terça-feira, 7 de setembro de 2010

Opinião: Tomo a Palavra!, Paulo Martins



Não era minha intenção abordar este tema, pois não estou na política activa. Mas como têm vindo a público citações sobre o que disse ou escrevi há anos, sem que se saiba qual é a minha opinião sobre o “aqui e agora”, vejo-me forçado a deixar claro o que penso sobre a proposta de Plataforma Democrática feita pelo PS/M a todos os outros Partidos Políticos, foças sociais e elementos independentes, para abrir o diálogo e propôr uma solução para a difícil situação em que vivemos. Quem acompanhou o meu percurso político sabe que, nas mais variadas conjunturas, propus no Parlamento e fora dele, para actos eleitorais e não só, o ententendimento amplo das mais variadas forças para enfrentar este Regime que sufoca e estrangula a Região e a maioria dos seus habitantes. Toda a gente também se recordará que, ora o PS, ora o CDS, ora o PCP, sempre inviabilizaram qualquer conjugação de forças a nível eleitoral mais preocupados com os seus interesses próprios do que com o interesse comum em Mudar a Madeira e pôr fim aos desmandos do Jardinismo! Até a ùltima proposta que formulei - o Fórum das Forças Democráticas e de Esquerda - aceite por muitos parceiros sociais e que se destinava a criar uma Instituição de debate livre e permanente dos problemas regionais e a formular propostas de solução pela Esquerda, foi rejeitada pelo PS e pelo PCP! A limitação do seu carácter de Esquerda tem duas razões de ser - primeiro, porque a política tem côr e as soluções políticas também; segundo, porque era o CDS que inviabilizava sempre qualquer diálogo devido à presença das forças de esquerda, visando o exclusivo das alianças com o PS, como já aconteceu. Daí que a proposta do PS de Plataforma Democrática, onde cabem todos, não seja uma cópia da proposta do BE feita há anos porque esta era uma proposta de Esquerda e para as Esquerdas!

Mas mesmo assim, nem o CDS quer alinhar - já recusou porque sonha alto e quer ser maior que o PS nas próximas regionais! Será que vários anos passados nesta conjuntura actual tem fundamento esta proposta? Existem prós e contras! Temos um Poder Jardinista mais desgastado, mas também temos o seu contra - um Governo da República assumidamente mais à direita! Será que esta Plataforma centrará o seu ataque no Jardinismo, sem esquecer o que nos chega do Poder Central? Temos uma maior descrença das pessoas, mas também maior revolta de sectores mais conscientes - até que ponto é que a recusa do CDS e a provável recusa do PCP não irão enfraquecer ou mesmo estilhaçar esta tentativa de abertura de diálogo? Não vou discutir se foi sincera ou não, se foi apenas táctica política ou não! Em si o diálogo é bom numa sociedade marcada pela intolerância! Agora é necessário que neste mar encapelado haja habilidade suficiente para navegar sem naufrágios e sem deixar desânimos seja qual fôr o desfecho deste lampejo de Verão!

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