabou por ter de abandonar a Sicília, regressando à Itália.

[editar] Regresso à Itália e à Grécia
Quando regressou, travou uma batalha inconclusiva em Beneventum (275 a.C.), na Itália do Sul. Desta vez, não se tratou de uma vitória pírrica sequer.

Pirro abandonou a campanha em Itália e regressou ao Épiro. Apesar da sua campanha no ocidente ter desbastado grande parte do seu exército e da sua riqueza, Pirro lançou-se à guerra: atacou o rei Antígono II, vencendo-o facilmente, e apossou-se do trono Macedónio.

Em 272 a.C., Cleónimo, um Espartano de sangue real, mas odiado em Esparta, pediu a Pirro que atacasse a cidade e o pusesse no poder. Pirro concordou com o plano, mas tencionava ficar com o controlo do Peloponeso para si mesmo. Inesperadamente, Esparta ofereceu resistência que abalou a sua tentativa de assalto. Logo a seguir, surgiu a oportunidade a Pirro de intervir numa disputa cívica em Argos. Entrando na cidade com o seu exército às escondidas, Pirro acabou por ser apanhado numa confusa batalha mesmo nas ruas estreitas da cidade. Durante a confusão, uma velha que observava do telhado atirou uma telha em Pirro, que caiu atordoado, permitindo que um soldado Argivo o matasse (algumas fontes dizem que Pirro foi envenenado por um servo).

[editar] Conclusão
Por ter sido um homem impressionantemente belicoso e um líder infatigável, embora não tivesse sido um rei propriamente sábio, Pirro foi considerado um dos melhores generais militares do seu tempo. Aníbal considerou-o o segundo melhor, a seguir a Alexandre Magno. Pirro era também conhecido por ser muito benevolente. Como general, as maiores fraquezas políticas de Pirro eram a falta de concentração e apetência para esbanjar dinheiro (grande parte dos seus soldados eram dispendiosos mercenários).

O seu nome tornou-se famoso pela expressão "Vitória Pírrica", quando da vitória na Batalha de Ásculo. Quando lhe deram os parabéns pela vitória conseguida a custo, diz-se que respondeu com estas palavras: "Mais uma vitória como esta, e estou perdido."

Pirro escreveu ainda Memórias e vários livros sobre a arte da guerra. Os escritos perderam-se, mas sabe-se que foram usados por Aníbal e elogiados por Cícero.

(wikipédia)

Batalha de Ásculo


A Batalha de Ásculo (em latim, Asculum ou Ausculum) - teve lugar em 279 a.C., e teve como adversários os Romanos, sob o comando de Publius Decius Mus, contra os Tarentinos, Oscos, Samnitas e Epirotas, sob o comando do rei Pirro. Esta batalha ocorreu na sequência do conflito entre Tarento (Tarento (em italiano Taranto) é hoje uma comuna italiana, capital da província homônima, na região da Puglia) e Roma pelo controlo da Magna Grécia.

[editar] Exércitos
Esta batalha foi o segundo recontro entre um exército à base de falanges Alexandrinas e a legião de Roma. Os exércitos tinham um número de forças semelhante.

Os romanos tinham mais infantaria (quatro legiões, vinte mil romanos, mais alguns aliados Daunos) e trezentos dispositivos anti-elefantes. Depois da Batalha de Heracleia, na qual os elefantes de guerra epirotas tiveram um impacto pesado nos romanos, as legiões trataram de prover-se de armas flamejantes e mecanismos anti-elefantes: eram carroças de bois equipadas com longos picos que serviam para ferir os elefantes, potes de cerâmica a arder para assustá-los e tropas que atiravam dardos aos animais, de maneira a afastá-los.

Pirro colocou no campo de batalha infantaria e cavalaria macedónias, as suas próprias tropas, infantaria de mercenários gregos, aliados gregos da Itália, inclusive uma milícia de Tarento, vinte elefantes, e cavalaria e infantaria samnitas. O exército Epirota tinha vantagem na cavalaria e nos elefantes. De modo a neutralizar a legião romana, que tinha mais mobilidade e era mais flexível, Pirro misturou nas falanges algumas tropas ligeiras itálicas.

[editar] Batalha
A batalha travou-se durante dois dias. Como era costume nas estratégias militares da altura, ambos os exércitos colocaram a infantaria ao centro e a cavalaria nos flancos. Pirro dispôs a sua guarda pessoal de cavalaria em reserva na retaguarda, ao centro. Os elefantes, inicialmente ficaram também dispostos em reserva.

No primeiro dia, a cavalaria e os elefantes de Pirro não conseguiram transpor os bosques e colinas onde a batalha foi travada. No entanto, os soldados itálicos que se encontravam entre as falanges lutaram bem. Os macedónios romperam a primeira legião romana e os aliados latinos no flanco esquerdo, mas a terceira e quarta legiões romanas derrotaram, no centro, os Tarentinos, Oscos e Epirotas. Entretanto, uma força de Daunos atacou o campo de Pirro. Este enviou cavalaria de reserva para tratar das fileiras em ruptura no centro, ao mesmo tempo que lançou mais cavalaria e alguns elefantes para desbaratar os Daunos. Quando eles retiraram para uma colina inacessível, Pirro mandou os elefantes contra a terceira e quarta legiões. Estas, tal como os Daunos, refugiaram-se em locais altos arborizados, ficando debaixo de fogo dos arqueiros e fundeiros que conduziam os elefantes e não podendo responder. Pirro enviou então infantaria atamana, acarnense e samnita de modo a afugentar os romanos para fora dos bosques, mas esta foi interceptada por cavalaria romana. Ambas as partes retiraram ao pôr-do-sol, não tendo qualquer delas ganho grande vantagem sobre a outra.

De madrugada, Pirro enviou infantaria ligeira para ocupar o terreno difícil, que tinha sido um ponto fraco no dia anterior, forçando os romanos a lutarem em campo aberto. Tal como em Heracleia, seguiu-se um confronto entre a falange e a legião, até que os elefantes, com o auxílio da infantaria ligeira, romperam a linha romana. Foi nesta altura que os carros anti-elefantes se lançaram contra eles. A eficiência destas forças não durou muito, pois os psiloi (forças semelhantes a archeiros ou peltastas) deram conta das carroças romanas. Os elefantes carregaram então contra a infantaria romana, desbaratando-a. Simultaneamente, Pirro ordenou que a sua guarda real carregasse, consumando a fuga romana. Os romanos retiraram para o seu campo.

Os romanos perderam 6000 homens; Pirro perdeu 3500, incluindo muitos dos seus oficiais. Foi uma vitória arrancada a ferros pelos epirotas, que veio a ser conhecida como Vitória Pírrica, significando que foi uma vitória com custos altos demais para ser considerada uma boa vitória. Consta que Pirro terá dito mais tarde: "Mais uma vitória destas e estou perdido."

[editar] Bibliografia
Informação acerca desta batalha pode ser encontrada nas Vidas (Pirro 2 1), de Plutarco, Políbio, Dionísio de Halicarnasso (XX 1--3) e Lívio.
Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_de_%C3%81sculo"

Vitória de Pirro: mais uma vitória com esta e estou perdido!



Vitória pírrica ou vitória de Pirro é uma expressão utilizada para expressar uma vitória obtida a alto preço, potencialmente acarretadora de prejuízos irreparáveis.

Esta expressão tem origem em Pirro, general grego que, tendo vencido a Batalha de Ásculo contra os Romanos com um número considerável de baixas, ao receber os parabéns pela vitória tirada a ferros, teria dito, preocupado: "Mais uma vitória como esta, e estou perdido."

Com efeito, Pirro tivera, além da Batalha de Ásculo, mais uma vitória parecida contra os Romanos, a Batalha de Heracleia. Embora os Romanos tivessem tido um número superior de baixas, era-lhes mais fácil recrutar mais homens e reorganizar o seu exército, algo impossível para o exército de Pirro, cujas baixas lhe dizimavam o exército irreparavelmente.

