segunda-feira, 23 de junho de 2008

DERROTA SEM SOFISMAS

1. Luís Filipe Malheiro não foi arrogante durante o processo eleitoral; devo, aliás, dizer, que concordo com muitas das análises que fez durante o percurso;
2. Por isso não entendi a exuberância, no mínimo, perante a conquista de mais uma junta de freguesia por um partido que tem o poder que tem (e que provavelmente se prepara para provocar eleições antecipadas em outros sítios. Estaremos atentos); a menos que isso signifique uma certa desforra perante o sentimento de descalabro que tem sido o trabalho político do seu grupo parlamentar, que não tem defendido, como era sua obrigação, o governo que suporta;
3. Houve desnorte estratégico, sim, no processo de Gaula que também explica o resultado, sem descurar o fenómeno local;
4. O resultado é desastroso, e como eu disse, não vale a pena escamotear, sobretudo para um partido que de tem cumprir a sua vocação democrática - ser alternativa de poder.
5. As declarações da candidata do PS na noite eleitoral foram, no mínimo, infelizes, mas dou-lhe a dimensão que têm, com todo o respeito pela Senhora;
6. Como democrata, estou preocupado com o que aconteceu, sobretudo em termos de futuro: é preciso analisar, reflectir e agir.
7. Uma derrota é uma derrota; uma vitória é uma vitória. E, em ambos os casos, têm de ser assumidas. Mas a Democracia é um combate sem fim.
Objectivamente, o candidato do PSD era um bom candidato. Parabéns a ele e ao PSD. E daria ainda com mais vigor se ele não tivesse, mais uma vez, estado em vantagem em relação aos outros candidatos. Não são as vitórias do PSD que me preocupam, posto que em nada contribua para elas - são a forma como as obtém. Entre perder com dignidade uma eleições ou ganhá-las com favor, eu prefiro uma derrota, na certeza, porém, de que as convicções nunca são derrotadas. "Só é vencido quem desiste de lutar", Francisco Salgado Zenha.

Nenhum comentário: