segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
A rota de Pirro
PirroPirro (318–272 a.C.) (em grego – Πυρρος — "cor de fogo", "ruivo" — em latim, Pyrrhus) foi rei do Épiro e da Macedónia, tendo ficado famoso por ter sido um dos principais opositores a Roma. Ele era filho de Eácida do Épiro, e pai de Alexandre II do Épiro.
Índice [esconder]
1 Durante a juventude
2 Campanha militar na Itália
3 Campanha militar na Sicília
4 Regresso à Itália e à Grécia
5 Conclusão
[editar] Durante a juventude
A infância e juventude de Pirro foram bastante atribuladas. Tinha apenas dois anos de idade quando o seu pai foi destronado. Mais tarde, aos 17 anos de idade, os Epirotas chamaram-no para governar, mas Pirro acabou por ser destronado novamente. Nas guerras entre os diádocos, após a divisão do Império de Alexandre III, tomou parte pelo seu cunhado Demétrio I da Macedónia e lutou a seu lado na Batalha de Ipso (301 a.C.). Mais tarde, tornou-se refém de Ptolomeu I do Egipto, num acordo entre este e Demétrio. Pirro casou com Antígona, filha de Ptolomeu I. Em 297 a.C. restaurou o seu reino no Épiro. De seguida, declarou guerra a Demétrio, seu antigo aliado. Em 286 a.C. depôs o seu cunhado e tomou controlo do reino da Macedónia. Dois anos depois, porém, o seu ex-aliado Lisímaco expulsou-o da Macedónia.
[editar] Campanha militar na Itália
A Rota de Pirro
Charge retratando a chegada de Pirro e suas tropas à ItáliaEm 281 a.C., a cidade grega de Tarento, no sul da Itália, foi tomada de assalto pelos Romanos. A derrota dos Tarentinos parecia certa. Na altura, Roma já crescera suficientemente para partir à conquista - com sucesso - da Magna Grécia, ou Itália do Sul. O povo de Tarento não teve outra solução que não pedir o auxílio de Pirro.
Pirro foi encorajado a ajudar os Tarentinos por influência do oráculo de Delfos. A suas pretensões, no entanto, ambicionavam mais. Pirro almejava forjar um império em Itália. Para isso, tornou-se aliado do rei Ptolomeu da Macedónia e o seu vizinho mais poderoso e chegou à Itália em 280 a.C..
A sua força militar era extraordinária: 3.000 cavaleiros, 2.000 arqueiros, 500 fundeiros, 20 000 tropas de infantaria e 19 elefantes de guerra. Com ela, o objectivo de Pirro era não só evitar a conquista de Tarento pelos Romanos, como subjugá-los.
Devido à superioridade da sua cavalaria e dos seus elefantes, derrotou os Romanos na Batalha de Heracleia. Os Romanos perderam cerca de 7.000 homens, ao passo que Pirro perdeu 4.000. Embora o número de baixas fosse alto, a Batalha de Heracléia não costuma ser considerada uma vitória de Pirro. Desde esta vitória, várias tribos e as cidades gregas de Cróton e Locros juntaram-se a Pirro. Este ofereceu aos Romanos um tratado de paz, que foi prontamente rejeitado. Pirro passou o Inverno na Campânia.
Quando Pirro invadiu a Apúlia (279 a.C.) os dois exércitos defrontaram-se na Batalha de Ásculo onde Pirro obteve uma vitória muito a custo. Os romanos perderam 6.000 homens e Pirro perdeu 3.500. Foi um duro golpe no exército de Pirro, que não aguentaria outro desfalque semelhante contra os romanos.
