segunda-feira, 22 de setembro de 2008

JORNALISTAS/ANA- LISTAS TITULARES E NÃO TITULARES

Adaptando este modelo, que considerei uma delícia, procedi a este exercício:

Já que muitos jornalistas e comentadores defendem e compreendem o modelo proposto para a avaliação dos docentes, estranho que, por analogia, não o apliquem a outras profissões (médicos, enfermeiros, juízes, etc. e, claro, jornalistas). Se é suposto compreenderem o que está em causa e as virtualidades deste modelo, vamos imaginar a sua aplicação a uma outra profissão, jornalistas, por exemplo.
A carreira seria dividida em duas: jornalista titular (a que apenas um terço dos profissionais poderia aspirar) e jornalista ordinário. A avaliação seria feita pelos pares e pelo chefe de redacção. Assim, o jornalista titular teria de ler e analisar três trabalhos jornalísticos dos seus colegas subordinados, por ano, verificar a qualidade segundo o modelo clássico da notícia, qualidade do texto e integração no modelo jornalístico respectivo – notícia, reportagem, crónica, análise política, desportivo, etc. Avaliaria também um portefólio com o registo de todos trabalhos executados durante um determinado período, com todos os planos de acção, tratamento da notícia e credibilidade junto do público leitor.
O jornalista teria de estabelecer, anualmente, os seus objectivos: tipo de notícia a tratar, imparcialidade, igualdade de tratamento perante os agentes sociais e políticos. O efeito nefasto ou de alarme da notícia na tranquilidade pública, nomeadamente terramotos, inundações, incêndios, epidemias, mortes, revoluções, ciclones, seria penalizadora para o jornalista, bem como todos os casos de insucesso na transmissão da notícia, ainda que o grau e o risco da calamidades em causa fossem por causas naturais ou alheias ao jornalista. Seriam avaliados da mesma forma todos os jornalistas, quer fossem notícias de casos do dia, necrologia por causas naturais, teatro de guerra, deslocação a zonas de catástrofe, desporto, concertos, eventos sociais, etc. Poder-se-ia estabelecer a analogia completa, mas penso que os nossos 'especialistas' na área da educação não terão dificuldade em levar o exercício até ao fim. A questão é saber se consideram aceitável o modelo? Caso a resposta seja afirmativa, então porque não aplicar o mesmo, tão virtuoso, a todas as profissões?

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