terça-feira, 29 de abril de 2008

A IMPORTÂNCIA DO BRASIL MAS TAMBÉM DE ANGOLA E DE TODA A ÁFRICA LUSÓFONA NA GLOBALIZAÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA



Respeitando, embora, a opinião de Fernando Dacosta, como a de todos os que se opõem ao Acordo Ortográfico, aliás, entendo, no entanto, que os argumentos que aduz servem exactamente para justificar o mesmo acordo ortográfico. A ler.

Convém sempre lembrar que a reforma ortográfica de 1911 feita por Portugal, sem consultar o Brasil, e tratando-o como uma colónia - há complexos culturais que não se perdem - essa reforma foi muito mais profunda que a actual, que se limita a seguir a linha fonética que vem sendo seguida desde 1911 e reformas seguintes e que o Brasil já fez pequenas alterações unilaterais nos anos setenta de muitos aspectos gráficos em favor da unificação. Só um exemplo: as graves ou paroxítonas com sílaba medial com vogal fechada, como em "êle", "pôrto", "zêlo", etc.
A reforma de 1911 foi a reforma em que o equilíbrio entre a linha etimológica - origem da palavra - e a fonética foi claramente rompida a favor da linha fonológica (volto a insistir que o novo Acordo prossegue nessa linha adoptada por Portugal, e que há quem defenda em França que o Francês devia ter feito o mesmo): o "ph" (telephone), o dígrafo "mm" (commercial), o "y" e a quedas das primeiras milhares de consoantes mudas, de que já dei exemplo (lucta, práctica, victoria, hymno, onde se substitui não só o "y" por "i" como se dá a queda do "m" que também já tinha caído em "condemnar - neste caso o Brasil prosseguiu com a queda do "m" nas palavras com o prefixo "omni" dando "oni"); substituição do dígrafo "ch" com o valor de "q/c", como "echo (eco), "archipelago" (note-se que sem acento, como [quase] todas as esdrúxulas). Ou seja, muito suave é a actual reforma ortográfica. Brevemente, trar-vos-ei um texto escrito antes da reforma de 1911 para vos deixar com os cabelos em pé. Bem, vou-me embora p'ra dentro, volto ao meu trabalho, só vim aqui à janela dar-vos conta do interesse que me desperta este assunto e sempre que aparece algo que me mereça atenção sobre a questão, como foi o caso.

Ainda antes de fechar a janela, não resisto a uma pequena provocação. Vejamos a palavra "inde(m)nizar", bem, fica para depois, porque isso implica também um conceito filosófico e doutrinal que vou desenvolver em simultâneo com a questão etimológica e ortográfica mais adiante.

P.S. . desafio a qualquer que consulte numa biblioteca a enciclopédia Portuguesa e Brasileira (capa vermelha e preta) e veja a ortografia que lá está - falo no corpo principal, não nos apêndices.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

A GLOBALIZAÇÃO E O FUTURO DAS LÍNGUAS


Se me é permitido, exponho a questão do futuro das Línguas na era da Globalização:

O futuro das grandes línguas europeias está também dependente do tipo de colonização europeia levada a cabo. Entende-se aqui colonização numa perspectiva genética, isto é, de deslocação de populações que deixam o seu território de origem para se fixar numa nova ecologia e não no sentido político. Segundo Salikoko Mufwene, foram três os tipos de colonização : a) de comércio (entre a Europa e a África, séc. XVI); b) colonização de exploração (África, século XIX e XX); e c) de povoamento, levada a cabo pelos ingleses, franceses, espanhóis e portugueses no Novo Mundo, América do Norte e do Sul e posteriormente na Nova Zelândia e sobretudo a Austrália.
Neste três tipos de colonização, os efeitos linguísticos daí resultantes foram diversos.
a) A colonização de comércio não teve um domínio efectivo dos europeus sobre os povos indígenas, foi feita com base na igualdade e, portanto, não houve domínio linguístico, antes dando lugar a novos línguas, os pidgins, espécie de línguas francas resultantes do contacto do português, do espanhol, do inglês e do francês com povos do oriente e da África. Os pidgins eram uma espécie de língua franca, usada no comércio.
b) Na colonização de exploração, da Ásia, mas sobretudo da África, nos séculos XIX e XX, os europeus não procuram estabelecer novas pátrias, mas bases de exploração comercial ao serviço das suas metrópoles. Por isso, em princípio, a língua europeia era usada na administração mas não era imposta às populações. Nas colónias portuguesas, apenas uma minoria autóctone falava a língua portuguesa. O início da guerra colonial vai contribuir para expansão da Língua Portuguesa em África, mas é sobretudo a Independência dos territórios africanos que vai permitir a consolidação do Português como Língua de coesão nacional. Ou seja, a colonização linguística prossegue depois da independência por interesse político e de soberania dos povos que ascenderam à independência. Ou seja, a Independência dos povos permite a sua inserção definitiva no espaço da lusofonia, ao contrário do período colonial, onde o perigo de sairem desse espaço sempre existiu. Veja-se o caso de grande parte do Brasil e de Angola, dominados pelos Holandeses no século XVII, ou de Angola e Moçambique, cobiçadas por Ingleses e Alemães no início do Século XX, o que explica a entrada de Portugal na Grande Guerra 1914/1918, para estar entre as potências vencedoras.
c) Bem diferente é o estatuto das línguas europeias nas colónias de povoamento, onde os europeus procuram criar novas pátrias, e daí se falar de Nova Inglaterra, Nova Espanha, ou o Brasil visto como um novo Portugal, com o caso único do reino Unido de Portugal e Brasil. No caso dos Estados Unidos, o inglês confronta-se com o francês, o sueco ou o alemão, que vão ceder perante a nova forma de inglês que hoje se fala nos Estados Unidos (Salikoko Mufwene defende que “uma língua de difusão mundial tem hoje a promessa de um belo futuro devido ao processo de crioulização que atravessa: o anglo-americano”).
A crioulização resulta do contacto de uma língua com outras línguas faladas pelos povos nativos que se relacionam entre si na língua do colonizador, à qual dão contributos que vivificam essa língua europeia de origem. Esse processo linguístico de língua de povoamento aconteceu também ao longo da História da Europa, onde se verifica um palimpsesto de fenómenos de colonização, através de migrações constantes que levam ao desaparecimento das línguas dos povos colonizados, como é o caso das línguas ibéricas antes da chegada dos romanos e das línguas celtas que desapareceram da actual França e da Grã-Bretanha, onde ainda subsistem e ressuscitam (outro fenómeno linguístico que se pode observar, com o retorno de línguas desaparecidas ou consideradas mortas: o celta da Cornualha ou o Português em Timor, ou o Timorense (tétum) como língua veicular em Timor, ou o Hebraico em Israel).
O fenómeno que se dá com o inglês na América e na Austrália (o inglês americano ou australiano), dá-se com o francês no Quebeque, as diferentes variantes do Espanhol e o mesmo se diga das diferentes variantes brasileiras do Português, visto que não há uma só variante brasileira, e, por isso mesmo, o Português na norma culta brasileira, terá de continuar a ser a Língua nacional brasileira. Neste caso podemos aplicar ao Português o mesmo raciocínio de Salikoko Mufwene em relação ao inglês, “mutatis mutandis”: “uma língua de difusão mundial tem hoje a promessa de um belo futuro devido ao processo de crioulização que atravessa: o luso-brasileiro".
A moda e o snobismo também influenciam a língua, como acontece, por exemplo, na Madeira, particularmente, por paradoxo, depois da Autonomia, onde se assiste a um fenómeno com duplo sentido: por um lado, a consciencialização assumida sem complexos de que há diferenças a nível de pronúncia, por outro, perda de certas características a nível da sintaxe, da fonética (falar à lisboeta, como se diz tradicionalmente, fenómeno que não é exclusivo da região mas de todo o país), e ainda do léxico. Hoje, a um certo nível social, poucos são os que dizem "semilha", porque acham que isso não é prestigiante, assim como são muitos os que dizem “cobarde” em vez de "covarde", como diz o povo em geral, questões de que já aqui falei. Ou seja, com a autonomia, assiste-se ao domínio da sintaxe, do léxico e da fonética do que se considera a norma padrão do território da Lusitânia.
Cf. Artigo de Salikoko S. Mufwene (in “Para onde vão os Valores?”).

