domingo, 20 de abril de 2008

SÉRGIO MARQUES, "O SENHOR COESÃO"


A NOTÍCIA QUE SE SEGUE FOI PUBLICADA NO TRIBUNA DA MADEIRA SOBRE O DEPUTADO EUROPEU SÉRGIO MARQUES


“O Senhor Coesão”
ANTÓNIO JORGE PINTO

Percebe-se. Sérgio Marques pode ser um problema

para alguns

O reconhecimento, em forma de elogio, não vem de nenhuma figura de topo do PSD/Madeira. “O Senhor Coesão” é madeirense, trabalha e vive em Bruxelas, nos bastidores e corredores do Partido Popular Europeu (PPE), ou seja, muito longe de casa e da política paroquial, é assim que o tratam.

Outros que assim fossem chamados teriam ido logo a correr dar a notícia a alguns jornalistas, para verem o encómio ampliado, difundido e repetido. Mas, no caso concreto, a informação chega ao conhecimento dos jornalistas por intermédio dos que quotidianamente com ele trabalham.

Não se pode dizer que o anúncio tenha apanhado todos de surpresa. Há anos que o visado se revela sensato, culto, competente e trabalhador. Aliás, naquele fórum que é centro de enorme poder, onde se decide tudo o que tem a ver com o futuro da Europa, do Mundo e da própria Região, só os competentes, capazes e empenhados podem almejar um epíteto à medida e dimensão daquele que foi concedido a outro europeísta de casta única, Jacques Delors, que recebeu o cognome de “O Senhor Europa”.

Por aquelas bandas tudo é bem diferente. A qualidade de vida, a qualidade cultural e intelectual. A qualidade da democracia. Com uma enorme vantagem. Além da qualidade ser muito superior, o preço é muito mais barato lá do que cá. Ali triunfa a competência e não a mediocridade. Ali o conceito de superior está “anos-luz” de outras ideias idênticas mas de dimensão paroquial e que, para além de soarem a falso, são bacocas e bolorentas. O primeiro que se atrevesse a classificar de “bando de loucos” os eleitos democraticamente, finava aí a carreira política.

Foi precisamente para que o respeito entre as nações imperasse e não a guerra destruidora, que um par de homens visionários e humanistas deram início, há 50 anos, a essa união da Europa das Nações. O projecto, naturalmente, excluía do seu seio todos os biltres, abrindo-se apenas a homens que quisessem dar o seu contributo válido e democrático por uma Europa de paz, progresso e solidariedade, mas, e acima de tudo, respeitadora da diferença e da cultura dos povos. Foi também para acabar com os ódios, os rancores, a arbitrariedade e a sobranceria que a Europa se uniu nesse objectivo.

Homens como “O Senhor Coesão” são reconhecidos pela dedicação a essa grande causa. Habituaram-se por isso a tratar a diferença com respeito e a aceitá-la como uma riqueza colectiva. São pessoas que com competência, trabalho e espírito de tolerância ajudam a carrilar a Europa a 27 para um sentido mais próspero, de maior coesão social e mais virada para as pessoas. São pessoas que se incomodam com a vergonha e com o disparate. São pessoas que coram com o elogio.

Quando Carlos Coelho, coordenador dos eurodeputados portugueses dentro do PPE, senta-se de frente para a comitiva e começa a dissertar sobre os passos e os caminhos da construção europeia, nota-se-lhe a admiração que nutre pelo trabalho “competente” do eurodeputado madeirense Sérgio Marques.

Mas de cada vez que Carlos Coelho se refere a Sérgio Marques como “O Senhor Coesão”, vê-se que o político madeirense não consegue esconder o incómodo que lhe causa o louvor. Rebola-se na cadeira e movimenta o olhar no vazio, como que à procura de uma qualquer coisa onde se possa esconder.

Outros teriam uma outra reacção e até pagariam para ouvir um rasgo destes acerca deles. Temos exemplos. Há quem nada de significativo tenha feito ainda mas faz um esforço patético para gerir a questão do delfinato, com hipocrisia e fingimento, de acordo com as suas conveniências, negando inclusive a jornalistas que esteja interessado no cargo para depois anunciar que, afinal, decidiu sair da corrida. Fanfarronice.

Lá longe na Europa, fruto do seu trabalho pela coesão europeia, da luta sistemática pelo reconhecimento das ultraperiferias, empenhando-se numa Europa dos cidadãos e dos mais pobres, há um madeirense a subir degraus e a caminhar para o topo. Mas sempre modesto, sensato, prudente e, acima de tudo, pouco dado aos holofotes. Por cá, se calhar, alguns preferem ficar a morder-se de inveja com o reconhecimento a admitir o mérito. Percebe-se. Sérgio Marques pode ser um problema para esses. Já agora, para que a inveja cresça, o encómio foi feito na presença de testemunhas importantes. Com efeito, na sala onde tudo isto aconteceu, havia uma significativa delegação da JSD, tendo à cabeça a sua líder, Nivalda Gonçalves.

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