sábado, 2 de fevereiro de 2008

CATARINA EUFÉMIA - o Alentejo a ferro e fogo

Catarina Eúfémia, a imagem de um Alentejo sofrido, mas indomado e indomável, o Alentejo que correu com os castelhanos na batalha dos Atoleiros, enquanto os grandes terratenentes se bandiavam para os lados de Castela. Ouçamos de memória a voz de Zeca Afonso cantando os sem-terra de Além Tejo no poema "Cantar Alentejano" de Vicente Campinas, musicado por José Afonso, no álbum "Cantigas de Maio" editado no Natal de 1971.



“Chamava-se Catarina
O Alentejo a viu nascer
Serranas viram-na em vida
Baleizão a viu morrer
Ceifeiras na manhã fria
Flores na campa lhe vão pôr
Ficou vermelha a campina
Do sangue que então brotou
Acalma o furor campina
Que o teu pranto não findou
Quem viu morrer Catarina
Não perdoa a quem matou
Aquela pomba tão branca
Todos a querem p’ra si
Ó Alentejo queimado
Ninguém se lembra de ti
Aquela andorinha negra
Bate as asas p’ra voar
Ó Alentejo esquecido
Inda um dia hás-de cantar”

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