quinta-feira, 3 de abril de 2008
A SOCIEDADE ABERTA
Sociedade aberta – este conceito, criado por Henri Bergson, foi desenvolvido por Karl Popper, sob diferentes perspectivas. O que aqui importa focar, mais do ponto de vista epistemológico do que político, é que o conhecimento dos factos não é definitivo: avança e desenvolve-se, não é estático, justamente porque – numa sociedade aberta - os cidadãos constroem a sua própria visão da realidade, conforme a informação que lhes vai sendo dada.
Nesse percurso de construção do conhecimento, os meios de informação são determinantes, não só porque são detentores da informação a que o grande público não tem acesso, mas também porque são eles que decidem do seu acesso.
Quando isso não acontece, o jornalismo não cumpre o seu papel e também ele pode e deve ser acusado de contribuir para a existência de sociedades fechadas, onde as mudanças, que o processo histórico torna inexoráveis, acabam sempre por ser violentas (quando não são feitas entre vários espaços, acabam por explodir no espaço ideológico que pretendia ser o único detentor da verdade..).
Nas sociedades fechadas, há um só caminho, um só projecto, uma só realidade final para a qual todos caminham. É claro que essas mesmas sociedades fechadas é que caminham para o fim, embora viajem a bordo da ilusão, pois estão absolutamente convencidas de que o fim não é o fim delas mas o [fim] que elas planearam.
Uma sociedade aberta, porém, exige, na formação das diferentes opiniões, a existência de confronto de ideias, de projectos, de análises plurifacetadas. É possível isso na nossa terra quando se pratica um tipo de jornalismo que não se dá ao trabalho sequer de alertar o público para a existência da relação entre estes três factos:
BAIXA DO IVA NA MADEIRA:
1º. – o PS
2º - a ACIF
3º - o PPD
?
É claro que – como alertava Popper - a sociedade aberta tem os seus inimigos. Voluntários ou involuntários. Querem os jornalistas madeirenses estar entre eles, seja de que forma for, favorecendo a lógica dos defensores do sistema em que vivemos, alicerçado no conceito popperiano de uma “sociedade fechada” de que a verdade a que temos direito é só uma?
Uma ideia: porque será que o PCP faz manifestações a favor da Democracia e da Liberdade em Lisboa e não acha necessária fazer na Madeira? É óbvio – o mesmo conceito de sociedade fechada, mesmo quando os fundamentos ideológicos sejam à superfície tão radicalmente antagónicos.
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