quinta-feira, 29 de maio de 2008

Como se formam os preços dos combustíveis - TUDO PELO MERCADO, NADA CONTRA O MERCADO"


o excerto seguinte mostra como é a especulação a grande responsável pelo preço dos combustíveis e de como a soberania dos povos cedeu lugar à vontade poderosa dos especuladores. Tudo em nome da concorrência (sem regras).
Adaptação do slogan salazarista "Tudo pela nação, nada contra a nação", adaptado do slogan dos fascistas italianos "Tutto per l'stato, niente contro il stato":

TUDO PELO MERCADO
NADA CONTRA O MERCADO



NOTA: tudo, inlcui a especulação e a perda dos direitos dos trabalhadores;
nada, inclui a recusa da regulação.

(…) Mas, afinal, como se formam os preços que nos cobram as petrolíferas em Portugal? A generalidade das empresas calcula os preços dos seus produtos de forma a cobrir os seus custos efectivos e adicionar uma margem de lucro.
As petrolíferas não. Elas recolhem os valores dos preços dos produtos refinados (gasolina, gasóleo, etc.) no mercado de Roterdão em cada semana e depois calculam a média em relação a cada produto. É o valor assim obtido para cada um dos produtos que é o preço, sem impostos [na Madeira, onde os combustíveis são mais caros do que nos Açores, os impostos são da responsabilidade do Governo do PSD-Madeira], a que vendem os combustíveis em Portugal.
Só que, como é evidente, esse preço de Roterdão incorpora a especulação que se verifica todos os dias no mercado internacional do petróleo. Especulação determinada pela entrada maciça dos chamados fundos de investimento, cujas aplicações se multiplicaram (…) por 30 vezes nos últimos meses. Objectivo? Controlar a oferta, o que estão a conseguir, e assim imporem preços especulativos e, consequentemente, embolsarem gigantescos lucros. O que está a suceder.
Para se ter uma ideia de como a Galp, e as outras petrolíferas, se estão a aproveitar da situação é necessário ter presente um facto fundamental. Os combustíveis que as petrolíferas vendem em cada dia que passa foram produzidos com petróleo comprado entre dois a dois meses e meio antes. E o custo do petróleo assim adquirido é obviamente inferior ao preço do petróleo que é utilizado pelas petrolíferas para calcular os preços de venda, sem impostos, dos combustíveis que cobram aos portugueses. Os dados oficiais da Direcção-Geral de Energia aí estão para o confirmar (http://ocastendo.blogs.sapo.pt/279907.html).
Tudo isto se passa com o conhecimento e perante a passividade, para não dizer mesmo a conivência, do[s] Governo[s] e da Autoridade da Concorrência.
(do artigo de António Vilarigues no Público de hoje)

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