[editar] Campanha militar na Sicília
Em 278 a.C., no meio de suas dificuldades e inquietações, Pirro viu-se diante de novas empresas e novas esperanças, que se lhe ofereciam, levando a hesitação ao seu espírito. De um lado, chegaram da Sicília embaixadores que lhe propuseram colocar em suas mãos as cidades de Agrigento, Siracusa e Leontinos, pedindo ao mesmo tempo que ajudasse a expulsar os cartagineses da ilha e a libertá-la de seus tiranos; de outro lado, mensageiros vindos da Grécia trouxeram-lhe a notícia de que o Ptolomeu, cognominado o Raio, tinha sido morto numa batalha contra os gauleses, e de que seu exército fora desbaratado, surgindo assim uma ocasião das mais favoráveis para se apresentar aos macedômos, que necessitavam de um rei. Pirro maldisse então a fortuna, que lhe apresentava ao mesmo tempo duas oportunidades para fazer grandes coisas; e vendo com pesar que não podia optar por uma sem perder a outra, hesitou durante muito tempo antes de fazer a escolha. Finalmente, as dificuldades da Sicília pareceram-lhe muito mais importantes, por motivo da proximidade da África, decidindo-se então por este empreendimento. Assim, após tomar tal resolução, enviou Cíneas, conforme costumava fazer, às cidades da ilha, a fim de entabular negociações. Entrementes, a guarnição que colocara na cidade de Tarento, a fim de mante-la submissa, provocara grande descontentamento entre os seus moradores. Estes mandaram-lhe dizer que, ou ele permanecia no país a fim de sustentar a guerra contra os romanos, de acordo com o compromisso assumido ao dirigir-se à cidade, ou, caso decidisse abandonar a Itália, que deixasse Tarento na situação em que a havia encontrado. Pirro, porém, respondeu-lhes secamente, dizendo-lhes que não lhe falassem mais em tal assunto, que esperassem por uma oportunidade. E, dada esta resposta, seguiu para a Sicília, onde viu, logo após a chegada, todas as suas esperanças se realizarem. Com efeito, as cidades apressaram-se em se entregar, e, em todos os lugares onde teve de empregar a força, não encontrou nenhuma resistência séria. Com um exército de trinta mil homens de infantaria e dois mil e quinhentos cavaleiros, e uma esquadra de duzentos navios, ele ia expulsando por toda parte os cartagineses e conquistando as regiões que estavam sob o seu domínio.
A cidade de Erix , entre as que os cartagineses conservavam em seu poder, era a dotada de melhores fortificações, e a que contava o maior número de defensores. Em 277 a.C., Pirro decidiu ocupá-la pela força. Quando tudo estava pronto para o assalto, tomou todas as suas armas, e, ao aproximar-se da cidade, prometeu a Hércules um sacrifício solene, bem como jogos públicos, em sua homenagem, caso lhe concedesse a graça de mostrar-se, aos olhos dos gregos que moravam na Sicília, digno de seu nascimento e dos grandes recursos de que dispunha. Feito este voto, ordenou que as trombetas soassem, dando o sinal do ataque. Quase todos os cartagineses que se encontravam sobre as murchas retiraram-se logo às primeiras flechadas. Foram em seguida colocadas as escadas, sendo ele o primeiro a subir. No alto da muralha um grupo de inimigos ousou enfrentá-lo; atacando-os, forçou uns a se atirarem de ambos os lados da muralha, e abateu outros a golpes de espada, sem que recebesse qualquer ferimento. Com efeito, ele parecia tão terrível aos cartagineses, que estes não ousavam olhá-lo de frente e sustentar o seu olhar. Após a ocupação da cidade, ele fez a Hércules um sacrifício magnífico e promo¬veu festas com jogos e combates de todas as espécies.