Esta expressão não se utiliza apenas em contexto militar, mas também está, por analogia, ligada a atividades como a economia, a política, a justiça, a literatura e o desporto para descrever uma luta similar, prejudicial para o vencedor.

in wikipédia

domingo, 17 de janeiro de 2010

Os sinais dos últimos dias


Nos últimos dias, as servas do Amo vieram, com o beneplácito dele, com tentativas de culpar do resultado da refrega o estratega da Guerra. E Urias foi traído pelo Rei, que se comportou como todos os chefes militares, sem escrúpulos e sem ética. E David pagou amargamente o seu erro.

PSD-M: ódio, ódio e mais ódio


O PSD-Madeira tem dificuldade em entender o que é a pluralidade, a diversidade de opiniões em Democracia. Qualquer político que divirga do PSD tem ódio. O PSD acusa a oposição de ódio, um deputado da oposição que se destaque mais de ódio, um colunista crítico de ódio, os colunistas do PSD acusam os opositores de ódio, o PSD acusa o Primeiro-Ministro de ódio, os TSD's-M acusam o Primeiro-Ministro de ódio, os deputados do PSD-M na AR acusam Sócrates de ódio. O PSD vê as divergências ideológicas como ódio. Já agora, e na mesma linha, o que o PSD faz e sempre fez às autarquias que não são PSD é o quê, Amor?

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

MMV: Limites para o debate

Ser eu acusado de "tachista", enfim. Atribuir-me acusações a terceiros que não fiz é óbvio que não subscrevo. Nem para os adversários, muito menos para os meus camaradas. Isso não é política, a não ser na Madeira laranja. Feita a demarcação de uma postagem infundada, não debato com quem não quer, de facto, debater.

Um líder no Governo e outro líder no Partido tem paralelo em Portugal



Ao contrário do que se diz no Diário de Notícias - "Outro cenário possível, embora muito pouco provável, é a continuidade de Jardim à frente do Governo, até Outubro de 2011, tendo o partido um outro líder. Uma situação que não parece enquadrar-se nos discursos mais recentes do presidente do PSD-M e que também não tem paralelo em Portugal
" - a verdade é que, Cavaco anunciou que não se recandidatava a Primeiro-Ministro no início do Ano de 1985, lançou o partido em polvorosa, com a disputa pela liderança entre Barroso e Nogueira, e os últimos meses tiveram um Primeiro-Ministro do PSD, Cavaco Silva, e o PSD um líder diferente e candidato a Primeiro-Ministro, Fernando Nogueira, cuja nomeação para vice-primeiro-ministro foi recusada por Mário Soares, então Presidente da República.
Aliás, tendo em conta que no PSD a mudança de líder sempre foi frequente, "o PSD numa curva apertada muda de líder",como disse Álvaro Cunhal em debate a três com Cavaco e Almeida Santos, já em 1983, o PSD tinha um candidato a Primeiro-Ministro, Mota Pinto, e o Primeiro-Ministro em final de funções era Pinto Balsemão. Também no PS, em 1985, o candidato a Primeiro-Ministro era Almeida Santos e o Secretário-Geral era Mário Soares.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

A estupidez ou a obscuridade das empresas de «rating»



A Moody's acaba de colocar a República Portuguesa no mesmo plano da Grécia. Compare os resultados e veja se esta comparação tem sustentabilidade:

Défice Orçamental
Portugal 7,9% Grécia 12,7%

Dívida Pública
Portugal 74,4% Grécia 111,2%

Peso dos Juros na Receita
Portugal 6,6% Grácia 13,1

"Spreads" Face à dívida alemã*
Portugal 0,74p.p. Grécia 2,53p.p

*A taxa de juro das obrigações a 10 anos da dívida portuguesa está 0,74 pontos percentuais acima da taxa equivalente alemã.
Os mercados pedem uma taxa de juro muito superior à Grécia do que a Portugal. Os gregos têm de pagar 2,53 pontos acima dos alemães (In Jornal de negócios).

É claro que qualquer economista constata que a comparação é forçada. Entretanto, outros países, com indicadores muito piores do que Portugal, são poupados pelas empresas de rating. Só por serem «grandes»?

Juntos vamos conseguir - Yes, We Can

Yes, we can - juntos vamos conseguir: curiosidades

Yes, we can, de Barak Obama: em 1983 o slogan do PS nas legislativas que haviam de afastar a AD do poder e reconduzir os socialistas ao poder, com Mário Soares pela 3ª vez primeiro-ministro, era "Juntos, vamos conseguir", como se pode ver no filme da postagem anterior sobre o PS.

Camaradas, este é o nosso Partido!

A História do PS

A Internacional Socialista

Unidade! Unidade! Unidade!



Se alguma palavra mobiliza hoje os socialistas da Região Autónoma da Madeira, essa é UNIDADE!

Seja permitida a paráfrase da Internacional:

Unidade, Unidade, Unidade,
do PS contra o PSD!

Contra o PSD e a sua política,
Camaradas, lutemos unidos,
Porque é nossa a Vitória final!

O grosso da dívida externa é privada e não deriva da política orçamental

"é um erro, por sinal nada ingénuo, confundir o défice externo com a política orçamental em Portugal, já que o grosso da dívida externa é privada - e, já agora, indissociável do processo de construção da UEM."

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

O défice prejudica a futura recuperação?

“O agravamento do défice [em resultado das políticas de combate à crise] acabará por afastar (“crowd out”) o investimento privado, programado para o futuro, como muitos clamam?

Isso é absolutamente improvável. Pelo contrário, um programa de despesa pública bem sucedido criará oportunidades lucrativas que encorajarão negócios privados a manter-se abertos ou mesmo a expandir-se, em vez de encerrarem por ausência de uma política de despesa pública anti-crise.
Uma melhoria generalizada da situação económica só pode baixar, e não aumentar, os actuais e proibitivos ‘prémios de risco’ incorporados nas taxas de juro a que estão sujeitos todos os que hoje recorrem ao crédito!
Em nenhuma circunstância a despesa pública presente ou futura, mesmo em grande volume, poderia nas actuais condições, conduzir à subida generalizada das taxas de juro de longo prazo por tal forma que anulasse os efeitos positivos da reanimação da actividade económica e da redução do risco. Bem pelo contrário! A despesa pública acabará por atrair, e não afastar, o investimento privado.”

(Excerto de uma entrevista a James Galbraith; tradução minha [do blogue Ladrões de Biciletas]).

Que credibilidade têm as empresas de rating?

Sobre o que aqui disse das empresas de rating, veja-se o que aqui se diz sobre essas agências, o artigo de Nicolau Santos:


"[...] a S&P avisou quatro países da zona euro de que o seu rating estava sob vigilância e, menos de uma semana depois, a três deles (Grécia, Espanha e Portugal) baixou-lhes o rating para AA+ sem apelo nem agravo. O quarto, a Irlanda, cujas previsões de recessão (-5%), défice orçamental (-11%) e situação do sistema financeiro são bem piores do que em Espanha e em Portugal, continua a manter a classificação de AAA. Também o Reino Unido mantém o triplo A, confirmado a 13 de Janeiro, apesar de em termos relativos a economia inglesa se ter afundado muito mais e da banca estar falida e à beira de ter de ser nacionalizada. Isto é injusto, incoerente, não tem qualquer justificação e afecta profundamente a vida dos cidadãos dos países a quem a S&P, como os imperadores romanos, decide que têm de pagar mais do que outros em situação pior. Além do mais, a S&P falhou redondamente na crise do crédito imobiliário nos Estados Unidos, tendo de rever, no mesmo dia, a notação de mais de 90 (!) activos financeiros ligados aquela área de actividade. E falhou no rating da AIG, da Lehman Brothers, da Islândia. Falhou, falhou, falhou."

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

O Vencedor está Só

Quase não se as viu (as personalidades) na celebração da vitória. É caso para lembrar um título literário muito conhecido de um escritor brasileiro: O Vencedor está só.

Linha editorial

Este blogue escreve o que pensa, sem intenção de agradar ou desagradar. Não escreve por encomenda.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Contenção e sobriedade

Saber perder e saber ganhar: contenção e sobriedade é o que se pede aos vencidos e aos vencedores.

