Aval, avais: por analogia com "vale, vales", o plural da palavra aval oscila entre avais e avales. Vejamos porquê:
Fernando V. Peixoto da Fonseca
Segundo ensinam as boas gramáticas (que são pouquíssimas…), os nomes terminados em -al fazem o plural em -ais, excepto mal (pl. males, a moeda real (pl. réis) e cal, pois de acordo com alguns pode ter como plural cales e cais.
Surge agora a dúvida quanto a aval. Embora Cândido de Figueiredo e a "Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira" dêem o plural avales, julgamos tratar-se de francesismo desnecessário este plural (em francês é avals).
Pensamos que, lá por aval ser um galicismo, aliás muito útil, não é preciso formar-lhe o plural à francesa, língua em que, para mais, avals também constitui excepção à regra de os nomes em -al fazerem o plural em -aux. Porque não usar avais? Aqui fica a sugestão, e a lembrança de que o prestigioso Aurélio regista os dois plurais (avais e avales), o que já é meio caminho andado.
Nem todas as palavras terminadas em -al fazem o plural em -ais. Damos como exemplo mal, males.
É interessante notar o seguinte: o vocábulo mel, além do plural méis, possui também o plural meles. E fel faz no plural feles, pelo menos em Portugal.
O que podemos fazer é o seguinte: esperar que o uso escolha entre avale e avais. Este lembra o verbo ir - embora com ele não se confunda. E é menos eufónico. Neste particular, a língua ainda está em evolução.
Nenhum comentário:
Postar um comentário