CONTRIBUTO PARA O DEBATE SOBRE O ACORDO ORTOGRÁFICO



Leia-se este contributo, pertinente no conteúdo.

domingo, 27 de abril de 2008

AS TROPAS JÁ COMEÇAM A SAIR...


As tropas já começam a sair e a tomar posição. Marco António, do PSD-Porto, a maior distrital do PSD, anunciou que a estrutura, enquanto tal, não apoia nenhum candidato, mas que a maioria dos militantes se tem manifestado a favor de Pedro Passos Coelho.

A SENHA PARA A SAÍDA DAS TROPAS...

"AS TROPAS CONTINUAM NOS QUARTÉIS E "JARDIM [CONTINUA] PREPARADO"


Lido no Blogue que, para uma eventual e ainda possível candidatura de Jardim, se transformou, na prática, na autêntica "Escola Prática de Cavalaria" de Santarém na tomada do Quartel do Carmo, perdão da São Caetano à Lapa.

As tropas continuam nos quartéis...
Hoje foi um dia - mais um - "complicado", sobretudo pelas pressões que têm a ver com a dúvida sobre o que fará Alberto João Jardim, depois da pequena declaração ontem proferida no Funchal. Tudo porque as pessoas, o PSD mais profundo, que não precisa de se "revoltar" para mostrar que pensa e decide por si próprio. Embora ontem estivesse descrente quanto ao desfecho de tudo "isto", enquanto for tempo, temos sempre que tentar dar um passo em frente, invertendo cenários, torneando obstáculos, reconhecendo erros e aceitando desafios. Eu fiquei a saber que as tropas, que ainda não se envolveram seja com quem for, continuam nos quartéis...

PSD: Jardim está preparado...
Hoje foi um dia "movimentado". Vários foram os contactos mantidos que pretendiam saber o que é que Alberto João Jardim vai fazer. Guilherme Silva, que por razões pessoais, não se deslocou ao Funchal este fim-de-semana, tem sido diariamente contactado porque as pessoas querem saber o que é que AJJ vai decidir. Existe uma grande desilusão, a convicção de que o PSD não pode perder mais tempo com disputas internas que fragilizem ainda mais a sua imagem e desmobilizem as bases que, desiludidas, se afastam dessa disputam, recusando participar nas "directas". O pior que pode acontecer ao PSD, neste momento, é ter um líder miseravelmente eleito por uma insignificante percentagem de votos, e pior ainda, com uma insignificante afluência de filiados às urnas. O futuro líder do PSD tem que ser um líder forte, eleito pelas bases com números inquestionáveis. Neste momento - e ninguém sabe se hoje falei com ele... - posso assegurar que Alberto João Jardim está preparado, que tem confiança nas suas tropas, na sua calma, que recomenda que não elas não saiam dos quartéis, que não se deixem iludir por promessas ou por "ofertas" de lugares. Porque, pelo sim pelo não, existem procedimentos que já na segunda-feira serão tratados. Pelo menos ficam preenchidos os requisitos. E tal como Alberto João Jardim referiu, se é um facto que, neste contexto, ele é o "general", há que ter presente que numa organização militar, a ligação entre a estrutura hierárquica mais elevada e as estruturas intermédia e inferior tem que ser perfeita e eficaz.

A COR DA TRAIÇÃO


LIDO NO ULTRAPERIFERIAS

Reflexão...
- "Cometem-se muito mais traições por fraqueza do que em consequência de um forte desejo de trair", François La Rochefoucauld
- "Os acontecimentos fazem mais traidores do que as opiniões", François Chateaubriand
- "Nenhum homem merece uma confiança ilimitada - na melhor das hipóteses, a sua traição espera uma tentação suficiente", Henry Mencken
- "A traição nunca triunfa. Qual o motivo? Porque, se triunfasse, ninguém mais ousaria chamá-la de traição", J. Harington
- "Das grandes traições iniciam-se as grandes renovações", Vassili Rozanov
- "César declarou... que amava as traições, mas odiava os traidores", Plutarco
- "Traímos a maior parte das vezes por fraqueza e não por um desejo premeditado de fazê-lo", François La Rochefoucauld.

