terça-feira, 15 de abril de 2008
PARABÉNS, DR. ALBERTO JOÃO JARDIM
Quais os objectivos de Alberto João Jardim para esta visita presidencial?
Objectivo fulcral: que não se realizasse a sessão da Assembleia, não pela sessão em si mas pelos seus efeitos colaterais. Ninguém, nenhum partido, podia cumprir os seus objectivos, e que eram:
a) O PND: “a caricatura do regime com a sua estátua de bronze”;
b) O líder do PS, “ a ideologia separatista e antilibertária do regime”;
c) O PCP: “a miséria e os 80 mil pobres”
d) Bloco de Esquerda: “pobreza e falta de democracia parlamentar”
e) O CDS: discurso de "equidistância entre os governos PPD/PS";
f) O PPD: linguagem hiperbólica sobrepondo-se a tudo isto;
g) MPT – colagem ao poder.
(Devo dizer que já assisti a sessões solenes do 25 de Abril e do 1º. de Julho em que a linguagem é imprópria de uma efeméride comemorativa, sem distinção).
Isto é, ninguém podia causar escândalo que pudesse ser notícia a nível nacional. O líder do PSD antecipa-se deliberadamente e cala tudo isso. Isto é, para se livrar do escândalo, contra si e o seu regime, Alberto João Jardim lança intencionalmente uma atoarda e transforma-se no centro do furacão. O alvo, como sempre, não é gratuitamente pessoal, mesmo que objectivamente o seja, mas político. E mais uma vez a comunicação social do Continente caiu na cilada: a Madeira é o Alberto João
e o Alberto João é a Madeira. O resto não existe.
Alberto João Jardim podia ter sido vencido nesta estratégia? Podia. Por três formas, se bem que uma delas seja apenas teórica:
a) Que um partido da oposição, bastava um, tivesse proposto na ALR um convite ao Presidente da República;
b) Que a Assembleia, enquanto instituição, tivesse convidado o Presidente para uma sessão parlamentar;
c) Que o Presidente da República tivesse imposto uma sessão do Parlamento.
Note-se que, para conseguir este objectivo, teve de assistir-se a este paradoxo: Alberto João Jardim, o Grande Autonomista, fez-se tratar e foi tratado pelo Presidente da República como Governador do Distrito Autónomo do Funchal. Já não é a primeira vez que tal acontece. Lembro-me de uma célebre reunião em Belém, no tempo de Sampaio, para tratar da Revisão Constitucional, em que, pela Madeira, só esteve Jardim. Nessa altura, submeti e fiz aprovar um comunicado violento na Comissão Política do PS (contra os timoratos do costume) denunciando essa situação.
Ou seja, e em síntese, nesta visita todos falharam, até ao momento os seus objectivos.
Quanto ao líder do PSD, missão cumprida.
Parabéns, a Alberto João Jardim.
Sentidos pêsames à Oposição.
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