CONGRESSO DO PS-MADEIRA

sábado, 9 de janeiro de 2010

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Congresso

É ou não é verdade que nem JCG nem Serrão tiveram a simpatia do Secretário-Geral e dos órgãos nacionais para candidatos à AR e por isso não o foram?

O que é que a expressão "Entre a Espada e a parede, eu escolho a espada" proferida numa célebre reunião do Secretariado Nacional quer dizer?

Eis a versão que corre no interior do Partido: JCG não foi candidato a AR por imposição de Sócrates

Um assunto que JCG devia esclarecer: depois de o anunciar, deixou de ser candidato a AR por vontade própria e por foi impelido a recuar?

A habitual e absoluta incoerência de JCG: descartou Serrão por ordens de Sócrates para Lisboa e agora quer impingi-lo ao PS-Madeira!


A objectividade de certa blogosfera

Há para aí um certo blogue que só fala em desastres eleitorais, tragédias eleitorais, hecatombes eleitorais, mas esquece-se de falar de uma certa candidatura que foi o maior desastre estratégico a nível regional. Se calhar é porque o número dois dessa candidatura é proprietário do blogue. Bem prega Freita Tomás ou a independência ou falta dela dos meios de comunicação privados de que já falavam Karl Mark e Lenine!

Post Scriptum (acrescentado às 00.17, depois desta postagem:

Faz-se desentendido, não entendeu, ou entendou e continua a ser o mesmo faccioso impenitende de sempre: pois se na auto-ironia, se calhar é por causa disso, porque isso implica a autocrítica, o facciosismo não consente: pois se eu falo d'"o maior desastre estratégico", a que se deve a dúvida metódica básica? Se calhar é por isso mesmo, por ser básica!

É a Economia, estúpido!

Vejo alguns comentadores e economistas da área da Direita, para além de banqueiros, falar do défice e da dívida como se Portugal vivesse isolado do resto da Europa. Ora a questão essencial, como disse o ilustre economista e meu amigo, Dr. Carlos Pereira, é a economia e a sustentabilidade das estratégias É nesse ponto que se deve discutir os grandes investimentos e não apenas com a visão financeira salazarenta, para quem o equilíbrio das contas públicas se faz à custa do empobrecimento do País. É a Economia, estúpido!

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Aponta o Expresso:"Jacinto Serrão,[...]demitiu-se na sequência dos maus resultados em 2007"e agora quer ser Presidente do PS sem explicar o que mudou

Madeira: PS/M escolhe novo presidente para quebrar hegemonia de três décadas do PSD


O PS/Madeira vai eleger no final desta semana um novo presidente, sendo a escolha entre o ex-líder Jacinto Serrão, que se demitiu na sequência dos maus resultados em 2007, e um dos quadros do partido, Victor Freitas.

O PS foi desde o início do processo autonómico da Madeira o principal partido da oposição política, um papel que desempenha há três décadas sem conseguir quebrar o domínio e as maiorias absolutas do PSD/M liderado por Alberto João Jardim.

Nas primeiras eleições legislativas regionais de 27 de Junho de 1976, num universo de 41 deputados, os socialistas elegeram oito, contra os 29 representantes sociais-democratas, obtendo o apoio de 22,34 por cento dos 107 265 votantes.

Victor 100% invicto: as 3 tragédias eleitorais de 2009 aliam-se com a hecatombe eleitoral de 2007

O apoiante mais entusiasta de Serrão confirma a 100% palavra de Victor no debate: Serrão é o candidato do Novo PS, aliás, de JCG


João Carlos Gouveia a 100 por cento com o seu candidato!

O segredo mais mal guardado do Congresso do PS-M:candidato de João Carlos Gouveia já tem o apoio explícito deste

Lido aqui.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Candidatura de Vítor Freitas na blogosfera brasileira

lido aqui.

"Quando as elementares regras democráticas são violadas;
quando não se cumpre a Lei da neutralidade e imparcialidade dos titulares de órgão públicos nas campanhas eleitorais;
quando se fazem inaugurações eleitoreiras em período de campanha;
quando há intimidação política...
Sente-se um silêncio ensurdecedor por parte dos órgãos de soberania.
Eu pergunto: até quando?"

domingo, 3 de janeiro de 2010

Franklin Delano Roosevelt


Franklin Delano Roosevelt


32° Presidente dos Estados Unidos da América
Mandato
4 de Março de 1933 até
12 de Abril de 1945
Vice-presidente John N. Garner (1933–1941)
Henry A. Wallace (1941–1945)
Harry S. Truman (1945)
Precedido por Herbert Hoover
Sucedido por Harry S. Truman



Nascido em 30 de Janeiro de 1882
Nova Iorque, Nova Iorque
Morreu em 12 de Abril de 1945 (63 anos)
Warm Springs, Georgia
Partido político Democrata
Esposa Eleanor Roosevelt
Profissão Advogado
Assinatura
Franklin Delano Roosevelt (Nova Iorque, 30 de Janeiro de 1882 - Warm Springs, 12 de Abril de 1945) foi o 32° presidente dos Estados Unidos da América (1933-1945), realizou quatro mandatos e morreu durante o último, foi o primeiro presidente a conseguir mais de dois mandatos, e será o único devido à 22ª Emenda. Durante sua estada na Casa Branca, teve de enfrentar o período da Grande Depressão e a Segunda Guerra Mundial. Em 1939, foi o primeiro presidente dos Estados Unidos da América a aparecer na televisão, mesmo ela tendo sido inventada com Calvin Coolidge no cargo.

Índice [esconder]
1 Biografia
1.1 Educação e casamento
1.2 Polio
1.3 Serviço Governamental
2 Ver também
3 Ligações externas


[editar] Biografia
Roosevelt nasceu em 30 de Janeiro de 1882 no estado de Nova York. Faleceu no dia 12 de abril de 1945. Foi o responsável pela entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial após o ataque ao Pearl Harbor. Foi um grande amigo e parceiro de Sir Winston Churchill, primeiro-ministro britânico. Em 1943, os três maiores governantes do mundo (Stalin, Roosevelt e Churchill) reuniram-se em Teerã, e em 1945 em Yalta para decidirem entre outros, o destino da Alemanha e da Polônia. Franklin Delano Roosevelt recuperou os EUA após a crise de 29 dando condições melhores de trabalho aos americanos, alcançando metas militares e industriais, levando energia elétrica e modernidade às regiões mais pobres do país, traçando o destino dos americanos rumo à potencia que são hoje.

[editar] Educação e casamento
Obteve sua primeira graduação na Universidade de Harvard em 1904 e uma segunda na Escola de Direito de Columbia em 1908 antes de se empregar em uma prestigiada empresa de Wall Street. Em uma sexta-feira, Dia de São Patrício, 1905, se casou com Anna Eleanor Roosevelt, uma prima distante. Tiveram seis filhos:

Anna Eleanor Roosevelt, 3 de Maio de 1906 - 1 de Dezembro de 1975.
James Roosevelt, 23 de Dezembro de 1907 - 13 de Agosto de 1991.
O primeiro Franklin Delano Roosevelt Jr., 18 de Março de 1909 - 1 de Novembro de 1909.
Elliot Roosevelt, 23 de Setembro de 1910 - 27 de Outubro de 1990.
O segundo Franklin Delano Roosevelt, Jr., 17 de Agosto de 1914 - 17 de Agosto de 1988.
John Aspinwall Roosevelt, 13 de Março de 1916 – 27 de Abril de 1981.
[editar] Polio

Uma das raras fotos do presidente Roosevelt usando cadeira de rodas.Roosevelt contraiu poliomielite aos 39 anos, uma doença que o deixou com grande dificuldade de movimento desde então. Freqüentemente ele utilizava cadeira de rodas, mas fez grandes esforços para esconder esta dificuldade de sua vida do público externo. De facto, só existem duas fotos conhecidas de Roosevelt em cadeira de rodas. Mesmo como Presidente dos Estados Unidos, preferia caminhar com a ajuda de um guarda-costas do Serviço Secreto, do que andar de cadeira de rodas. Entretanto, uma estátua de Roosevelt sentado numa cadeira de rodas foi construída em Washington, DC, em 2001.