sábado, 26 de abril de 2008

OS "COMENTADORES-BEATAS" ESTÃO PREOCUPADOS COM A LIDERANÇA DO PPD


Sobre isto, tenho a dizer, com toda a frontalidade, que, certamente não são "os imensos defeitos" de Jardim que preocupam alguns comentadores. Até porque, se essa preocupação fosse genuína, então era a aproveitar e levá-lo a eleições e derrotá-lo copiosamente. A verdade é que, dos candidatos ou hipotéticos candidatos em presença - Ferreira Leite, os dois Pedros - Passos Coelho e Santana e mais os, no dizer de Jardim, exóticos candidatos, o mais temível eleitoralmente é, sem sombra de dúvida, Alberto João Jardim, o que melhor encarna o PPD subterrâneo e profundo, com tudo o que isto significa, significa aquilo com que eu não me identifico, e, portanto, estou à vontade, porque não vou votar em nenhum. Mas reconheço que fico, como socialista, mais descansado assim. Agora, fazer de Jardim um pacóvio tem sido o erro dos seus adversários. E sem entrar no jogo do PPD, não será que o que mais incomoda certos setores da capital é o grande defeito de ser ilhéu e representar perigo eleitoral? Ou, melhor dizendo, não ser da capital, o que não quer dizer natural, mas lá vivendo. Alguém já se esqueceu do caso de Mota Amaral, já por várias vezes quase líder do PPD, e a liderar as sondagens para Belém entre 1985 e 1986 (com Pintasilgo à frente à esquerda, consulte-se os arquivos do então semanário "O Jornal") e de como foi arredado pelos companheiros do PPD? Alguém já esqueceu o que aconteceu com Fernando Gomes? Alguém já esqueceu o que aconteceu mesmo a forma como a imprensa bem pensante tratou Sá-Carneiro (nos finais dos anos 70 o único dos grandes nomes da política - desde Soares, Freitas, Cunhal - que não foi convidado para umas conferências d'"O Jornal" intituladas precisamente "Portugal, Anos 80, o quê", mas isso não o impediu de vir a ser o primeiro-ministro que fechou a década de 70 e inaugurou a de 80 - Sá Carneiro, por acaso do Porto, foi um cometa que passou breve na política portuguesa e deixou um lastro que ainda perdura, lastro que, aliás, não me demoveu, tal como o seu declarado "delfim das ilhas") e também Cavaco Silva, visto como um provinciano incorrigível, com voz siosa e angustiante? A esses comentadores e colunistas de certas revistas - um deles telefonou-me um dia a falar sobre um texto muito interessante, achou ele, sobre análise à política nacional, que aliás publiquei depois cá na Madeira, dizendo que seria uma pena não publicá-lo na íntegra, mas que não tinha espaço, etc. e tal, que pretendia ele, não sei se me faço entender ... - um tiro à Eça de Queiroz e caíam essas beatas da democracia que enxameiam as colunas e ecrãs, batendo no peito e apresetando-se como os sacerdotes fariseus defensores dos rituais vazios da democracia mediática que querem impor contra a democracia representativa. Lá como cá. Sobre isso, [cá], que dirá ele?

QUANDO O PPD DEFENDIA UMA SOCIEDADE SOCIALISTA

quarta-feira, 23 de abril de 2008

DIA MUNDIAL DO LIVRO E DO AUTOR


No dia mundial do livro e do autor, visite o Urbanidades, que vale a pena.

JARDIM APRESENTARÁ AO CONSELHO NACIONAL A SUA DISPONIBILIDADE?

CUIDADADO! VEM AÍ O "BARAK OBAMA DO POPULISMO"


Uma boa dose de anti-orçamentalismo, uma pitada de neo-keynesianismo, uma dose cavalar de combate ao "sistema", duas chávenas de valores, incluindo valores nacionalistas embrulhados com papel celofane pátrio, uma aplicação maciça de fundos europeus, uma denúncia dos lobis da comunicação social, tudo bem misturado e polvilhado com sá-carneirismo retirado do baú das memórias e a receita explosiva está pronta a servir. "Qui est le «Chef de cuisine» de ce film?".

"CANDIDATURA DE ALBERTO JOÃO JARDIM GANHA FORÇA", diz o Correio da Manhã



CORREIO DA MANHÃ
"Sem Santana Lopes, a candidatura de Alberto João Jardim ganha força dentro do PSD. A ilustrar a situação de incógnita está uma frase proferida por Santana Lopes à TSF: "Não digo nada." Ou seja, o tabu está criado, com alguns dos seus indefectíveis a pressionarem o antigo chefe de Governo e a procurarem assegurar tropas".

terça-feira, 22 de abril de 2008

O PROGRAMA DE CANDIDATURA DE A.J.JARDIM À LIDERANÇA DO PSD - "DECLARAÇÃO DA RIBEIRA BRAVA"


Programa de candidatura
"No actual panorama de uma certa indigência político-cultural, imposta de Lisboa ao País, não posso, responsavelmente, deixar de expressar a minha preocupação com a situação nacional do Partido que tem o mandato democrático de governar esta Região Autónoma, bem como todos os seus Municípios. O futuro do Povo Madeirense passa necessariamente por alterações governativas na capital, em 2009, pelo que é importante que, a nível nacional, o Partido Social Democrata encontre o rumo certo:
A. Até agora andamos a perder tempo com a fidelidade interessada de alguns, ao Sistema político-constitucional. O qual não serve aos Portugueses.
B. Agora, andamos a discutir pessoas, quando o essencial é discutir PROJECTOS.
C. Quando o essencial é o Partido Social Democrata saber se libertar da indicação, pela comunicação social de “esquerda”, dos candidatos a líderes nacionais que convêm a esta.
D. Quando, neste momento, o Partido Social Democrata só pode ter um Projecto. Ganhar as eleições de 2009.
E. Para ganhá-las, há que agarrar os temas que hoje mais afligem os Portugueses, mas contando e chamando os que trabalham nestes sectores, e não os hostilizando ou prejudicando. Agarrar estes oito temas e não perder mais tempo com questões laterais:
1.a Educação
2.a Saúde
3.a Segurança de pessoas e bens
4.o sistema de Justiça
5.a questão dos impostos e a necessidade de mais investimento público sustentável e de mais investimento privado.
6.o combate ao capitalismo selvagem.
7.o Emprego e a defesa dos Direitos de Quem trabalha.
8. a recuperação económica da Classe Média e das Classes mais desfavorecidas.
F. Tudo isto tratado através de um discurso mobilizador e popular, feito para atrair as grandes massas. Optar pelos comícios, em vez de os jantares só de família política.
G. Explicar que, neste momento após trinta e quatro anos do necessário 25 de Abril de 1974, hoje a “esquerda” é o passado, nós somos o futuro. Basta ver o desastre que, desde há sessenta anos, vem sendo a “esquerda” na Europa e, desde há trinta anos, em Portugal.
H. Contra-atacar forte e em público a comunicação social de “esquerda”, para aviso das populações e a obrigar a se centrar contra nós. À Sá Carneiro.
I. Reconstituir a Aliança Democrática, antes que se dê uma balcanização na nossa área do Centro e na área da Direita, com reformulação partidária destes espaços.
J. Ataque político feroz, inteligente e sem o erro da pessoalização, contra o Primeiro-Ministro, explorando todas as aneiras e faltas de honrar compromissos, expressivamente acumuladas, deixando que seja o Senhor a perder a cabeça, como, por enquanto, habitual e previsível.
L. Disciplina interna – o PSD funcionar como uma Armada, não tendo receio em marginalizar publicamente os que não ajudem neste Plano de Operações. Se é inaceitável que, no Partido Social Democrata, haja quem defenda o Sistema por causa dos seus “interesses” pessoais, muito mais ridículo e inaceitável é a ideia derrotista de alguns fazerem as suas contas individuais de se posicionar para o post-2009,quando o PSD, face ao actual descalabro nacional, se encontra ainda em condições de ganhar 2009".

