sábado, 16 de fevereiro de 2008
A PSEUDO DIALÉCTICA ENTRE FORMA E CONTEÚDO
Discute-se muitas vezes a questão da forma e do conteúdo, dizendo que este é que é importante em detrimento da forma. Todavia, a grande diferença das correntes filosóficas, ideológicas, artísticas, literárias, reside nos significados que haurem da realidade, suportados por formas, pelas diferentes formas, nomeadamente artísticas e as outras. Essas formas encontradas são já em si o significado porque resultam das diferentes visões da realidade e da busca voluntária do seu significado, de acordo com as diferentes perspectivas. É nessa busca empenhada de uma determinado modo de fazer e de proceder que se encontra a síntese da dialéctica do conteúdo e da forma. Não há bom conteúdo que salve a arte sem a forma ideal. Não há ética que perdure sem uma estética que a suporte. Não há ideologia defensável sem a pragmática adequada. Ou então estariam justificados os Gulags, os Auschwitz, os Tarrafais, sendo que, nestes últimos, não se salvam nem a forma nem o conteúdo. Na política, a forma é toda a diferença entre a ética e a ausência dela. Nenhum discurso sobre a liberdade ultrapassa a barreira da credibilidade perante a linha de arame farpado, metafórica ou real, construída pelo orador.
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