[editar] Serviço Governamental
Como o primo, Theodore Roosevelt, Franklin Roosevelt tornou-se chefe da marinha de 1912 até 1920. Em 1928, apoiado por Alfred Smith, que tinha como interesse tornar Roosevelt submisso a ele no governo de Nova York, F.D.R. vence as eleições para governador do estado natal. Porém diferentemente do que Al Smith queria, Roosevelt governou sozinho. Apesar de Franklin ganhar muitos votos para o parceiro de partido no estado de Nova York, Al Smith perdeu as eleições presidencias mas Roosevelt continuou no cargo até 1930 quando foi reeleito com esmagadora vantagem.

Influente e famoso, Roosevelt alcançou vôos maiores em 1932 quando foi eleito presidente dos Estados Unidos por estreita margem. Margem essa que aumentou muito na reeleição do presidente em 1936, que se manteve até o fim do segundo mandato apesar das divergências e desacordos com a Suprema Corte.

Passados 8 anos na Casa Branca, F.D.R. tentou o inimaginável, concorrendo e vencendo as eleições de 1940, para o terceiro mandato, e governando durante a Segunda Guerra Mundial. De fato as medidas durante a Segunda Guerra Mundial ajudaram Roosevelt a vencer as eleições, então para um quarto mandato, no qual acabou por falecer em 1945, ainda exercendo funções e com os Estados Unidos da América ainda participando da Guerra. Foi citado na canção "They Don't Care About Us" de Michael Jackson em 1996 na parte: "The government don't wanna see But if Roosevelt was livin' He wouldn't let this be, no, no..."

Grande Depressão

Grande Depressão


A fotografia Migrant Mother, uma das fotos estadunidenses mais famosas da década de 1930, mostrando Florence Owens Thompson, mãe de sete crianças, de 32 anos de idade, em Nipono, Califórnia, março de 1936, em busca de um emprego ou de ajuda social para sustentar sua família. Seu marido havia perdido seu emprego em 1931, e morrera no mesmo ano.A Grande Depressão, também chamada por vezes de Crise de 1929, foi uma grande depressão econômica que teve início em 1929, e que persistiu ao longo da década de 1930, terminando apenas com a Segunda Guerra Mundial. A Grande Depressão é considerada o pior e o mais longo período de recessão econômica do século XX. Este período de depressão econômica causou altas taxas de desemprego, quedas drásticas do produto interno bruto de diversos países, bem como quedas drásticas na produção industrial, preços de ações, e em praticamente todo medidor de atividade econômica, em diversos países no mundo.

O dia 24 de outubro de 1929 é considerado popularmente o início da Grande Depressão, mas a produção industrial americana já havia começado a cair a partir de julho do mesmo ano, causando um período de leve recessão econômica que se estendeu até 24 de outubro, quando valores de ações na bolsa de valores de Nova Iorque, a New York Stock Exchange, caíram drasticamente, desencadeando a Quinta-Feira Negra. Assim, milhares de acionistas perderam, literalmente da noite para o dia, grandes somas em dinheiro. Muitos perderam tudo o que tinham. Essa quebra na bolsa de valores de Nova Iorque piorou drasticamente os efeitos da recessão já existente, causando grande inflação e queda nas taxas de venda de produtos, que por sua vez obrigaram o fechamento de inúmeras empresas comerciais e industriais, elevando assim drasticamente as taxas de desemprego. O colapso continuou na Segunda-feira negra (o dia 28 de outubro) e Terça-feira negra (o dia 29).

Os efeitos da Grande Depressão foram sentidos no mundo inteiro. Estes efeitos, bem como sua intensidade, variaram de país a país. Outros países, além dos Estados Unidos, que foram duramente atingidos pela Grande Depressão foram a Alemanha, Holanda, Austrália, França, Itália, o Reino Unido e, especialmente, o Canadá. Porém, em certos países pouco industrializados naquela época, como a Argentina e o Brasil (que não conseguiu vender o café que tinha para outros países), a Grande Depressão acelerou o processo de industrialização. Praticamente não houve nenhum abalo na União Soviética, que tratando-se de uma economia socialista, estava econômica e politicamente fechada para o mundo capitalista. Os efeitos negativos da Grande Depressão atingiram seu ápice nos Estados Unidos em 1933. Neste ano, o Presidente americano Franklin Delano Roosevelt aprovou uma série de medidas conhecidas como New Deal.

Essas políticas econômicas, adotadas quase simultaneamente por Roosevelt nos Estados Unidos e por Hjalmar Schaact[1] na Alemanha foram, três anos mais tarde, racionalizadas por Keynes em sua obra clássica[2].

O New Deal, juntamente com programas de ajuda social realizados por todos os estados americanos, ajudou a minimizar os efeitos da Depressão a partir de 1933. A maioria dos países atingidos pela Grande Depressão passaram a recuperar-se economicamente a partir de então. Em alguns países, a Grande Depressão foi um dos fatores primários que ajudaram a ascensão de regimes de extrema-direita, como os nazistas comandados por Adolf Hitler na Alemanha. O início da Segunda Guerra Mundial terminou com qualquer efeito remanescente da Grande Depressão nos principais países atingidos.

Índice [esconder]
1 Causas da Grande Depressão
2 Quebra na Bolsa de Valores de Nova Iorque
3 A Grande Depressão nos Estados Unidos da América
4 Combate à Grande Depressão e o fim da recessão nos EUA
5 A Grande Depressão em outros países
5.1 Canadá
5.2 Reino Unido
5.3 Alemanha
5.4 Outros países
6 A vida durante a Grande Depressão
7 Legado
8 Bibliografia
9 Referências
10 Ver também
11 Ligações externas


[editar] Causas da Grande Depressão
Com o fim da Primeira Guerra Mundial, os países europeus encontravam-se devastados, com a economia enfraquecida e com forte retração de consumo, que abalou a economia mundial. Os Estados Unidos por sua vez, lucraram com a exportação de alimentos e produtos industrializados aos países aliados no período pós-guerra. Como resultado disso, entre 1918 e 1928 a produção norte-americana cresceu de forma estupenda. A prosperidade econômica gerou o chamado "american way of life" (modo de vida americano). Havia emprego, os preços caíam, a agricultura produzia muito e o consumo era incentivado pela expansão do crédito e pelo parcelamento do pagamento de mercadorias. Porém, a economia europeia posteriormente se reestabeleceu e passou a importar cada vez menos dos Estados Unidos. Com a retração do consumo na Europa, as indústrias norte-americanas não tinham mais para quem vender. Havia mais mercadorias que consumidores, ou seja, a oferta era maior que a demanda; consequentemente os preços caíram, a produção diminuiu e logo o desemprego aumentou. A queda dos lucros, a retração geral da produção industrial e a paralisação do comércio resultou na queda das ações da bolsa de valores e mais tarde na quebra da bolsa. Portanto, a crise de 1929 foi uma crise de superprodução.

Durante décadas, essa foi a teoria mais aceita para a causa da Grande Depressão, porém, em contrapartida, economistas, historiadores e cientistas políticos tem criado diversas outras teorias para a causa, ou causas, da Grande Depressão, com surpreendente pouco consenso. A Grande Depressão permanece como um dos eventos mais estudados da história da economia mundial. Teorias primárias incluem a quebra da bolsa de valores de 1929, a decisão de Winston Churchill em fazer com que o Reino Unido passasse a usar novamente o padrão-ouro em 1925, que causou massiva deflação ao longo do Império Britânico, o colapso do comércio internacional, a aprovação do Ato da Tarifa Smoot-Hawley, que aumentou os impostos de cerca de 20 mil produtos no país, a política da Reserva Federal dos Estados Unidos da América, e outras influências.