DIA DA TERRA - O AQUECIMENTO GLOBAL



A atitude com que encaro o aquecimento da Terra é a mesma ou idêntica à que[la] com que encarei o "bug" do ano 2000. Devem calcular qual a partir do que aconteceu nesse ano.

ALBERTO JOÃO JARDIM ENFRENTA MANUELA FERREIRA LEITE E PROPÕE AO PAÍS UMA "NOVA AD"




Está-se a assistir neste dias em relação à candidatura de Alberto João Jardim à liderança do PSD a um processo em todo idêntico àquele que aconteceu aquando da candidatura de José Manuel Durão Barroso a presidente da Comissão Europeia e que eu recordo: vários nomes plausíveis, entre eles o de António Vitorino; falta de consenso sobre alguns nomes, mas sem nunca constar o de Durão Barroso, e, de repente, tudo se precipita e, de uma hipótese meramente académica, em princípio, o então primeiro-ministro anuncia a sua disponibilidade para o lugar e do resto da história já toda a gente se lembra.
Neste caso, Jardim declara-se sem tropas para poder avançar, depois apresenta um projecto de Aliança Democrática como a salvação federadora de tudo o que está à direita do PS, faz um discurso na Ribeira Brava em que a estratégia está claramente delineada; Ferreira Leite, a única candidata a sério até o momento, anuncia em comunicado que é candidata, confirmando as fontes e fica preenchido o espaço cavaquista; e a outra ala? Bem, dos três nomes possíveis, Santana Lopes, Meneses e Alberto João Jardim este é, sem dúvida, o mais forte politicamente e só não avançará se não lhe forem criadas as condições que considera necessárias.
Para mim, digo com toda a frontalidade: o candidato natural da ala que tanto pode ser considerada populista como herdeira de um certo Sá-Carneirismo é Alberto João Jardim e a "sua" Aliança Democrática. Portanto, aposto em que o candidato desta ala é Alberto João Jardim que, repito, só o não será se não considerar que estão preenchidos os chamados requisitos mínimos. (Esta postagem foi influenciada também pela leitura que fui fazendo dos sinais que foram sendo deixados espalhados ao longo dos últimos dias pelo Ultraperiferias).

segunda-feira, 21 de abril de 2008

A.J.JARDIM LANÇA "ALIANÇA DEMOCRÁTICA" CONTRA O PS: VALE TUDO?



Espero agora que aqueles que proclamaram na blogosfera contra o direito de a oposição, nomeadamente o PS, se coligar na Madeira contra o PSD, venham agora se opor a essa proposta de coligação de Alberto João Jardim contra o PS a nível nacional.
Quanto a mim, acho que vale tudo, do ponto de vista da alternância democrática, para ganhar ao Partido no poder, desde que haja um projecto com consistência. E é bom lembrar que a Direita não se submete unida às eleições nacionais desde 1980. E mais: uma coligação dessas colocaria sempre em risco a maioria absoluta, senão mesmo a vitória do PS. Se liderada por um líder forte. E Manuela Ferreira Leite, a ser, seria uma forte líder. Só que, com ela, na linha cavaquista, o CDS será submetido ao ostracismo e não haverá aliança.

A MADEIRA É O ALBERTO JOÃO JARDIM? JAIME RAMOS PENSA QUE SIM; MIGUEL SOUSA TAVARES TAMBÉM



O PSD-Madeira está convencido que a Madeira é uma criação do Dr. Alberto João Jardim, que é o próprio Alberto João; mas os seus adversários fazem-lhe o jogo: Miguel Sousa Tavares, no seu artigo do Expresso, que chega a ser ofensivo para os Madeirenses, não porque critica Alberto João Jardim, porque isso são duas realidades que não se confundem, mesmo que o PSD-M o pretenda fazer crer, mas pelo raciocínio que Tavares segue no texto. Os Madeirenses não necessitam de ninguém - seja Alberto João Jardim, seja Mário Soares, seja João Carlos Gouveia, seja Cavaco Silva, José Sócrates, Jaime Ramos, Agostinho Soares ou Miguel Fonseca e muito menos de Sousa Tavares para serem portugueses. São portugueses e pronto. Miguel Sousa Tavares, de vez em quando, vem com uns escritos do género: qualquer dia acordo mal disposto, e pronto, aquelas "figuras patibulares" (e se fosse Alberto João a dizer isto dos "Senhores do Contenênte (que é como se diz em "madeirense do Continente" a palavra "continente")?), aquela gente deixa de ser portuguesa. Mas "aquela gente" é porque é, não depende dos favores nem do Terreiro do Paço, nem dos humores da Quinta Vigia para ser portuguesa, depende da História e não da política, da Cultura e não da crónica de imprensa, da Língua e não dos escritos de fim de semana.
E por que razão Sousa Tavares acha que pode decidir da minha portugalidade e eu não posso dizer da dele? Há claramente aí uma mente com ressaibos de colonialismo. E isso eu não aceito. Portanto, ou Tavares muda ou qualquer dia acordo mal disposto a tiro-lhe a pátria. Já está!

A LUSA HARMONIA


(imagem obtida no urbanidades)

PUBLICADO NO DN - 22 DE ABRIL 2008

Vimos, ouvimos e lemos, não conseguimos ignorar e por isso redigimos esta carta, com harmonia, em resposta a quem assina E. F. (a propósito, quando é que vimos, ouvimos, lemos, e redigimos, no presente ou no passado?): com acordo ou sem acordo, as formas verbais na primeira pessoa do plural do presente e do pretérito perfeito simples do indicativo são formas homónimas, na esmagadora maioria dos verbos da segunda e terceira conjugações: comemos, lemos, sofremos, perdemos, rimos, progredimos, vivemos). E quanto aos verbos da primeira, os falantes nem sempre as distinguem foneticamente no ato de prolação: ama(á)mos ontem o que não amamos hoje. Conseguimos, no presente ou no passado, saber, como? Diga-no-lo o contexto do ato de fala. À letra, cada palavra deve ser entendida com o texto, que é isso que quer dizer "contexto". E com a vontade e a harmonia dos interlocutores e o desejo de entendimento sincero e não com os trocadilhos ouvidos do grande literato Vasco Graça Moura - senão teremos charadas e jogos florais, a que tanto se presta a nossa Língua (nossa, dos mais de duzentos milhões que a falam e não dos que, na faixa mais ocidental da Europa, da Galiza ao Algarve a criaram, desde o Galaico-Português – de quem é a herança materna: dos filhos que permaneceram na terra ou dos que emigraram e labutaram, ou das duas partes? A atitude dos lusos é a de que os seus antepassados que emigraram e fizeram Portugal eterno na sua Língua, tornando-a não local mas universal, nos Açores na Madeira, em Angola, no Brasil, em tantas outras partes da América, da Ásia ou da África, da Oceânia e da Europa não têm direito à herança da Língua comum, e têm de submeter-se aos ditames dos que nem ousaram partir. Que dirão a isto os Portugueses que, por esse mundo fora, falam a Língua que os liga à Pátria comum da Língua Portuguesa?) - acuso a recepção da carta e procurei ir, de facto, à génese da questão.

