segunda-feira, 9 de junho de 2008

DISCORDÂNCIA COM JOSÉ MANUEL COELHO, SOLIDARIEDADE COM JOÃO ISIDORO




Tenho aqui dito e redito que o MPT é um aliado estratégico do PPD e tem como alvo combater o PS. Isso é política.
Agora não considero política que um deputado à Assembleia Regional faça uma conferência de imprensa à porta de um cidadão que eventualmente, não sei, desconheço os meandros da questão, não terá acatado uma decisão camarária. E não colhe o argumento de que, sendo ele deputado, é um assunto público. A ideia populista de que os políticos são cidadãos com menos direitos ou até sem direitos e com todos os deveres é perigoso em democracia. Dar uma conferência de imprensa à porta de um cidadão ainda que político é pôr em causa os direitos, liberdades e garantias constitucionais. Não peço para este cidadão, por ser político, mais direitos do que para os outros cidadãos. Exigo que este cidadão seja tratado por igual, com os mesmos deveres. Mas exigo também que tenha as mesmas garantias que são conferidas aos outros cidadãos: que pague eventualmente as coimas, se for caso disso, que a autarquia o trate como munícipe como outro qualquer. Mas deve ser respeitado no cumprimento dos seus deveres e na sanção pelo seu incumprimento. Nada mais. Ir para além disso é invadir o espaço da vida particular a que todo o cidadão tem direito, incluindo os políticos. E discordo assim como discordaria se isso fosse feito à porta da residência particular do presidente do Governo. (Já agora, e noutro âmbito, o que faz um deputado regional a entregar correio na Residência Oficial do Presidente do Governo: não tem o parlamento para apresentar as medidas necessárias, quer se sobrepor aos protestos da sociedade civil, quer ter mais força do que aquela que o voto democráticos dos cidadãos lhe confere?)
O deputado do PND ainda há dias dizia que recebia dinheiro a mais - outra demagogia, mesmo que se discorde do fecho do parlamento tanto tempo - e isso tem de ser bem explicado, porque isso, desta vez, derivou da soma de vários factores, nomeadamente de actividades políicas - se o deputado do PND acha que recebeu dinheiro a mais do erário público, não deve aplicá-lo indevidamente em campanha política mas seria uma boa ideia entregá-lo a instituições de solidariedade social. Ou então, receba e cale-se. Não faça é demagogia caldeada de leninismo serôdio.
Portanto, solidário com Isidoro. Protesto a José Manuel Coelho.
P.S.
O deputado do PND não conhece casos muito mais graves de entidades bem mais poderosas do que a casa particular de um cidadão? Não me diga! Anda muito mal informado...

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