Segundo teorias baseadas na economia capitalista concentram-se no relacionamento entre produção, consumo e crédito, estudado pela macroeconomia, e em incentivos e decisões pessoais, estudado pela microeconomia. Estas teorias são feitas para ordenar a sequência dos eventos que causaram eventualmente a implosão do sistema monetário do mundo industrializado e suas relações de comércio.

Outras teorias heterodoxas sobre a Grande Depressão foram criadas, e gradualmente estas teorias passaram a ganhar credibilidade. Estas teorias incluem a teoria da atividade de longo ciclo e que a Grande Depressão foi um período na intersecção da crista de diversos longos e concorrentes ciclos.

Mais recentemente, uma das teorias mais aceitas entre economistas é que a Grande Depressão não foi causada primariamente pela quebra das bolsas de valores de 1929, alegando que diversos sinais na economia americana, nos meses, e mesmo anos, que precederam à Grande Depressão, já indicavam que esta Depressão já estava a caminho nos Estados Unidos e na Europa. Atualmente, a teoria mais em voga entre os economistas é de Peter Temin. Segundo Temin, a Grande Depressão foi causada por política monetária catastroficamente mal planejada pela Reserva Monetária dos Estados Unidos da América, nos anos que precederam a Grande Depressão. A política de reduzir as reservas monetárias foi uma tentativa de reduzir uma suposta inflação, o que de fato somente agravou o principal problema na economia americana à época, que não era a inflação e sim a deflação.

[editar] Quebra na Bolsa de Valores de Nova Iorque
Ver artigo principal: Quinta-Feira Negra

Corrida aos bancos em 1933, em Nova Iorque.Em 24 de outubro de 1929, os preços das ações na Bolsa de Valores de Nova Iorque caíram subitamente. Estes preços estabilizaram-se ao longo do final de semana, para caírem drasticamente novamente na segunda feira, 28 de outubro. Muitos acionistas entraram em pânico. Cerca de 16,4 milhões de ações subitamente foram postas à venda na terça feira, 29 de outubro, dia atualmente conhecido como Terça-Feira Negra. O excesso de ações à venda e a falta de compradores fizeram com que os preços destas ações caíssem em cerca de 80%. Com isto, milhares de pessoas perderam grandes somas em dinheiro. Os preços destas ações continuariam a flutuar, caindo gradativamente nos próximos três anos. As milhares de pessoas que tinham todas as suas riquezas na forma de ações eventualmente perderiam tudo o que tinham.

A súbita quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque causou grande incerteza entre a população americana, quanto ao futuro do país. Muitos decidiram cortar gastos supérfluos. Outras pessoas, aquelas que haviam comprado produtos através de empréstimo e prestações, reduziram ainda mais seus gastos, para assim poder economizar dinheiro para efetuar seus pagamentos. A súbita queda nas vendas do setor comercial americano estendeu a recessão ao setor industrial e comercial dos Estados Unidos.

As altas taxas de juros dos Estados Unidos foram um dos fatores que estenderam a Grande Depressão à Europa. Os países europeus — especialmente aqueles que utilizavam-se do padrão-ouro — para manter um câmbio fixo com os Estados Unidos, foram obrigados a aumentar drasticamente suas próprias taxas de juros, o que levou à redução de gastos por parte dos comerciantes e habitantes, que levou a quedas na produção industrial destes países.

A economia dos Estados Unidos da América entrou em uma fase de grande recessão econômica que perduraria até 1933. Até este ano, a economia dos Estados Unidos somente colapsaria. Durante este período, milhares de estabelecimentos bancários, financeiros, comerciais e industriais foram fechados. Outros foram obrigados a demitir parte de seus trabalhadores e/ou a reduzir salários em geral.

[editar] A Grande Depressão nos Estados Unidos da América

A Grande Depressão causou pobreza geral nos Estados Unidos e em diversos países do mundo. Aqui, família desempregada, vivendo em condições miseráveis, em Elm Grove, Califórnia, Estados Unidos.Com a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque de 1929, bancos e investidores perderam grandes somas em dinheiro. A situação dos bancos era agravada pelo fato que muitos destes bancos haviam emprestado grandes somas de dinheiro a fazendeiros. Após o início da Grande Depressão, porém, estes fazendeiros tornaram-se incapazes de pagar suas dívidas. Isto, por sua vez, causou a queda dos lucros destas instituições financeiras. Pessoas que utilizavam-se de bancos, temendo uma possível falência destes, removeram destes os seus fundos. Assim, várias instituições bancárias foram fechadas. O total de instituições bancárias fechadas durante a década de 1920 e de 1930 foi de 14 mil, um índice astronómico.

Em 17 de maio de 1930, o governo dos Estados Unidos aprovou uma lei, o Ato Tarifário Smoot-Hawley, que aumentava as tarifas alfandegárias em cerca de 20 mil itens não-perecíveis estrangeiros. O Presidente americano Herbert Hoover pedira ao Congresso uma diminuição nos impostos, mas o Congresso, ao invés disto, votou a favor do aumento dos impostos. Um abaixo-assinado, assinado por mil economistas, pediu ao presidente americano para rejeitar este aumento. Apesar disto, Hoover assinou o Ato em 17 de maio. O Congresso e o Presidente acreditavam que isto iria reduzir a competição de produtos estrangeiros no país. Porém, outros países reagiram através da aprovação de leis e atos semelhantes, assim causando uma queda súbita nas exportações americanas. As taxas de desemprego subiram de 9% em 1930 para 16% em 1931, e 25% em 1933. Durante a década de 1930, a taxa de desemprego nos Estados Unidos não retornaria mais às taxas de 9% de 1930, se mantendo em perto da casa dos 20%.


Uma das hoovervilles surgidas durante a Grande Depressão próxima a Portland, Oregon, Estados Unidos.Com o crescente fechamento de instituições bancárias, menos fundos estavam disponíveis no mercado americano, fazendo com que a produção industrial americana continuasse a cair. Em 1929, o valor total dos produtos industrializados fabricados nos Estados Unidos foi de 104 bilhões de dólares. Em 1933, este valor havia caído para 56 bilhões, uma queda de aproximadamente 45%. A produção de aço caiu em cerca de 61%, entre 1929 e 1933, e a produção de automóveis caiu em cerca de 70% no mesmo período.

1933 foi o ápice da Grande Depressão nos Estados Unidos da América. As taxas de desemprego eram de 25% (ou um quarto de toda a força de trabalho americana). Cerca de 30% dos trabalhadores que continuaram nos seus empregos foram obrigados a aceitar reduções em seus salários, embora grande parte dos trabalhadores empregados tenham tido um aumento nos seus salários por hora. Outro problema enfrentado foi a grande deflação - queda do preço dos produtos e custo de vida em geral. Entre 1929 e 1933, os preços dos produtos industrializados não-perecíveis em geral nos Estados Unidos caíram em cerca de 25%. Já o preço de produtos agropecuários caiu em cerca de 50%, por causa do excedente da produção destes produtos - primariamente trigo. A quantidade destes produtos à venda excedia largamente a demanda, o que causou uma queda dos preços destes produtos. Os baixos preços levaram ao endividamento de muitos fazendeiros. Era comum casos de suicídio por parte de empresários, acionistas e investidores em geral, que haviam perdido tudo o que possuíam; E também por parte de outros civis, que, com a crise, haviam endividado-se e/ou não possuíam forma alguma de sustento devido ao fato de estarem desempregados.

[editar] Combate à Grande Depressão e o fim da recessão nos EUA
Ver artigo principal: New Deal
O Presidente americano Herbert Hoover acreditava que o comércio, se não supervisionado pelo governo, iria eventualmente minimizar os efeitos da recessão econômica. Eventualmente, Hoover acreditava, que a economia dos Estados Unidos iria recuperar-se, sem que a intervenção do Governo fosse necessária. Hoover rejeitou diversas leis aprovadas pelo Congresso, alegando que davam ao governo americano poderes demais sobre o Mercado.

