Chega de acusarem os Madeirenses de viverem com o dinheiro dos continentais. Ele é Miguel Sousa Tavares, ele é Vital Moreira, ele é todo e qualquer bicho-careta que bota prosa nos jornais do Contiente: a Madeira vive à custa de Lisboa! Mas enquanto foram os outros, é como quem diz, isso é bala que resvala pela couraça da minha indiferença. Agora, que os principais responsáveis políticos regionais no poder há quase quatro décadas, já quase tanto tempo dura a Madeira Nova como o Estado Novo, venham dizer que o Orçamento do arquipélago para 2009 está dependente da discussão da primeira revisão da Lei de Finanças Regionais (LFR), ou seja, que o nosso Orçamento, que já inclui todas os impostos cobrados cá, ainda seja dependente de uns míseros cêntimos de transferências de Lisboa, é demais.
Ou será que não são uns míseros? Ou será que, afinal, são uns milhões? Ou será que somos pobres e mal agradecidos? Ou será que somos "proves e ingretas" (pobres e ingratos)? Ou será que, por trás de tanta basófia e tanta arrogância, andamos mesmo de mão estendida a Lisboa? Ou será que somos mesmos uns desgraçados de uns indigentes? Ou será que mais autonomia é mais transferência, e mais transferência é mais dependência, e mais dependência é mais opróbrio, e mais opróbrio é mais vergonha, e mais vergonha exige mais disfarce, e mais disfarce exige mais vozearia, e mais vozearia é disfarce, e quem disfarça quer esconder. Esconder o quê? Que mais autonomia desta equivale a menos autonomia real porque é financiada pelo dinheiro de quem nos paga? Em qualquer caso exijo saber: quanto é que eu, afinal, devo a Lisboa? Responda J. Ramos, AJJ, Vital, Sousa Tavares e tutti quanti.
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