Data: 10-01-2008
Uma personagem romanesca criada no papel de médica por uma escritora contemporânea, que eu não vou dizer que se trata de Sveva Calvatti Mondignani para me livrar das chibatadas literárias dos intelectuais puros e duros, agradece a circunstância de o feto ser nado-morto porque seria filho de mãe solteira. Igual a este ser desumano de papel é um obscuro avatar do Ministério que recomenda, em circular, que se não atribua o nome de santo nem de santa nem beato que seja a escola ou estabelecimento de ensino. Vai-se, cada vez mais, confundindo o estado laico e garante das diferentes confissões por um estado promotor do ateísmo, de desrespeito pelos credos, mas, sobretudo, pelo credo maioritário no nosso País. Complexos ou ignorância da importância no ensino, na saúde, na cultura e na arte de todas os credos, mas sobretudo da Igreja Católica, que foi parte na fundação da nacionalidade, da "regionalidade" - registe-se o neologismo - e da municipalidade e, obviamente, da paroquialidade e que tantas vezes substituiu o estado onde este falhou. O avantesma anónimo da directiva confunde-se, por simetria, com o episódio da professora que foi condenada à vergasta porque não se opôs a que o nome de Mafoma fosse dado a um brinquedo infantil e não desdenharia, certamente, chicotear quem se lembrou da maioria dos nomes das nossas freguesias. Contra esse fundamentalismo burocrata apetece dizer, parafraseando o saudoso Carlos Paião: viva Santo António, viva São João, viva o São Pedro e, para absolvição dos nossos pecados, sobretudo o da soberba ignorante, viva a Santa Cruz! P. S. - Será que o mesmo burocrata vai oficiar à União Europeia para alterar os nomes da semana em Espanhol, Francês, Italiano, etc. que têm nomes de deuses romanos?.
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