Hoover também acreditava que os governos dos estados americanos deveriam ajudar os necessitados. Muitos destes estados, porém, não tinham fundos suficientes para tal. Assim sendo, Hoover propôs a criação de um órgão governamental, o Reconstruction Finance Corportation (Corporação de Reconstrução Financeira), ou RFC, em 1932. Este órgão seria responsável por fornecer alguma ajuda financeira a empresas e instituições comerciais e industriais chave, como bancos, ferrovias e grandes empresas, acreditando que a falência destas instituições agravaria o efeito da Grande Depressão. No final de 1932, as eleições presidenciais foram realizadas. Os dois principais candidatos foram Hoover e Franklin Delano Roosevelt. Muitos da população americana acreditavam que Hoover fora o principal causador da recessão, e/ou que pouco fizera para solucionar esta recessão. Roosevelt saiu vencedor da eleição, tornando-se Presidente dos Estados Unidos em 4 de março de 1933.

Roosevelt, ao contrário de Hoover, acreditava que o governo americano era o principal responsável para lutar contra os efeitos da Grande Depressão. Em uma sessão legislativa especial, sessão conhecida como Hundred Days ("Cem Dias"), Roosevelt, juntamente com o congresso americano, criaram e aprovaram uma série de leis que, por insistência do próprio Roosevelt, foram nomeadas de New Deal ("Novo Acordo"). Estas leis forneceriam ajuda social às famílias e pessoas que necessitassem, forneceriam empregos através de parcerias entre o governo, empresas e os consumidores, e reformou o sistema econômico e governamental americano, de modo a evitar que uma recessão deste gênero ocorresse futuramente.


Fila de famílias esperando por ajuda financeira. Diversos programas de ajuda social foram criados pelo governo dos Estados Unidos a partir de 1933.Diversas agências governamentais foram criadas para administrar os programas de ajuda social. A mais importante delas foi a Federal Agency Relief Administration, criada em 1933, que seria responsável pelo fornecimento de fundos aos governos estatais, para que estes empregassem tais fundos em programas de ajuda social. Outros órgãos governamentais similares foram criados com o intuito de fundear, administrar e/ou empregar trabalhadores na área de construção de aeroportos, escolas, hospitais, pontes e represas. Estes projetos federais forneceram milhões de empregos aos necessitados, embora as taxas de desemprego continuassem altas durante toda a década de 1930.

Outros órgãos foram criados com o intuito de administrar programas de recuperação, como a Agricultural Adjustment Administration, criada em 1933 com o intuito de regular a produção de produtos agropecuários em uma dada fazenda. Outro órgão similar, o National Recovery Administration, criada em 1933, passou a enforçar leis antimonopólio, estabeleceu salários mínimos e limites na carga horária de trabalho. Esta última agência, porém, foi fechada a mando do Congresso, em 1935, por pouco estimular o comércio americano.

Por fim, outros órgãos federais foram criados com o intuito de supervisionar reformas trabalhistas e financeiras. O Federal Deposit Insurance Corporation foi criado em 1933 com o intuito de promover transações e o comércio bancário. O Securities and Exchange Commission, criado em 1934, regulava o comércio de bolsa de valores e evitava que acionistas comprassem ações que o órgão considerassem "perigosas". O National Labor Relations Board foi criado em 1935, com o intuito de regular sindicatos, e de proteger os trabalhadores e seus direitos. Ainda em 1935, um ato do governo americano, o Ato da Segurança Civil passou a fornecer pensões mensais para aposentados, bem como ajuda financeira regular por um certo período de tempo, para pessoas desempregadas.

O New Deal ajudou a minimizar os efeitos da Grande Depressão nos Estados Unidos da América. A economia americana gradualmente, mas lentamente, passou a recuperar-se, desde 1933. O governo americano também diminuiu as tarifas alfandegárias em certos produtos estrangeiros, assim estimulando o comércio doméstico. Ao longo da década de 1930, os Estados Unidos gradualmente abandonaram o uso do padrão-ouro, decidindo ao invés disso, fortalecer a moeda nacional, o dólar, o que também ajudou na recuperação da economia americana. A produção de comodidades, tais como automóveis, voltaria aos patamares de 1929, porém, somente após o fim da guerra, como a produção de automóveis, por exemplo 1949 - a maior parte da matéria-prima na época possuía prioridade pela indústria bélica nacional.

Porém, apesar dos programas governamentais criados com o intuito de reduzir o desemprego, cerca de 15% da força de trabalho americana continuava desempregada em 1940. Foi necessária a entrada do país na Segunda Guerra Mundial para que as taxas de desemprego caíssem aos níveis de 1930, de 9%. A entrada do país na guerra acabou com os efeitos negativos da Grande Depressão, e a produção industrial americana cresceu drasticamente, e as taxas de desemprego caíram. No final da guerra, apenas 1% da força de trabalho americana estava desempregada.

Perto do final da guerra, os Estados Unidos e todos os outros 44 países Aliados assinaram o que é conhecido como os Acordos de Bretton Woods, com o intuito de evitar futuramente uma nova crise monetária e econômica da escala da Grande Depressão.

[editar] A Grande Depressão em outros países
A Grande Depressão causou grande recessão econômica em diversos outros países que não os Estados Unidos da América. Em muito destes países, a recessão provocada pela Grande Depressão gerou efeitos similares na economia destes países, como o fechamento de milhares de estabelecimentos bancários, financeiros, comerciais e industriais, e a demissão de milhares de trabalhadores.

Os efeitos da Grande Depressão em vários países foram agravados pelo Ato Tarifário Smoot-Hawley, um ato americano introduzido em 1930, que aumentava impostos a cerca de 20 mil produtos não-perecíveis estrangeiros, que causou a aprovação de leis e atos semelhantes em outros países, reduzindo drasticamente exportações e o comércio internacional.

Em vários dos países afetados, partidos políticos extremistas, de caráter nacionalista, apareceram. Outros partidos políticos, de cunho comunista, também foram criados. No Reino Unido, por exemplo, tanto o Partido Comunista quanto o Partido Fascista britânico receberam considerável suporte popular. O mesmo ocorreu com o Partido Comunista canadense.

Outros partidos políticos menos extremistas também surgiram. A grande maioria, se não todos, prometiam retirar o país (ou uma dada província/estado) da recessão. O Partido do Crédito Social do Canadá, de cunho conservador ganhou grande suporte popular em Alberta, província canadense severamente afetada pela Grande Depressão. Em alguns destes países, partidos extremistas foram proibidos, como no Canadá. Outros partidos políticos extremistas, porém, conseguiram chegar ao poder, notavelmente os nazistas na Alemanha e os fascistas na Itália.

[editar] Canadá
Entre a década de 1900 e a década de 1920, o Canadá possuía a economia em mais rápido crescimento do mundo, tendo passado por apenas um período de recessão após a Primeira Guerra Mundial. Ao contrário dos Estados Unidos da América, onde o crescimento exuberante da economia americana era em grande parte apenas ilusório, a economia do Canadá prosperou verdadeiramente durante a década de 1920. Enquanto a indústria imobiliária dos Estados Unidos havia estagnado em volta de 1925, esta indústria continuou forte no Canadá até maio de 1929. O mesmo podia se dizer da indústria agropecuária, que ao longo da década de 1920 esteve em pleno crescimento no Canadá, enquanto nos Estados Unidos este setor entrara em recessão econômica.

O principal produto de exportação do Canadá, à época, era o trigo. Este produto era então um dos pilares da economia do país. Em 1922, o Canadá era o maior exportador de trigo do mundo, e Montréal era o maior centro portuário exportador de trigo do mundo. Entre 1922 e 1929, o Canadá foi responsável por 40% de todo o trigo comercializado no mundo. As exportações de trigo ajudaram a fazer do Canadá um dos líderes mundiais do comércio internacional, com mais de um terço de seu produto interno bruto tendo origem no comércio internacional.