Costumo dizer que um sotaque é como um bom vinho, é uma marca de origem e é para manter. Há, porém, quem procure livrar-se dele… Mas há quem o exiba com orgulho justo e nobre. Veja-se Mota Amaral, e nós vemos logo a marca de origem, marca que, aliás, prezo, ou não tivesse eu também sangue açoriano a correr-me nas veias, com madeirense e beirão. Boa cepa, colheita de 1956.

Note-se que esta carta foi escrita com recurso à nova ortografia (ao longo da minha vida já aprendi várias), sendo que as palavras "facto", "recepção" e "génese" podiam ter sido escritas "fato", "receção" e "gênese", conforme a dupla ortografia que prevê o Acordo Ortográfico, justamente para respeitar a prolação e ortoépia dos falantes, que nada tem a ver com sotaque. (Já a harmonia - própria do homem moderno - não perde o "h", que é também de homem, que o não perde também, mesmo se for super-homem, a não ser que caia em desarmonia).

Três regras simples: o "h" inicial mantém-se sempre: homem, habitação, humanidade; (húmido/úmido admite duas grafias desde o Latim); as consoantes não articuladas nos vários países, caem todas: seleção, ação, redação, redator; as articuladas em algum país mas não noutro(s), admitem dupla grafia: recepção/receção; excepção/exceção, e ambas são corretas; o uso do hífen (-) continua complexo. E assim me despeço do autor que nós leitores conhecemos por E. F. (Conhecemos, no passado ou no presente?).

"(DES)ACORDO ORTOGRÁFICO"



RESPOSTA PUBLICADA NO DIÁRIO DE NOTÍCIAS DE 21 DE ABRIL 2008
ASSINADA POR E. F.
(Des)Acordo Ortográfico
Data: 21-04-2008

Esta é, de fato, uma ação que afeta a armonia do nosso Portugal e entristece-me o otimismo com que alguns tentam batizar este acordo como correto. Assim ficará uma frase com o Acordo… Eu mesmo, na Éire, ando a seguir com muita atenção esta situação do Governo Socialista querer impor um Acordo Ortográfico: procurei ver o Prós e Contras, complementar com alguns vídeos no Youtube e com sítios na Internet. E fiquei com a ideia de que os argumentos a favor são muito fracos, diria fraquinhos!… Acordo Ortográfico?! Diria: submeter-nos à vontade do Brasil?

Que eu saiba, a Terra de Vera Cruz terá como uma das principais consequências, para não dizer única, a queda do trema, que seria neste caso "conseqüências". E a terra Lusitana terá o triplo das alterações, algo justíssimo?!

Imagine-se que eu enviava, da República da Irlanda, um postal para o Sr. Miguel Fonseca que dizia: "eu e os meus amigos andamos pela Ulster", o Sr. Fonseca não conseguiria perceber se era Presente ou Pretérito Perfeito! Não saberia se eu andei no Norte da República da Irlanda ou na Irlanda do Norte.

A língua portuguesa tem tantos sotaques que a caracterizam e isso nunca foi, nem será, problema. As diferentes maneiras de escrever fazem parte da cultura do país, é isso que nos diferencia.

Não são unicamente 10 milhões que escrevem o português de Portugal, são muitos mais, basta ver quantos emigrantes tem Portugal pelo Mundo… Não pode ser uma questão de números, não se pode tratar a questão tão levianamente.

A língua portuguesa torna-se mais abrasileirada do que o "brasileiro" se torna aportuguesado, volto a frisar que o número de palavras que muda, em Portugal, é três vezes superior ao que muda no português do Brasil. O argumento é que eles são 160 milhões?! E são só 3% das palavras?! E a frequência com que se usa esses 3% de palavras?

Dizer que irá facilitar o ensino do português é uma falácia, isto virá complicar, senão vejamos: "time" é um termo anglicano (de team), utilizado pelos brasileiros "incorrectamente", para equipa. Para uma criança portuguesa será tradução para tempo ou para equipa?

Eu olho para o inglês do Reino Unido e para o inglês dos Estados Unidos da América e existem diferenças, mas alguma vez existiu algum acordo?

Deixaram de se entender por isso? Nunca! Alguma vez o Reino Unido aceitaria americanizar a sua língua? Nunca! Acha que a França e a Espanha aceitariam um acordo do Canadá, da Venezuela ou de outro país latino?! Nunca!

Porque é que nós temos que abrasileirar a nossa língua? Estamos a vender a nossa alma, estamos a abdicar de parte de Portugal, do que nos caracteriza. Portugal, tal como se submeteu aos ingleses com o Mapa Cor-de-rosa, vem demonstrar, uma vez mais, que está disponível para deitar fora o que, para os portugueses, é mais importante - a língua. Para os que dizem que é somente uma alteração de grafia, afirmo que a escrita influencia a leitura e a pronúncia (exemplo: "falámos" e "falamos" que ficará "falamos", como consegue distinguir?)

Tal como se escreveu noutra carta: "Portugal será o Santuário da língua", se bem me recordo da definição de Santuário - lugar onde se pratica a religião - então deixem este (des)acordo e "levantai hoje de novo o esplendor" da língua PORTUGAL! ...


(assinado) E. F.

