"Jacinto Serrão escusou-se a comentar as afirmações, por considerar que eram "uma questão interna".
Ao afirmar que as declarações de João Carlos Gouveia na ALR são um assunto interno, Serrão reconhece involuntariamente que são impróprias e sobretudo foram proferidas no local impróprio. Então porque as não condena?
1. Não as condena porque é óbvio que Serrão está refém do pacto tácito que fez com João Carlos Gouveia e que conduziu à sua inopinada candidatura;
2. Não as condena porque elas visam justamente atingir o seu adversário, Vítor Freitas;
3. Não as condena porque as declarações de João Carlos Gouveia não são surpresa para Serrão, antes pelo contrário, elas estão implicadas numa táctica em que Gouveia diz o que Serrão não lhe convém dizer. Quando Serrão diz que AJJ não pode imiscuir-se no congresso diz o óbvio mas diz o mínimo, e é incoerente ao não se demarcar claramente de ter sido o seu colega de coligação de candidatura quando ele transporta o congresso para a ALR e importa para o interior do PS o líder do PSD.
É uma táctica suicida esta - para ambos! - mas são dois irmãos siameses, a esta altura já não podem separar-se.
A questão que se coloca é se pode ser líder do PS quem não preserva a sua autonomia.
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