O sucesso do trigo canadense era baseado, porém, em problemas que afligiam outros países no mundo. A Primeira Guerra Mundial devastou a produção agropecuária dos países europeus. Mais importante foi, porém, a Revolução Russa de 1917, que manteve o trigo russo fora do mercado mundial. Em torno de 1925, a gradual recuperação da economia e da agropecuária da Europa Ocidental, bem como uma nova política econômica na Rússia, fez com que a produção mundial de trigo aumentasse no mundo, assim diminuindo os preços do produto. Esperando por um rápido retorno aos altos preços, os fazendeiros e comerciantes canadenses estocaram muito de seu trigo, ao invés de reduzirem sua produção. A introdução de maquinário, especialmente o trator, levou ao crescimento da produção de trigo tanto no Canadá quanto nos Estados Unidos. Todos estes fatores em conjunto desencadearam um colapso dos preços do trigo em junho de 1929, destruindo a economia de Alberta, Saskatchewan e Manitoba, e afetando severamente a economia de Ontário e Quebec.

À parte dos Estados Unidos da América, o Canadá foi o país mais duramente atingido pela Grande Depressão. O Canadá, ainda oficialmente parte do Império Britânico, usava ativamente o padrão-ouro. Isto, aliado com os estreitos laços econômicos existentes entre o Canadá e os Estados Unidos (muito dos produtos fabricados no Canadá eram exportados para os Estados Unidos, por exemplo), fez com que o colapso da economia americana após a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque rapidamente afetasse o Canadá. O colapso econômico canadense é considerado o segundo mais acentuado da Grande Depressão, atrás somente do colapso da economia dos próprios Estados Unidos da América.

A economia do Canadá também dependia da exportação de certos produtos industrializados tais como automóveis. Com a Grande Depressão, as exportações canadenses aos Estados Unidos caíram drasticamente. O colapso dos preços do trigo fizeram com que muitos fazendeiros canadense endividassem-se pesadamente. Os fazendeiros no Alberta e no Saskatchewan sofreram, além disso, com grandes períodos de seca e de constante ataque de pragas tais como enxames de gafanhotos. A queda na produção industrial canadense, por sua vez, significou a demissão de grandes quantidades de trabalhadores.

A economia do Canadá tinha algumas vantagens sobre outros países, especialmente seu sistema bancário extremamente estável. Antes e ao longo da Grande Depressão, apenas um único estabelecimento bancário canadense faliu, em comparação aos nove mil que faliram somente ao longo da Grande Depressão. A economia do Canadá foi atingida duramente pela Grande Depressão primariamente por causa de sua dependência em relação ao trigo e produtos industrializados, mas também por causa da dependência da economia do canadense em relação às exportações de produtos canadenses para os Estados Unidos. A primeira reação de vários países, incluindo os Estados Unidos, quando a Grande Depressão teve início, foi de aumentar impostos. Isto causou mais danos à economia do Canadá do que para outros países no mundo.

Richard Bedford Bennett, que atuou como Primeiro-ministro do Canadá entre 1930 e 1935, tentou minimizar os efeitos da Grande Depressão no país, inclusive, através da introdução de uma New Deal semelhante aos dos Estados Unidos, implementado em 1934. Porém, a economia do país continuou mal e somente passou a recuperar-se muito lentamente a partir de 1934.

Em 1933, 30% da força de trabalho canadense estava desempregado, deflação ocorreu, reduzindo salários e preços de produtos e reduziu investimentos. Em 1932, a produção industrial canadense havia caído para 58%, em relação à produção industrial em 1929. Enquanto isto, o PIB canadense havia caído em cerca de 42%, em relação ao PIB do país em 1929. Apesar de ter passado por um período de curto e pequeno crescimento econômico entre 1934 e 1937 - que nem de longe foi suficiente para atenuar os efeitos causados pela Depressão - a economia do Canadá entrou novamente em uma grande recessão em 1937. Foi somente com a entrada do país na Segunda Guerra Mundial, em 1939, que os efeitos da Grande Depressão teriam fim no país.

[editar] Reino Unido
O Reino Unido saiu vencedor na Primeira Guerra Mundial. Porém, a guerra e a destruição causada pela última destruíram a economia britânica. Desde 1921, a economia do Reino Unido lentamente recuperou-se da guerra, e da recessão causada por esta. Mas em abril de 1925, o chanceller britânico Winston Churchill, respondendo a um conselho do Banco da Inglaterra, fixou o valor da moeda nacional ao padrão-ouro, à taxa pré-guerra, de 4,86 dólares. Isto fez o valor da moeda britânica convertível ao seu valor em ouro, mas causou também o encarecimento dos produtos exportados pelo Reino Unido a outros países. A recuperação econômica do Reino Unido caiu drasticamente, o que causou redução de salários no país inteiro, debilitando a economia nacional.

Quando a Grande Depressão teve início nos Estados Unidos, em 1929, diversos países no mundo inteiro criaram ou aumentaram tarifas alfandegárias, o que causou uma grande diminuição nas exportações de produtos britânicos. A taxa de desemprego saltou de 8% para 20% no final de 1930. O Reino Unido cortou gastos públicos - que incluíram fundos dados para programas de ajuda social aos desempregados. Em 1931, mais cortes em salários e programas de ajuda social foram realizadas, e o imposto de renda nacional, foi aumentado. Estas medidas somente pioraram a situação socio-econômica do país, e em 1932, ápice da Grande Depressão no Reino Unido, as taxas de desemprego eram de 25%. Foi somente com o abandono do padrão-ouro e a instalação de tarifas alfandegárias para produtos importados de qualquer país que não fossem parte do Império Britânico, que a economia britânica passou a gradualmente recuperar-se.

[editar] Alemanha
Ver artigos principais: República de Weimar, Nazismo.
A Alemanha foi derrotada pela Tríplice Entente na Primeira Guerra Mundial. A Entente cobrou pesadas indenizações de guerra por parte dos alemães - que em dólares americanos atuais seriam da ordem dos trilhões de dólares - entre outras pesadas punições impostas pelo Tratado de Versalhes. Começa então o período da história alemã chamado por historiadores como República de Weimar. Os anos da década de 1920 foram caracterizadas por massiva inflação em 1923 e o grande aumento da dívida externa do país entre 1925 e 1930.

Quando a Grande Depressão teve início em 1929, o governo alemão acreditou que cortes em gastos públicos iriam estimular o crescimento econômico do país, assim cortando drasticamente gastos estatais, incluindo no setor social. O governo alemão esperava e acreditava que a recessão, inicialmente, iria deteriorar a Alemanha socio-economicamente, esperando com o tempo, porém, a melhoria da estrutura socio-econômica do país, sem intervenção do governo. A República de Weimar cortou completamente todos os fundos públicos ao programa de ajuda social para desempregados - o que resultou em maiores contribuições pelos trabalhadores e menores benefícios aos desempregados - entre outros cortes no setor social. Quando a recessão chegou ao seu auge em 1932, a República de Weimar perdera toda sua credibilidade junto à população alemã, fator que facilitou a ascensão do fuhrer Adolf Hitler no governo do país, em 1933, marcando o fim da República de Weimar e o início de um período de crescimento socio-economico alemão, conhecido como III Reich.

[editar] Outros países
Na França, a Grande Depressão atingiu o país um pouco mais tardiamente do que outros países, em torno de 1931. Como o Reino Unido, a França estava ainda recuperando-se da Primeira Guerra Mundial, tentando sem muito sucesso recuperar os pagamentos que possuía direito da Alemanha. Isto levou à ocupação do Ruhr por forças francesas no início da década de 1920. A ocupação francesa do Ruhr não fez com que a Alemanha retomasse os seus pagamentos, levando à implementação do Plano Dawes em 1924, e do Plano Young em 1929. Porém, a Grande Depressão teve drásticos efeitos na economia local, e explica em parte os motins de 6 de fevereiro de 1934 e a formação da Frente Popular, liderada pelo socialista Léon Blum, que venceu as eleições de 1936.