ACORDO ORTOGRÁFICO II


DIÁRIO DE NOTÍCIAS, Data: 18-04-2008
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O Acordo Ortográfico
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Sobre o Acordo Ortográfico, convém lembrar alguns princípios. A queda das consoantes mudas é um movimento próprio da Língua Portuguesa e nada tem a ver com a variante brasileira da língua. Alguns exemplos de entre milhares: "sancto", "victoria", "producto", "lucta", etc.
Dizer que as consoantes mudas servem para abrir as vogais: é uma explicação que nada tem de científico, pois essas consoantes têm explicação etimológica e não fonética. Senão, como explicar a fonética dos seguintes termos: actual, actividade, actuação, actuar, em que a consoante "c" não contribui para a abertura da vogal "a".
A consoante epentética (no meio) nunca cairá quando for articulada num dos países, considerando-se correcta a dupla grafia. É o caso de "facto". Como hoje já acontece em muitos casos - "registo"/"registro", "planear"/"planejar", "aluguer"/"aluguel" (meu avó materno, do Seixal, ainda dizia "aluguel".
O argumento de que a queda das consoantes mudas poderá provocar o fechamento das vogais (hipótese admissível) é esquecer, no entanto, que palavras como "baptizado" ou "baptismo" têm o primeiro "a" aberto, mesmo quando a prolação é feita por analfabetos que desconhecem que essas vocábulos se escrevem com essas consoantes mudas.
A própria palavra "prolação" (pronunciamento) ou "inflação" não precisam de dois "c" para que se verifique a abertura do "a" medial. O argumento do mercado: se alguém tem a ganhar com a unificação ortográfica são os editores portugueses: ganham um mercado de 190 milhões de brasileiros enquanto estes acrescentam ao mercado apenas dez milhões de portugueses, além dos africanos.
O Brasil quer ser uma potência. Precisa de uma língua universal e tem interesse no acordo. Mas ele já impõe, obviamente, a sua ortografia em muitos areópagos, e é na ortografia brasileira que muitos livros, nomeadamente na área da linguística, estão escritos. E nos organismos onde a Língua Portuguesa é ou será Língua de trabalho, como a ONU, haverá uma só norma ortográfica. A 14 anos do II Centenário da Independência do Brasil, alguns sectores comportam-se em Portugal como a corte de Lisboa, que exigiu a D. Pedro que regressasse à Europa.
Será que esses resquícios de colonialismo não terão o mesmo efeito na declaração da independência linguística do Brasil, farto de aturar alguma arrogância cultural de certos círculos lusos? Tomáramos nós que esta nossa Língua - nossa, dos lusofalantes - se universalize, mesmo que na versão brasileira: quando isso acontecer, Portugal, tal como a Inglaterra para o Inglês, será sempre o santuário de onde saiu a Língua e onde hão-de acorrer os que a quiserem conhecer na fonte. Sejamos patriotas, mas universais.
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domingo, 20 de abril de 2008

SÉRGIO MARQUES, "O SENHOR COESÃO"


A NOTÍCIA QUE SE SEGUE FOI PUBLICADA NO TRIBUNA DA MADEIRA SOBRE O DEPUTADO EUROPEU SÉRGIO MARQUES


“O Senhor Coesão”
ANTÓNIO JORGE PINTO

Percebe-se. Sérgio Marques pode ser um problema

para alguns

O reconhecimento, em forma de elogio, não vem de nenhuma figura de topo do PSD/Madeira. “O Senhor Coesão” é madeirense, trabalha e vive em Bruxelas, nos bastidores e corredores do Partido Popular Europeu (PPE), ou seja, muito longe de casa e da política paroquial, é assim que o tratam.

Outros que assim fossem chamados teriam ido logo a correr dar a notícia a alguns jornalistas, para verem o encómio ampliado, difundido e repetido. Mas, no caso concreto, a informação chega ao conhecimento dos jornalistas por intermédio dos que quotidianamente com ele trabalham.

Não se pode dizer que o anúncio tenha apanhado todos de surpresa. Há anos que o visado se revela sensato, culto, competente e trabalhador. Aliás, naquele fórum que é centro de enorme poder, onde se decide tudo o que tem a ver com o futuro da Europa, do Mundo e da própria Região, só os competentes, capazes e empenhados podem almejar um epíteto à medida e dimensão daquele que foi concedido a outro europeísta de casta única, Jacques Delors, que recebeu o cognome de “O Senhor Europa”.

Por aquelas bandas tudo é bem diferente. A qualidade de vida, a qualidade cultural e intelectual. A qualidade da democracia. Com uma enorme vantagem. Além da qualidade ser muito superior, o preço é muito mais barato lá do que cá. Ali triunfa a competência e não a mediocridade. Ali o conceito de superior está “anos-luz” de outras ideias idênticas mas de dimensão paroquial e que, para além de soarem a falso, são bacocas e bolorentas. O primeiro que se atrevesse a classificar de “bando de loucos” os eleitos democraticamente, finava aí a carreira política.

Foi precisamente para que o respeito entre as nações imperasse e não a guerra destruidora, que um par de homens visionários e humanistas deram início, há 50 anos, a essa união da Europa das Nações. O projecto, naturalmente, excluía do seu seio todos os biltres, abrindo-se apenas a homens que quisessem dar o seu contributo válido e democrático por uma Europa de paz, progresso e solidariedade, mas, e acima de tudo, respeitadora da diferença e da cultura dos povos. Foi também para acabar com os ódios, os rancores, a arbitrariedade e a sobranceria que a Europa se uniu nesse objectivo.

Homens como “O Senhor Coesão” são reconhecidos pela dedicação a essa grande causa. Habituaram-se por isso a tratar a diferença com respeito e a aceitá-la como uma riqueza colectiva. São pessoas que com competência, trabalho e espírito de tolerância ajudam a carrilar a Europa a 27 para um sentido mais próspero, de maior coesão social e mais virada para as pessoas. São pessoas que se incomodam com a vergonha e com o disparate. São pessoas que coram com o elogio.

Quando Carlos Coelho, coordenador dos eurodeputados portugueses dentro do PPE, senta-se de frente para a comitiva e começa a dissertar sobre os passos e os caminhos da construção europeia, nota-se-lhe a admiração que nutre pelo trabalho “competente” do eurodeputado madeirense Sérgio Marques.

Mas de cada vez que Carlos Coelho se refere a Sérgio Marques como “O Senhor Coesão”, vê-se que o político madeirense não consegue esconder o incómodo que lhe causa o louvor. Rebola-se na cadeira e movimenta o olhar no vazio, como que à procura de uma qualquer coisa onde se possa esconder.

Outros teriam uma outra reacção e até pagariam para ouvir um rasgo destes acerca deles. Temos exemplos. Há quem nada de significativo tenha feito ainda mas faz um esforço patético para gerir a questão do delfinato, com hipocrisia e fingimento, de acordo com as suas conveniências, negando inclusive a jornalistas que esteja interessado no cargo para depois anunciar que, afinal, decidiu sair da corrida. Fanfarronice.

Lá longe na Europa, fruto do seu trabalho pela coesão europeia, da luta sistemática pelo reconhecimento das ultraperiferias, empenhando-se numa Europa dos cidadãos e dos mais pobres, há um madeirense a subir degraus e a caminhar para o topo. Mas sempre modesto, sensato, prudente e, acima de tudo, pouco dado aos holofotes. Por cá, se calhar, alguns preferem ficar a morder-se de inveja com o reconhecimento a admitir o mérito. Percebe-se. Sérgio Marques pode ser um problema para esses. Já agora, para que a inveja cresça, o encómio foi feito na presença de testemunhas importantes. Com efeito, na sala onde tudo isto aconteceu, havia uma significativa delegação da JSD, tendo à cabeça a sua líder, Nivalda Gonçalves.

