terça-feira, 29 de abril de 2008
A IMPORTÂNCIA DO BRASIL MAS TAMBÉM DE ANGOLA E DE TODA A ÁFRICA LUSÓFONA NA GLOBALIZAÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA
Respeitando, embora, a opinião de Fernando Dacosta, como a de todos os que se opõem ao Acordo Ortográfico, aliás, entendo, no entanto, que os argumentos que aduz servem exactamente para justificar o mesmo acordo ortográfico. A ler.
Convém sempre lembrar que a reforma ortográfica de 1911 feita por Portugal, sem consultar o Brasil, e tratando-o como uma colónia - há complexos culturais que não se perdem - essa reforma foi muito mais profunda que a actual, que se limita a seguir a linha fonética que vem sendo seguida desde 1911 e reformas seguintes e que o Brasil já fez pequenas alterações unilaterais nos anos setenta de muitos aspectos gráficos em favor da unificação. Só um exemplo: as graves ou paroxítonas com sílaba medial com vogal fechada, como em "êle", "pôrto", "zêlo", etc.
A reforma de 1911 foi a reforma em que o equilíbrio entre a linha etimológica - origem da palavra - e a fonética foi claramente rompida a favor da linha fonológica (volto a insistir que o novo Acordo prossegue nessa linha adoptada por Portugal, e que há quem defenda em França que o Francês devia ter feito o mesmo): o "ph" (telephone), o dígrafo "mm" (commercial), o "y" e a quedas das primeiras milhares de consoantes mudas, de que já dei exemplo (lucta, práctica, victoria, hymno, onde se substitui não só o "y" por "i" como se dá a queda do "m" que também já tinha caído em "condemnar - neste caso o Brasil prosseguiu com a queda do "m" nas palavras com o prefixo "omni" dando "oni"); substituição do dígrafo "ch" com o valor de "q/c", como "echo (eco), "archipelago" (note-se que sem acento, como [quase] todas as esdrúxulas). Ou seja, muito suave é a actual reforma ortográfica. Brevemente, trar-vos-ei um texto escrito antes da reforma de 1911 para vos deixar com os cabelos em pé. Bem, vou-me embora p'ra dentro, volto ao meu trabalho, só vim aqui à janela dar-vos conta do interesse que me desperta este assunto e sempre que aparece algo que me mereça atenção sobre a questão, como foi o caso.
Ainda antes de fechar a janela, não resisto a uma pequena provocação. Vejamos a palavra "inde(m)nizar", bem, fica para depois, porque isso implica também um conceito filosófico e doutrinal que vou desenvolver em simultâneo com a questão etimológica e ortográfica mais adiante.
P.S. . desafio a qualquer que consulte numa biblioteca a enciclopédia Portuguesa e Brasileira (capa vermelha e preta) e veja a ortografia que lá está - falo no corpo principal, não nos apêndices.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário