sábado, 3 de maio de 2008

OS JORNALISTAS SÃO DA CASTA DOS INTOCÁVEIS?


Os professores, os médicos, os funcionários públicos, os empresários, os sindicalistas, os políticos, os juízes, enfim, todos podem ser criticados e questionados; os jornalistas, esses, não - pertencem à casta dos intocáveis e não podem nem devem ser escrutinados. O Diário de Notícias volta à questão da pressão do PS sobre a televisão. Há um estudo que diz que o PS-M foi claramente prejudicado nos tempos de antena, coisa que o Diário, antecipando-se à ida do Director da Televisão ao parlamento regional, envolveu na nebulosa dos tempos que beneficiariam a Oposição em relação ao Governo, a ERC veio dizer que o PS regional foi subrepresentado na televisão mas nem assim o Diário dá o braço a torcer. Ou seja, o Diário acha que o PS, para não ser acusado de pressionar, deveria ficar calado, mesmo que o Diário não reconheça que errou. Por acaso já o Diário se deu ao trabalho de ver o sentido, em Física, de pressão: "aplicação de uma força a um corpo por outro corpo em contacto com ele; força exercida (...) em todas direcções; tensão" (Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa). Mas, é claro, os (alguns) jornalistas julgam que não são deste mundo talvez porque vivem, muitas vezes, em levitação. Desçam mas é a terra e saibam que a pressão legítima de uns sobre os outros é essencial a uma sociedade livre. Repúdio total, é claro, sobre todas as formas de pressão ilegítima e a coacção moral sobe os jornalistas mas igualmente sobre qualquer grupo ou classe, incluindo os políticos. E aquilo que o Diário faz sobre os dirigentes regionais do PS, quando estes denunciam a subrepresentação do PS na televisão regional, é uma pressão ilegítima, tanto mais que vai contra as regras da Democracia, porque põe em causa a pluralidade dos órgãos de comunicação social, fundamental numa sociedade livre. O Diário, com essa insistência em não dizer toda a verdade do relatório da ERC, está a prestar um mau serviço à Democracia na Madeira. Como muitas vezes tem acontecido nos últimos cinquenta anos, em que foi salazarista no Estado Novo, esquerdista no PREC (aliás, o Diário bem se pode gabar de ser responsável directo, com a sua política de informação esquerdista no PREC, pela entrega da direcção do Jornal ao líder do PSD e, sendo assim, por tudo o resto) e laranjista nos períodos eleitorais depois da implantação do regime laranja. De par com a existência da tal célula (...) que se esconde sob o disfarce de ser anti-PS...

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