A SUGESTIVA 1ª PÁGINA DO JORNAL DA MADEIRA DE HOJE

sábado, 19 de abril de 2008

LINGUAJAR MADEIRENSE NO "RABO DO GATO"


“Um quarto dia”, uma mandado, tracista, peguelhar, resonda, acarão, entremelado, renheta, inzonado, levantada, expressões e termos do Madeirense Linguajar, léxico que fui recolhendo ao calhas no bogue o-rabo-do-gato que hoje, já com atraso, junto aos blogues linkados aqui; outros têm ficado por incúria.
Há, de facto um léxico e uma sintaxe madeirense que os alunos madeirenses escrevem inconscientemente e deviam-no fazer com consciência e conhecimento para poderem aprender o Português padrão. Entendo que para leccionar a Língua Portuguesa na Madeira, os docentes deveriam ter formação específica sobre o Linguajar Madeirense.
Entretanto, é muito interessante o trabalho literário e lexical que vem sendo feito por Lília Mata no rabo-do-gato, para defensa da cultura e da identidade madeirense.

"Começa por fazer o que é necessário, depois o que é possível e de repente estarás a fazer o impossível", São Francisco de Assis


SÃO FRANCISCO DE ASSIS (Assis, 26 de setembro de 1181 — 3 de Outubro de 1226)

"ALBERTO JOÃO JARDIM À LIDERANÇA DO PSD E JÁ"

DIZ O URBANIDADES

Alberto João Jardim à liderança do PSD e já!

Luís Filipe Menezes demitiu-se de líder do PSD e convocou eleições directas já para Maio.
Chegou a hora do dr. Alberto João Jardim apresentar a sua candidatura. É a única solução credível.
Há tempos, Luís Filipe Menezes dizia que queria "um PSD à Alberto João Jardim", noutro momento dissera de novo: "Quero um PSD à moda da Madeira".
Eis a oportunidade.
São diversas as vezes em que o dr. Alberto João vai discursar a algumas estruturas partidárias do PSD do continente, dando lições, onde é aplaudido, aclamado e apontado como uma referência mundial.
O próprio Presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, diz que o dr. Alberto João Jardim é «um exemplo supremo na vida democrática do que é um político combativo» considerando o desenvolvimento da Região como uma "obra ímpar" .
Almeida Santos, presidente do PS, em época de eleições regionais disse: "apesar da linguagem, Alberto João Jardim é um estadista, com uma grande obra feita na Madeira e um político sério". E continuou dizendo que não põe "as mãos no fogo por muitos políticos da Madeira, mas que por Alberto João ponha".
Ora, perante uma individualidade destas, o melhor que o PSD tem é de facto o dr. Alberto João Jardim, é uma personalidade política perfeita, surge como o ideal para o PSD.
Por isso, e numa fase em que está de saída do Governo Regional, considero que os senhores do PSD deveriam organizar comitivas de apoio à Madeira para convencer o Dr. Alberto João a se candidatar.
Ou será que ninguém vai se lembrar da "grande estrela"? Não me digam que com todos aqueles requisitos, afinal, o homem não serve para líder do PSD nacional? Só serve mesmo para a Madeira? Não façam essa maldade!

Publicado por Rui Caetano às 23:09 0 comentários

sexta-feira, 18 de abril de 2008

A PALAVRA DO CHEFE DE ESTADO




Quando o Presidente da República chegou à Madeira, do ponto de vista da semântica política, Cavaco Silva e Alberto João Jardim estavam em pólos opostos, por via das declarações do líder social-democrata. Ora, essa era uma situação incómoda para o Presidente da República que, enquanto tal, não pode senão situar-se noutro plano. Tanto mais, que um dos protagonistas é Presidente da República e o outro Presidente do Governo.
Contudo, com o decorrer do processo e o exercício dos diferentes actores políticos, igualando-se na verbo e na atitude, e não falo de graus mas de geometria política, o Chefe de Estado foi sendo recolocado no lugar que lhe é próprio, o que lhe permite agir sem se envolver. Ou seja, Cavaco Silva pode agora, confortavelmente, e acima das partes, fazer o discurso institucional de apelo às responsabilidades dos agentes políticos sem ter de situar-se, como não lhe convém, em qualquer dos campos envolvidos na normal disputa político-partidária. Com, reconheça-se, o contributo da Oposição. Resta saber se por estratégia política consciente se por falta de perícia política. Contudo, e mais uma vez, depois disto tudo, Alberto João Jardim sai do isolamento em que se havia colocado no início de todo este processo. Com ajuda de quem?
Uma coisa é certa, não podem os partidos da oposição nem a nível nacional nem a nível regional pedir ao Chefe de Estado que cubra as suas insuficiências. E essa tem sido uma tentação em que constantemente têm caído. Agora e no passado.

AFRODITE


Afrodite, deusa da Beleza e do Amor e da Estética, a literária inclusive.



Lido na blogosfera:
“[Releva-se] a sátira, qualidade literária (…) [do autor]”
Conspiração às sete


“Este blogue não faz parte de nenhum fórum literário”
Apontamentos Sem Nome

terça-feira, 15 de abril de 2008

A FRASE: "Da parte dos poderes regionais, por seu turno, deve ser cultivada a dignidade que justamente reclamam para si próprios", Cavaco Silva na ALR

O RAPTO DA AUTONOMIA

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Quem são aqueles dois cavaleiros que raptam a Autonomia (muito bem embuçada aqui na imagem da Europa)? Uma pista: um deles, apresenta-se perante o País, a Europa e o Mundo como o grande paladino das grandes cavalgadas autonómicas! Eu bem que sempre desconfiei...

FAMA PROTESTA





O basta-que-sim está em condições de dizer que se aguarda a todo o momento um comunicado violento da Fama contra este momento triste de manifestação colonial a que se assiste, com a supressão dos órgãos da Autonomia, nomeadamente o Parlamento da Madeira.

PACTO ENTRE OS TITULARES DOS ÓRGÃOS DA AUTONOMIA TRANSFORMA A MADEIRA NUMA COLÓNIA



Ou seja, por estes dias assiste-se a este absurdo: o pacto de vontades entre os titulares dos órgãos da autonomia transformaram por este dias a Madeira numa colónia, sem parlamento e sem representação das populações, remetida a um silêncio próprio de uma colónia sem voz.
"Quem é que é que é, quem é que não acha/que o PSD põe o colonialismo em marcha"?.

PARABÉNS, DR. ALBERTO JOÃO JARDIM



Quais os objectivos de Alberto João Jardim para esta visita presidencial?
Objectivo fulcral: que não se realizasse a sessão da Assembleia, não pela sessão em si mas pelos seus efeitos colaterais. Ninguém, nenhum partido, podia cumprir os seus objectivos, e que eram:

a) O PND: “a caricatura do regime com a sua estátua de bronze”;
b) O líder do PS, “ a ideologia separatista e antilibertária do regime”;
c) O PCP: “a miséria e os 80 mil pobres”
d) Bloco de Esquerda: “pobreza e falta de democracia parlamentar”
e) O CDS: discurso de "equidistância entre os governos PPD/PS";
f) O PPD: linguagem hiperbólica sobrepondo-se a tudo isto;
g) MPT – colagem ao poder.

