sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Os aditícios e diminuendos de Bernardino da Purificação
Bernardino da Purificação, nome, pseudónimo ou heterónimo de pessoa ou personagem, mas sem identidade espontaneamente desvelada, posto que presumível, e, desse ponto de vista, sem nome ou ortónimo, que tanto dá, irrevogável e individualmente atribuível, o que lhe confere o estatuto equiparado ao de um qualquer anónimo ou sem assinatura reconhecível, direito que, primacialmente, lhe assiste, em eventual conflito com o sistema, sim, sistema, não duvide, mas, ainda assim, não necessariamente descrente das suas virtudes e virtualidades, vê, como o sistema vê, o sistema que a si se não vê, porque não se enxerga, vê Bernardino, Bernardino, que nunca parece ter descortinado a patologia profunda do sistema, mesmo que ele revele, desde há muito, ainda, quem sabe, do tempo em que Bernardino o promovesse de caneta em riste, crescentes sintomas e frequentes delírios, alucinações e abulia, isto para usar a nomenclatura, e não me refiro à nomenclatura do sistema, do campo patológico ou psicanalítico que Bernardino usa, que o PS padece, congenitamente, de esquizofrenia, partindo do dado de que há nele interesses económicos: se esse, o do económico, é o critério para o diagnóstico, qual será o síndroma do PSD dos muitas e variegados interesses económicos, personalidade múltipla ou desagregação acelerada e galopante da personalidade política? Sim, o que é aquilo, aquela coisa que nos governa ou já nos não governa? Bernardino da Purificação, meu caro senhor, vá por mim, de barroco e rococó não desmerece gongoricamente da culteranista pena, mas de análise política, ou do bisturi, falta-lhe a clarividência da objectividade e o ainda necessário maior distanciamento anímico, mesmo que o distanciamento físico lhe possa criar a ilusão de já poder diagnosticar sem risco para o paciente, tenha paciência.
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