segunda-feira, 14 de abril de 2008
O ACORDO ORTOGRÁFICO
ACORDO ORTOGRÁFICO – UMA OPORTUNIDADE DE AFIRMAÇÃO UNIVERSAL DA TERCEIRA LÍNGUA DO HEMISFÉRIO OCIDENTAL
1. A queda das consoantes mudas é um movimento próprio da Língua Portuguesa e nada tem a ver com a versão brasileira da língua
Alguns exemplos:
Sancto, Sanctidade, sanctíssimo
Victor e victoria
Producto e producção
Lucta, luctar, luctador
Assumpto e assumpção
Atitude escrevia-se em Latim “aptitudo” – caiu o “p”.
2. Abrir as vogais: é uma explicação que serviu para o ensino primário mas nada tem de científico; subsistem algumas consoantes mudas apenas por inércia da ortografia oficial, nada têm a ver com a fonética mas com a etimologia latina.
Senão, como explicar a fonética dos seguintes termos:
actual, actividade, actuação, actuar, em que a consoante "c" não contribui para a abertura da vogal "a";
O argumento de que a queda das surdas poderá provocar o fechamento das vogais não tem base científica. Imagine-se, os nossos pais e avós a dizer baptizado, baptismo, baptizar, Baptista, analfabetos, a maioria da população, não sabiam que lá havia o "p" e não deixavam de fazer a prolação (pronunciamento) do "a" aberto. E então dizia-se às criancinhas que chegavam à escola: "olha, sabes porque é que dizes "baptizado" com o "a" aberto? Porque tem lá o "p", senão dizias "bâtízádo"! É claro que o "p" permanecia e permanece lá por inércia convencional, e porque etimologicamente era articulado.
2.1
Inflação não precisa de dois “c” para abrir o “a” (às vezes bem que se abre); prolação, igualmente; etc.
3. O argumento do mercado: se alguém tem a ganhar com a unificação ortográfica são os editores portugueses: ganham um mercado de 190 milhões; também os editores angolanos, moçambicanos, etc., no futuro, ficarão a ganhar; actualmente, os brasileiros ganham o mercado português, angolano, moçambicano, etc. que andará à volta de 45 milhões.
4. O Brasil quer ser uma potência. Precisa de uma língua universal e tem interesse no acordo. Mas ele já impõe, obviamente, a sua ortografia em muitos areópagos, e é na ortografia brasileira que muitos livros, nomeadamente na área da linguística, estão traduzidos.
5. A 14 anos do II Centenário da Independência do Brasil, alguns sectores comportam-se em Portugal como a corte, que exigiu a D. Pedro que regressasse à Europa.
Será que esses resquícios de colonialismo não terão o mesmo efeito na declaração da independência linguística do Brasil, farto de aturar alguma arrogância cultural de certos círculos lusos?
6. O que preferem certos meios portugueses:
1. Encontrar em muitos organismos internacionais a tradução espanhola para os portugueses ou a versão brasileira da Língua Portuguesa?
7. Tomáramos nós que esta língua se universalize, mesmo que na versão brasileira: quando isso acontecer, Portugal, tal como a Inglaterra para o Inglês, será sempre o santuário (que já foi "sanctuário")de onde saiu a Língua de Camões e de Machado de Assis.
Uma última nota: e que versão portuguesa, pergunto como Madeirense: uma versão que despreza as variantes regionais do Alentejo, das Beiras, do Minho, do Algarve, dos Açores, da Madeira, de Trás-os-Montes, do Ribatejo, da Estremadura?
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