sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Dois caminhos opostos!, Paulo Martins

“Mais que a contagem de votos e lugares que cada força política conseguiu nestas Eleições interessa reflectir sobre dois caminhos que estão abertos sobre a maneira de enfrentar o PSD na Região. Tomemos os exemplos do Funchal e de Santa Cruz, onde encontramos duas maneiras de ser corajosos, como está na moda dizer.

No Funchal temos a “coragem” dum grupo de pessoas que se aglutinou no PND que enfrenta de “peito aberto” alguns desmandos do Jardinismo mas que, em termos de resultados práticos, conduz ao reforço da sua votação e ao reforço da votação do PSD cujos apoiantes cerram fileiras para enfrentar as acções desse Partido. É essa a principal leitura que se pode fazer dos efeitos práticos dessa “coragem” nos resultados das Eleições Autárquicas no Funchal. Os outros Partidos, seja por crise interna como é o PS seja por falta de clareza de como se posicionarem neste novo cenário político, perdem eleitorado para este Partido que capta com facilidade as franjas mais radicais e revoltadas contra mais de 30 anos de Poder Laranja. As Oposições estão pulverizadas no Funchal e em quase toda a Região e o PSD, mesmo com algum desgaste, continua esmagador.

Em Santa Cruz surge um outro tipo de coragem, aquela que une e junta pessoas diferentes, aquela que faz chegar a hora, aquela que quer fazer a mudança acontecer. Não recorre ao ataque de “peito aberto”, não faz “bravata”, mas pela calada soma, une, junta pessoas, mobiliza-as num projecto que as faz acreditar que derrotar o PSD é possível e que isso pode acontecer. E quase aconteceu nestas eleições Autárquicas. Na Câmara Municipal registou-se um empate – o PSD elegeu 3 vereadores e o Movimento “Juntos pelo Povo” elegeu 3, ficando o PS com 1. O Movimento reconquistou a Freguesia de Gaula. A mudança só não aconteceu porque PS, PCP e MPT teimaram em não querer a unidade.

Estes dois exemplos constituem dois caminhos políticos opostos que conduzem a resultados diferentes na luta pela derrota do PSD. Um aparenta combate-lo de forma muito radical, mas acaba por fortalecê-lo. Outro, menos radical nos actos e palavras, é muito mais radical nos resultados porque dá derrotas do PSD. Há reflexões e escolhas a fazerem-se!

Cidade, 13.10.2009

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