segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Recuso-me a discutir a Plataforma Democrática com base nos argumentos do regime propalados nos artigos do JM
O regime anda preocupado com o surgimento da Plataforma Democrática, mas não pode dizê-lo. Então lança argumentos que são os dele, não os da Convergência na Acção. O regime anda preocupado com a subsistência dos pequenos partidos, comove, e lança a lei eleitoral; o regime está preocupado com a pureza ideológica dos partidos que convergem na acção. Guilherme Silva interroga-se como é possível o PS se coligar com a extrema-direita, diz ele. Está-se a ver, o PSD preocupado com o PS (argumento que, depois, é repetido por um jornalista do Diário). O deputado do PSP - sim, PSP, o P é de político, tirei-lhe o democrático, tal como ele fez, ao chamar de Plataforma Política em vez de "Democrática"; percebe-se, "democrática" denuncia a natureza do regime- o deputado do PSP não está preocupado com a Plataforma Democrática, não - está é preocupado com o facto de o PS se contaminar com a extrema-dereita. Lindo! No JM, o líder do PSD jamais usou o sintagma completo, Plataforma Democrática. Ora aqui é que está o fulcro: a plataforma é democrática, não é ideológica, os seus fundamentoss são a democracia, não o socialismo, científico ou não. Mas é claro que os articulistas ao serviço do regime estão precupados com a pureza ideológica: como é que é possível unir o PS à direita? Como há partidos de esquerda disponíveis para convergir na acção, são ignorados, porque não servem ao argumento da pureza ideológica. O que se pergunta é: os partidos da oposição acreditam na boa intenção do regime quanto às preocupações com a representação parlamentar de todas as forças políticas? Os partidos da oposição atribuem ao PSD o papel de guardião da pureza ideológica, ele que é o campeão da subversão da democracia? É conta essa subversão da democracia, que impede a afirmação programática e ideológica das diferentes forças políticas que se pretende a plataforma democrática. Em síntese: aceito discutir tudo, com argumentos que têm como base a democracia e a sua subversão e perversão por um regime monopartidário que se instalou na Região desde o começo da Democracia em Portugal. Mas não aceito discutir os méritos de uma Convergência que pretende justamente combater este regime com o objectivo essencial de cumprir Abril e instaurar a Democracia plena, como em qualquer país ou região europeia com argumentos aduzidos pelo partido do regime. Portanto, os argumentos aduzidos pelos principais colunistas do regime que escrevem no JM e repetidos pelo Diário não devem servir para paralisar a Convergência na Acção da Oposição. Acontece que tenho visto quem, em alguns partidos da oposição, incluindo o meu, chegue a usar os bonecos do JM para levantar reservas à Plataforma Democrática. Esses argumentos não podem ser ignorados mas não é com base com eles que se controi uma nova estratégia, uma nova etapa, uma Democracia conforme a Constituição da República.
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