Havia nas imediações de Messina uma nação cujo povo eram chamados mamertinos, que causavam grandes tribulações aos povos gregos, obrigando mesmo alguns deles a lhes pagarem impostos e tributos. Este povo, numeroso e aguerrido, deviam ao seu valor a denominação de mamertinos, que, em língua latina significa marciais. Pirro chefiou suas forças contra eles e os derrotou num renhido combate, arrasando várias de suas fortalezas; além disso, mandou matar todos os que entre eles se encarregavam da coleta dos impostos. Os cartagineses, que desejavam fazer as pazes com Pirro, ofereceram-lhe, como prova de amizade, prata e navios; mas, como visava a coisas ainda maiores deu-lhes uma breve resposta, dizendo que havia um único meio de ser estabelecida a paz: a evacuação de toda a Sicília, de modo que o mar da África passasse a constituir a zona de separação entre os gregos e eles. Os êxitos alcançados e a confiança que depositava em suas forças encorajavam-no e o incitavam a tornar uma realidade as esperanças que o tinham levado à Sicília; e aspirou, assim, em primeiro lugar, à conquista da África. Para levar a efeito esta vasta empresa ele possuía um número suficiente de navios; mas faltavam-lhe marinheiros e remadores. Entretanto, para obtê-los das cidades, em vez de agir com habilidade e brandura, passou a tratá-las com excessivo rigor, constrangendo seus moradores e cas¬tigando com severidade os que não obedeciam às suas ordens. Ele não agira desse modo ao chegar; soubera então, melhor do que ninguém, conquistar a boa vontade de toda gente, dirigindío palavras cativantes a todos, mostrando-se confiante e não molestando ninguém. Porém, transformando-se, subitamente, de príncipe popular em tirano violento, ele adquiriu, em consequência de sua severidade, a reputação de homem ingrato e pérfido. Entretanto, por mais descontentes que estivessem, eles cediam à necessidade e lhe forneciam tudo aquilo que deles era exigido.
Em 276 a.C., o comportamento despótico de Pirro começou a fazer com que a população se descontentasse com o rei. Ainda que Pirro continuasse a levar de vencida as guarnições Cartaginesas, acabou por ter de abandonar a Sicília, regressando à Itália.
[editar] Regresso à Itália e à Grécia
Quando regressou, travou uma batalha inconclusiva em Beneventum (275 a.C.), na Itália do Sul. Desta vez, não se tratou de uma vitória pírrica sequer.
Pirro abandonou a campanha em Itália e regressou ao Épiro. Apesar da sua campanha no ocidente ter desbastado grande parte do seu exército e da sua riqueza, Pirro lançou-se à guerra: atacou o rei Antígono II, vencendo-o facilmente, e apossou-se do trono Macedónio.
Em 272 a.C., Cleónimo, um Espartano de sangue real, mas odiado em Esparta, pediu a Pirro que atacasse a cidade e o pusesse no poder. Pirro concordou com o plano, mas tencionava ficar com o controlo do Peloponeso para si mesmo. Inesperadamente, Esparta ofereceu resistência que abalou a sua tentativa de assalto. Logo a seguir, surgiu a oportunidade a Pirro de intervir numa disputa cívica em Argos. Entrando na cidade com o seu exército às escondidas, Pirro acabou por ser apanhado numa confusa batalha mesmo nas ruas estreitas da cidade. Durante a confusão, uma velha que observava do telhado atirou uma telha em Pirro, que caiu atordoado, permitindo que um soldado Argivo o matasse (algumas fontes dizem que Pirro foi envenenado por um servo).
[editar] Conclusão
Por ter sido um homem impressionantemente belicoso e um líder infatigável, embora não tivesse sido um rei propriamente sábio, Pirro foi considerado um dos melhores generais militares do seu tempo. Aníbal considerou-o o segundo melhor, a seguir a Alexandre Magno. Pirro era também conhecido por ser muito benevolente. Como general, as maiores fraquezas políticas de Pirro eram a falta de concentração e apetência para esbanjar dinheiro (grande parte dos seus soldados eram dispendiosos mercenários).
O seu nome tornou-se famoso pela expressão "Vitória Pírrica", quando da vitória na Batalha de Ásculo. Quando lhe deram os parabéns pela vitória conseguida a custo, diz-se que respondeu com estas palavras: "Mais uma vitória como esta, e estou perdido."
Pirro escreveu ainda Memórias e vários livros sobre a arte da guerra. Os escritos perderam-se, mas sabe-se que foram usados por Aníbal e elogiados por Cícero.
(wikipédia)
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