Desde o início, o CDS nunca disse sim, nunca disse sequer talvez e agora insinua que podia ter sido sim se tivesse sido ouvido, ele que nunca sequer quis saber o que era a Plataforma Democrática. Mas, afinal, o que leva o CDS, quase sempre tão peremptório e até fazendo política à base de sound bytes próprio de um expert da comunicação social, como é JMR tal qual Portas, a não ser claro, decidido, incisivo e peremptório? Muito simples, e tenha o CDS a coragem de assumir.
1. Como já foi claramente assumido, o CDS tem a ambição de vir a ser o terceiro partido, senão o segundo na ALR (claro, agora virá a observação superficial de que eu estou a admitir, em Democracia admite-se tudo, em teoria, mas essa hipótese de o CDS liderar a Oposição é legítima mas não tem credibilidade de espécie nenhuma nem fundamento;
2. A segunda ambição do CDS é ser um partido indispensável à formação do governo autónomo, o que pressupõe a perda da maioria pelo PSD. Esta hipótese, que não vou aproveitar para comentar o seu significado político de o CDS não querer substituir o PSD mas segurá-lo no poder, joga, teoricamente, com a anterior, mas é artimeticamente uma impossibilidade.
3. Repare-se: se o CDS visse, por hipótese teórica, a vir a ser o segundo partido, era preciso ou que o CDS subisse muito - note-se que, neste momento a terceira força no parlmento é o PCP, não o CDS - e que o PS descesse drasticamente. Está demonstrado que o PS só deixaria de eleger um deputado à AR se o PS não concorresse. Logo, o CDS está a apostar num jogo em que o resultado não só é completamente imprevisível, como, no actual quadro parlamentar, impossível.
4. Como é que o CDS poderia conseguir para si o essencial no Parlamento, que é ser Governo ou indispensável à maioria? Por incrível que pareça ao CDS, isso só é possível se da Plataforma Democrática resultasse uma força política e eleitoral maior que o PS, o PCP, o CDS, o MPT, o PND e o PCP juntos.
5. Ou seja, quem pode servir a estratégia eleitoral do CDS, que ele julga prejudicada pela Plataforma Democrática, seria uma força eleitoral resultante da Plataforma capaz de alterar o actual quadro parlamentar.
6. Queira o CDS entender ou não, quem, de facto, eleitoralmente, sairia prejudicado pela Plataforma Democrática, se é disso que se trata para o CDS, é o PSD e não o CDS.
7. Como é que o CDS sai desta? Simples, não se compromete nem se coloca de fora, também isto não é uma coligação. A Convenção é o lugar para a separação das águas. Fazê-lo agora é correr o risco de vir a ser esmagado pelo processo. O CDS decidirá.
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