O caso do Deputado Víctor Freitas é apenas mais um, e dos mais graves, dos casos paradigmáticos da plena prepotência do regime. No momento em que o Regime e a sua Imprensa, por trás da sua fingida displicência, começa a dar sinais de cada vez maior nervosismo, a mostrar as suas garras, a lançar ameaças mais ou menos veladas; no momento em que, sob a aparência de discordância ideológica e estratégica, várias figuras de alguns quadrantes - formalmente contra o regime, mas com liames profundos que embricam no poder - começam, a mando do regime, a dizer-se contra a Plataforma Democrática, o que faz o Deputado Victor Freitas, ex-candidato à liderança do PS?
Para espanto de todos, o Deputado Victor Freitas, deixa-se embalar na táctica do Ultraperiferias, que é legítima do ponto de vista do interesse dele, mesmo condenável à luz da cortesia protocolar (revelação de encontros informais a pedido) de lançar agora, depois de tanto tempo, falar do seu caso e de um encontro na Quinta Vigia. Renovo a solidariedade política e pessoal ao Deputado Víctor Freitas e não sou de me arrepender do que faço. Mas é óbvio que Victor Freitas não está a revelar-se à altura das suas ambições políticas, que apoiei no passado, contra aqueles que o não queriam candidato e faziam parte, contudo do seu "iner circle" e que conspiraram contra ele e me tentaram levar - e que agora me tentam de novo aliciar para novas tentativas de golpe de estado só explicáveis à luz da sua ambição desmedida e injustificável. Repito: subscrevi, e não me arrependo, a moção de Vítor Freitas ao Congresso - reafirmei-o ainda na última Comissão Política do Partido - a minha preferência pela Moção política do candidato derrotado em detrimento do candidato vitorioso - mas a verdade é que, se em política nunca se diz nunca, o sentimento que agora tenho é o de que jamais voltaria a apoiar o Deputado Victor Freitas se, no momento em que a Plataforma Democrática começa a ganhar velocidade de cruzeiro ele, entre criticar o Regime ou criticar o líder do PS, que a propôs, opta por enredar-se no jogo do regime.
Nota: Serrão foi à Quinta Vigia, informa o Ultraperiferias (e lá se foi o trunfo da chantagem política - um erro táctico de que LFM se pode vir a arrepender: a pressão ou "chantagem" com um elemento de pressão que temos não se pode esgotar; no preciso momento em que o usamos, perdemo-lo; na arte da guerra psicológica, eu não o faço. Já viram eu dizer tudo o que sei do regime? Não! Aguardem... Sei muito mais do regime do que ele pensa que sabe de mim, mesmo que os seus, chamemos-lhes agentes, o sirvam sempre). Eu acho normal encontros formais entre líderes partidários num processo legislativo (com Victor, o agora alvo da total solidariedade do Ultraperiferias, só é pena que o regime não o seja, afinal, o poder de LFM no seio do regime é grande mas não é tanto, com Victor, aquilo era assim: chegava à ALM com a proposta de lei eleitoral e vai disto: ó meninos do PPD, oh Jaime Ramos, toca a aprovar isto!). Sim, é normal esses encontros informais em democracia - veja-se o jantar em casa de Basílio Horta para um hipotético Governo - e só quem não percebe de política é que se espanta; mas, sendo normais, eu não concordo, porque, sendo normais em democracia, na Madeira a democracia não é normal. Como também não concordei com a ida de anteriores líderes. Mas já agora, LFM acha que é um grande feito revelar agora esse encontro informal, feito antes da Plataforma, porquê: porque é contraditório com a Plataforma nascida depois ou porque também ele não acha normal que o líder da Oposição, ao contrário do que acontece frequentemente em democracia, se encontre com o líder do governo? Ou seja, LFM, posto que inconscientemente, além de, no ver dele estar a revelar um incoerência, julga que este regime não é uma democracia normal?
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