terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Gente virada para a frente, Ferreira Fernandes

As autoridades reagiram com prontidão à catástrofe da Madeira. Não, não me refiro à protecção civil, isso é uma ciência que eu não domino. Eu é mais homens. A primeira das autoridades - Cristiano Ronaldo, evidentemente - logo nas 24 horas seguintes à dor meteu um golo e ofereceu três aos companheiros. Segundo os jornais espanhóis de ontem, a melhor exibição desde que está em Madrid. Conheço muito menino que respondia com desânimo à catástrofe na terra, ai, eu estou que nem me aguento, três dias de baixa. Cristiano Ronaldo meteu os dentes, literalmente, foi assim que segurou a camisola do clube para mostrar a camisola interior onde estava escrito: "Madeira." Escrevera-o com essa fisgada, para depois de marcar aquele livre de bola com motor de propulsão (violenta para ir ter à bancada de fundo) e sistema de desmaio (que a faz cair automaticamente quando lhe cheira a redes). Golo metido, homenagem pátria exibida, outro qualquer sentir-se-ia com o dever cumprido, mas ele continuou empolgado. Para grandes catástrofes, grandes exibições - há artistas assim. Outro homem à altura: Alberto João Jardim. Mais uma vez não me peçam análises. Jardim: "Em Abril é o mês das flores. Venham à Madeira." Pensando melhor, analiso: quem em Fevereiro de lama fala das flores, em Abril é um líder.

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