Duas linhas
Mário Crespo acusou Sócrates de o querer silenciar. E fê-lo com base numa coisa que lhe contaram. Pior do que isso, numa conversa que alguém terá escutado num restaurante. Mário Crespo é jornalista e essa sua condição faz toda a diferença nesta história. Não só não há notícia no 'diz que disse', como também existe a regra de que o jornalista não é notícia.
Contudo, ao que parece, o Mário Crespo jornalista quis fazer tábua rasa de tudo isto e criar, à pala de uma bilhardice, um clima de vitimização. Quis aparecer como um perigoso jornalista a abater, mesmo que a ideia mais forte que tenhamos dele seja a de um senhor que conta histórias enquanto a meteorologia diz que vai chover a Norte e fazer sol a Sul.
É verdade que poder e liberdade de expressão não rimam, nem em Lisboa, nem cá na ilha. Mas uma coisa é essa dialéctica, e outra, completamente diferente, é esta ideia generalizada de que os jornalistas estão acima de qualquer suspeita ou crítica. Não estão. Fica mal isto de ir atrás de bilhardices de mesa de café ou de restaurante, dando-se uma importância que, de facto, não se tem.
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