(Devo dizer que já assisti a sessões solenes do 25 de Abril e do 1º. de Julho em que a linguagem é imprópria de uma efeméride comemorativa, sem distinção).

Isto é, ninguém podia causar escândalo que pudesse ser notícia a nível nacional. O líder do PSD antecipa-se deliberadamente e cala tudo isso. Isto é, para se livrar do escândalo, contra si e o seu regime, Alberto João Jardim lança intencionalmente uma atoarda e transforma-se no centro do furacão. O alvo, como sempre, não é gratuitamente pessoal, mesmo que objectivamente o seja, mas político. E mais uma vez a comunicação social do Continente caiu na cilada: a Madeira é o Alberto João
e o Alberto João é a Madeira. O resto não existe.
Alberto João Jardim podia ter sido vencido nesta estratégia? Podia. Por três formas, se bem que uma delas seja apenas teórica:
a) Que um partido da oposição, bastava um, tivesse proposto na ALR um convite ao Presidente da República;
b) Que a Assembleia, enquanto instituição, tivesse convidado o Presidente para uma sessão parlamentar;
c) Que o Presidente da República tivesse imposto uma sessão do Parlamento.
Note-se que, para conseguir este objectivo, teve de assistir-se a este paradoxo: Alberto João Jardim, o Grande Autonomista, fez-se tratar e foi tratado pelo Presidente da República como Governador do Distrito Autónomo do Funchal. Já não é a primeira vez que tal acontece. Lembro-me de uma célebre reunião em Belém, no tempo de Sampaio, para tratar da Revisão Constitucional, em que, pela Madeira, só esteve Jardim. Nessa altura, submeti e fiz aprovar um comunicado violento na Comissão Política do PS (contra os timoratos do costume) denunciando essa situação.
Ou seja, e em síntese, nesta visita todos falharam, até ao momento os seus objectivos.
Quanto ao líder do PSD, missão cumprida.
Parabéns, a Alberto João Jardim.
Sentidos pêsames à Oposição.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

O ACORDO ORTOGRÁFICO


ACORDO ORTOGRÁFICO – UMA OPORTUNIDADE DE AFIRMAÇÃO UNIVERSAL DA TERCEIRA LÍNGUA DO HEMISFÉRIO OCIDENTAL

1. A queda das consoantes mudas é um movimento próprio da Língua Portuguesa e nada tem a ver com a versão brasileira da língua
Alguns exemplos:
Sancto, Sanctidade, sanctíssimo
Victor e victoria
Producto e producção
Lucta, luctar, luctador
Assumpto e assumpção
Atitude escrevia-se em Latim “aptitudo” – caiu o “p”.


2. Abrir as vogais: é uma explicação que serviu para o ensino primário mas nada tem de científico; subsistem algumas consoantes mudas apenas por inércia da ortografia oficial, nada têm a ver com a fonética mas com a etimologia latina.

Senão, como explicar a fonética dos seguintes termos:
actual, actividade, actuação, actuar, em que a consoante "c" não contribui para a abertura da vogal "a";
O argumento de que a queda das surdas poderá provocar o fechamento das vogais não tem base científica. Imagine-se, os nossos pais e avós a dizer baptizado, baptismo, baptizar, Baptista, analfabetos, a maioria da população, não sabiam que lá havia o "p" e não deixavam de fazer a prolação (pronunciamento) do "a" aberto. E então dizia-se às criancinhas que chegavam à escola: "olha, sabes porque é que dizes "baptizado" com o "a" aberto? Porque tem lá o "p", senão dizias "bâtízádo"! É claro que o "p" permanecia e permanece lá por inércia convencional, e porque etimologicamente era articulado.

2.1
Inflação não precisa de dois “c” para abrir o “a” (às vezes bem que se abre); prolação, igualmente; etc.

3. O argumento do mercado: se alguém tem a ganhar com a unificação ortográfica são os editores portugueses: ganham um mercado de 190 milhões; também os editores angolanos, moçambicanos, etc., no futuro, ficarão a ganhar; actualmente, os brasileiros ganham o mercado português, angolano, moçambicano, etc. que andará à volta de 45 milhões.

4. O Brasil quer ser uma potência. Precisa de uma língua universal e tem interesse no acordo. Mas ele já impõe, obviamente, a sua ortografia em muitos areópagos, e é na ortografia brasileira que muitos livros, nomeadamente na área da linguística, estão traduzidos.

5. A 14 anos do II Centenário da Independência do Brasil, alguns sectores comportam-se em Portugal como a corte, que exigiu a D. Pedro que regressasse à Europa.
Será que esses resquícios de colonialismo não terão o mesmo efeito na declaração da independência linguística do Brasil, farto de aturar alguma arrogância cultural de certos círculos lusos?

6. O que preferem certos meios portugueses:
1. Encontrar em muitos organismos internacionais a tradução espanhola para os portugueses ou a versão brasileira da Língua Portuguesa?

7. Tomáramos nós que esta língua se universalize, mesmo que na versão brasileira: quando isso acontecer, Portugal, tal como a Inglaterra para o Inglês, será sempre o santuário (que já foi "sanctuário")de onde saiu a Língua de Camões e de Machado de Assis.

Uma última nota: e que versão portuguesa, pergunto como Madeirense: uma versão que despreza as variantes regionais do Alentejo, das Beiras, do Minho, do Algarve, dos Açores, da Madeira, de Trás-os-Montes, do Ribatejo, da Estremadura?
http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?headline=98&visual=25&article=339484&tema=28

O MAR NA DOCA DO CAVACAS


Foto de Agostinho Spínola e que foi publicada no DN da Madeira. (Foto obtida através do Ultraperiferias).

sábado, 12 de abril de 2008

RTP-MADEIRA CHEGA FINALMENTE À EUROPA




É verdade, ao fim de trinta e dois anos de autonomia, a RTP-Madeira, respeitando o critério jornalística do interesse da notícia, e não o interesse partidário da cor do partido (no poder), a RTP-Madeira abre o telejornal com uma veemente declaração política do líder da Oposição sobre os efeitos dos recentes temporais e as responsabilidade políticas que é necessário apurar. Parabéns ao respectivo Director, que, reconheça-se - sem abdicar do direito de crítica que aqui temos formulado e continuaremos a formular - alterou qualitativamente para melhor a informção, posto que ainda longe do que seria de esperar - sobretudo nos programas de debate político - de uma televisão europeia, para mais pública e com obrigações de Serviço Público.

IMAGENS DO DUBAI, PARAÍSO DA ALTA FINANÇA