sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Bom jornalismo! No Diário

Ora aí está um excelente trabalho de investigação, com profundidade, com investigação, ponderado e revelando um alto sentido de profissinalismo! Para que se não diga que o BastaQueSim é só crítica.

PS à espera do SESARAM há 19 meses
PS diz que os problemas da saúde evidenciam sistema em total ruptura



O Grupo Parlamentar do PS pediu, há 19 meses, um encontro com o Conselho de Administração do SESARAM. O primeiro pedido foi feito em Fevereiro de 2009 e renovado em Julho do mesmo ano, registado e com aviso de recepção. A resposta é que ainda não chegou.

Daí que os deputados socialistas, numa posição assumida por Bernardo Martins, não estranhem a rota de colisão entre a Ordem dos Médicos ao nível nacional e o SESARAM, a qual dizem ser "o corolário de uma situação há muito anunciada".

O pedido do PS para um encontro com o SESARAM teve por base várias preocupações relativas à saúde na Madeira. Como ainda não obtiveram resposta, consideram que silêncio revela que "existe má consciência e incapacidade política para resolver os problemas."

Os socialistas lembram que "os lugares públicos correspondem a uma missão e não a um emprego no sentido tradicional do termo", e que o "Governo Regional e o SESARAM não têm consciência da repercussão dos silêncios e dos caminhos que estão a seguir".

Para o PS, o sistema chegou a um ponto que precisa de um grande sentido de convergência só possível através do diálogo responsável entre as partes. "Precisa de compromissos e de menos altivez, precisa que todos nutram um sentido de pertença, respeito pelas regras mas também a noção que são respeitados". Até porque "em todas as organizações existem conflitos, o problema é quando eles se tornam disfuncionais". É esse, no entender do PS, o drama que envolve o Sistema de Saúde na Madeira que ainda subsiste devido ao profissionalismo dos sectores que o integram.

Na posição política assumida por Bernardo Martins é referido que a instabilidade vivida no SESARAM tem contornos muito complexos. "Não é minimamente aceitável o que se está a passar, desde um ambiente profissional nada favorável entre médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico e terapêuticos até ao pessoal administrativo. Esse ambiente, de total desmotivação, tem causas profundas que exigem seriedade nas abordagens, rigor e muito diálogo com as pessoas e com as instituições representativas dos vários sectores e áreas de intervenção".

A organização dos serviços, a assustadora dívida às farmácias e aos fornecedores de equipamentos e consumíveis, os pedidos de aposentação antecipada, as carreiras profissionais, onde sobressai o caso das remunerações desajustadas dos graus académicos, a idoneidade dos serviços para garantir as especialidades, a lenta colocação do pessoal de enfermagem, a questão do novo hospital, as listas de espera, o cumprimento dos horários, a questão dos genéricos, o grave problema das unidades de domicílio virtual (altas problemáticas), a situação relacionada com o modelo de serviço de Imagiologia e de patologia clínica em função da existência de qualificados laboratórios, a rocambolesca cena que opôs o sistema à Ordem dos Dentistas. Tudo isto, entre outros, constituem, para o PS, motivos de grande preocupação, sendo eles próprios denunciadores de "um sistema em total ruptura".

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