sexta-feira, 9 de outubro de 2009

A DEMOCRACIA MODELO DEFENDIDA POR FERREIRA LEITE E PELO CONSPIRAÇÃO ÀS 7: universitários 'coagidos' a votar

Alunos universitários 'coagidos' a votar
Candidata do PS denuncia "interferência inadmissível na liberdade de voto"
Data: 09-10-2009
Alunos universitários da Calheta estão a ser coagidos a votar nas Autárquicas para poderem usufruir da bolsa de estudos dada pela Câmara. A denúncia é feita por Sofia Canha, a cabeça de lista do PS à Câmara da Calheta, na sequência de 'testemunhos' transmitidos durante a campanha eleitoral. As suspeitas recaem sobre alguns autarcas do PSD.

"Segundo me foi relatado durante a campanha eleitoral pelas freguesias da Calheta, quando há casos de estudantes universitários que não costumam votar - por estarem fora da Madeira - há Juntas que, depois de controlados os cadernos eleitorais, se dirigem aos seus familiares para assinar o requerimento para o voto por correspondência. Como a Câmara atribui um subsídio de 60 euros aos universitários, essa actuação significa, na prática, cobrar o voto desses estudantes", considera a candidata do PS. "As pessoas sentem-se coagidas a assinar o requerimento, para evitar consequências".

Medo de denunciar

Segundo contou Sofia Canha, "um munícipe, pelo medo do sigilo do voto por correspondência não ser absoluto confidenciou-me que o filho sente-se coagido a votar no PSD. Isto distorce a democracia".

Sofia Canha diz mesmo "que nenhum democrata pode aceitar" este tipo de 'pressão' que "Trata-se de uma interferência inadmissível na liberdade de voto das pessoas".

A cabeça de lista socialista condena este comportamento. "Não vale tudo para ganhar eleições e manter o poder, ainda por cima de maioria absoluta, a todo o custo", considera.

Sofia Canha lamenta que os visados tenham receio de denunciar a coacção de que são alvo. "Com pena minha, as pessoas têm receio de dar a cara para não complicarem a sua vida. Enquanto candidata à Câmara Municipal da Calheta, sinto-me na obrigação política, cívica e moral de dar a cara por essas pessoas e denunciar um assunto que é de enorme gravidade".

As suspeitas não se ficam por aqui. Sofia Canha conta que também lhe foi revelado "que os requerimentos para o voto por correspondência têm sido em número fora do habitual" para o acto eleitoral do próximo domingo. "Tenho a percepção que o habitual era poucos votarem por correspondência. Esta repentina corrida em massa, sistemática, ao voto por correspondência confirma o caso relatado", aponta. Perante a gravidade dos factos Sofia Canha desafia "a Câmara ou outra entidade na posse dos dados, a tornar público o número de requerimentos para voto por correspondência nas autárquicas de há quatro anos e de domingo".

Enquanto tal não acontecer, a candidata mostra-se convencida que "isto ajuda a ilustrar como muitas vezes o poder se perpetua na Madeira. Quantos casos não existirão pela ilha fora?", interroga-se.


Orlando Drumond

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