Por causa da Grande Depressão, o comércio internacional de produtos caiu drasticamente. A Austrália, que dependia da exportação de trigo e algodão, foi um dos países mais severamente atingidos pela Depressão no Mundo Ocidental. A taxa de desemprego alcançou um recorde de 29% em 1932, uma das mais altas do mundo até os dias atuais. As exportações de produtos agrários e minérios, tais como café, trigo e cobre, de países da América Latina, caiu de 1,2 bilhão de dólares em 1930 para 335 milhões de dólares em 1933, aumentando para 660 milhões de dólares em 1940. Os efeitos da crise fizeram com que em alguns destes países, muitos agricultores passassem a investir seu capital na manufatura, causando a industrialização destes países, em especial, a Argentina e o Brasil. Neste segundo país, aliás, a industrialização se acelerou com a perda de poder político dos cafeicultores do estado de São Paulo, fenômeno consolidado com a vitoriosa Revolução de 30.

A Ásia também foi afetada negativamente com a Grande Depressão, por causa da dependência da economia de diversos países asiáticos em relação à exportação de produtos agrários à Europa e à América do Norte. O comércio internacional asiático caiu drasticamente, à medida em que os Estados Unidos e a Europa foram cercadas pela recessão. Instalações comerciais e industriais asiáticas responderam através de demissões e redução nos salários. O PIB do Japão, com uma base industrial em crescimento, sofreu uma queda de 8% entre 1929 e 1930. As taxas de desemprego e de pobreza cresceram drasticamente, afetando desproporcionalmente as classes inferiores. Esta foi uma das causas da ascensão do nacionalismo japonês. O Japão recuperou-se da crise em 1932.

[editar] A vida durante a Grande Depressão

O desemprego fez com que milhões de pessoas, inclusive famílias inteiras, ficassem desabrigadas, especialmente nos Estados Unidos e no Canadá. Aqui, uma família sem-teto de sete pessoas, caminhando em Brawley, Condado de Imperial, Califórnia, EUA.
Hooverville em Oregon, EUA.A maior parte da população dos países mais afetados pela Grande Depressão cortaram todo e qualquer tipo de gasto considerado supérfluo, agravando os efeitos da recessão na economia destes países.

Por causa da Grande Depressão, milhões de pessoas nas cidades perderam seus empregos, nos países mais atingidos pela recessão. Sem fonte de renda, estas pessoas não tinham mais como sustentar a si próprios e suas famílias. A maioria das residências destas famílias, por sua vez, eram alugadas ou, ainda estavam sendo pagas através de prestações. Como consequência, milhares de famílias eventualmente foram expulsas de suas residências, por não terem como pagar os aluguéis ou as prestações de sua casa. Além disso, o desemprego fez com que a subnutrição tornasse-se comum entre a população dos países mais atingidos. Milhares de pessoas morreram por causa da subnutrição.

Algumas pessoas e famílias sem fonte de renda mudaram-se para a residência de parentes, quando perdiam suas residências. A maioria destas famílias, porém, instalou-se em favelas. Abrigos rústicos feitos com telas de metais, madeira e papelão tornaram-se comuns em áreas vadias das grandes cidades dos países mais atingidos. As condições de vida nestas favelas eram precárias.

A indústria agropecuária de diversos países - especialmente os Estados Unidos e o Canadá - foi duramente atingida pela Grande Depressão. Nos Estados Unidos, muitos fazendeiros endividaram-se pesadamente, e vários foram forçados a cederem suas terras para instituições bancárias. Na Califórnia, no centro-norte dos Estados Unidos e no centro-oeste do Canadá, grandes períodos de seca, invernos rigorosos e pestes agravaram a recessão econômica já existente nestas regiões. Muitos dos jovens das áreas rurais abandonaram suas fazendas e suas famílias, e buscaram a sorte nas cidades. Estas pessoas, juntamente com muitas das pessoas desempregadas nas cidades, viajavam de cidade a cidade, pegando carona em trens de carga, em busca de emprego. Esta foi uma cena muito comum nos Estados Unidos e no Canadá.

Os chefes de estado e outras pessoas importantes dos países atingidos passaram a ser frequentemente considerados diretamente culpados pelo início da Grande Depressão por muito da população atingida pela recessão. As favelas dos Estados Unidos foram apelidadas de Hoovervilles, em uma sátira da população americana ao presidente Herbert Hoover. No Canadá, muitos donos de automóveis apelidaram seus veículos de Bennett Buggies - Carroças Bennett - em uma sátira ao Primeiro-Ministro Richard Bennett. Isto porque estas pessoas não tinham como adquirir o combustível necessário para abastecer seus veículos, ou cortaram a compra de combustível por considerarem um gasto supérfluo. Estes veículos passaram a serem usados como carroças, puxados por cavalos ou outros equinos.

Nem todos as pessoas sofreram igualmente com a Grande Depressão. Para pessoas que conseguiram manter seus empregos (mesmo nos países mais afetados pela recessão), ou que dispunham de uma poupança considerável, o padrão de vida não mudou muito. Apesar que muitos trabalhadores sofreram de cortes consideráveis em seus salários, a deflação fez com que os preços de produtos em geral caísse drasticamente. Ao longo da Grande Depressão, os preços da maioria dos produtos de consumo manteve-se muito baixo nos países mais afetados.

Por outro lado, muitos afro-americanos nos Estados Unidos não conseguiam emprego, especialmente no sul americano, por causa de discriminação racial. Empregos eram dados primariamente aos brancos. Por isto, em todo os Estados Unidos, a taxa de desemprego entre a população afro-americana foi muito maior do que o da população branca. Mulheres com famílias para sustentar também dificilmente encontravam empregos, uma vez que a prioridade era dada para trabalhadores do sexo masculino, e que a discriminação contra mulheres trabalhadoras aumentou.

Grupos étnicos minoritários - especialmente imigrantes - dos países mais atingidos passaram a ser discriminados por muitos da população dos países mais afetados. Estes grupos étnicos eram discriminados porque, na visão de várias pessoas dos países afetados pela Grande Depressão, estes grupos étnicos competiam com a "população nativa" dos países atingidos por empregos. Isto, aliado à forte recessão econômica da década de 1930, fez com que as taxas de imigração caíssem sensivelmente no Canadá e nos Estados Unidos.

[editar] Legado
Após o fim da Grande Depressão, muitos dos países mais severamente atingidos passaram a fornecer maior assistência social e econômica aos necessitados. Por exemplo, o New Deal dava ao governo americano maior poder para fornecer esta ajuda para estes necessitados e também para aposentados.

A Grande Depressão gerou grandes mudanças na política econômica em vários dos países envolvidos. Anteriormente à Grande Depressão, por exemplo, o governo dos Estados Unidos da América pouco intervinha na economia do país. Executivos financeiros e grandes magnatas comerciantes eram vistos como líderes nacionais. A Grande Depressão, porém, mudou as atitudes de diversas pessoas em relação ao comércio. Muitos passaram a favorecer maior controle da economia do país por parte do governo. Outros grupos, mais extremistas, favoreciam a instalação de um regime comunista, nazista ou fascista de governo, como solução para a crise, ou seja, governos fortes e autoritários como o foram o de Getúlio Vargas no Brasil e Salazar em Portugal, os governos de forma geral procuravam corrigir as distorções do capitalismo, alinhavadas em suas obras, por Karl Marx, e solucionadas matematicamente ou econometricamente, em suas obras, por Keynes (com políticas de intervenção na economia, tratando-a como um todo matricial - sistêmico, sujeita a correções constantes, dentro de necessárias políticas de desenvolvimento integrado).

[editar] Bibliografia
Johnson, Paul M. A History of the American People. Harper Perennial, 1999. ISBN 0-06-093034-9
Purvis, Thomas L. A Dictionary of American History. Blackwell Publishers, 1997. ISBN 1-57718-099-2
[editar] Referências
↑ Hitler Takes Power: Hitler Appointed Chancellor: Germany Recovers from the Depression. MacroHistory.
↑ KEYNES, John Maynard. Teoria geral do emprego, do juro e da moeda (General theory of employment, interest and money). Tradutor: CRUZ, Mário Ribeiro da. São Paulo: Editora Atlas, 1992. ISBN 978-85-224-1457-4
[editar] Ver também
Ciclo econômico
Colapso econômico
New Deal
Padrão-ouro
Primeira Guerra Mundial
Quinta-Feira Negra