domingo, 4 de maio de 2008
A CANDIDATURA DI-TE-DEPENDENTE E POPULISTA DE FILIPE SOUSA
Vejam esta pérola do Diário de Notícias
Renunciar à partidocracia que farta é um gesto corajoso [de Filipe Sousa] numa terra em que os clientelismos são generosos. Encabeçar uma candidatura indepentente pode valer mais do que o resultado.
É corajoso ser independente e ser candidato contra o seu próprio partido e permanecer nele? Mas quem escreveu isso será que sabe que o discurso anti-partidos é não só o discurso populista berlusconiano, que já se declara a "Nova Falange", (a Falange era o movimento fascista espanhol de Franco), como foi o discurso do Estado Novo? Também não impressiona ao autor do textozinho que a lei das candidaturas independentes esteja a ser ludibriada duplamente, não só porque ela pretendia abrir as portas a cidadãos independentes que legitimamente não queiram enveredar pela militância partidária, como, ainda por cima, tratando-se de uma falsa candidatura independente, servindo-se indevidamente da lei, como, alémm do mais, se trata de um cidadão filiado num partido. A lei que permite as candidaturas indepedentes não foi criada para combater o sistema democrático ocidental assente em partidos, mesmo que esses possam merecer muitas reservas, tal como a liberdade de imprensa não é para fomentar o jornalismo que se limita a repetir os sloganes sem conhecer os fundamentos e os contornos do que afirma. As candidaturas independentes não existem, portanto, para combater o sistema partidário, em caldos de populismo de extrema-direita, mas para aprofundar a participação democrática. Mas nada disso impressiona o autor daquele texto inenarrável que elogia a incoerência e o discurso populista baseado na mais pura demagogia contra o sistema democrático. Esta candidatura de falsos independentes em Gaula é uma candidatura anti-partidos, não é uma candidatura de cidadãos independentes; é uma candidatura de pessoas que fizeram o mais puro jogo aparellhista e que agora se apresentam com um discurso anti-partidos; é uma candidatura que representa uma perversão da lei que permite as candidaturas independentes e por isso é uma fraude contra a lei; por tudo isso, apresentando-se com um discurso populista, ela é, nos seus fundamentos, uma candidatura anti-democrática e deve ser combatida por todos os meios.
E depois esta outra pérola: "em que os clientelismos são generosos": o articulista, chamemos-lhe assim, sabe lá o que está a dizer: "os clientelismos são generosos", mas são generosos em quê? Filipe Sousa por acaso renunciou a algum cargo para servir o Povo de Gaula, deixou de ser deputado, renunciou a algum benefício? Não, antes pelo contrário, nunca teve nada a dizer contra os partidos enquanto foi deputado, presidente de junta, vereador, tudo isso. Afinal, a que generosidade do clientelismo renunciou? Ao invés: tendo deixado de ser deputado, e podendo servir o povo de Gaula como membro da Assembleia de Freguesia, optou por ser vereador, enquanto fomentava a instabilidade na Junta. Esta candidatura, há que dizê-lo com todas as letras, é uma candidatura à procura da generosidade perdida dos clientelismos: à procura da presidência perdida de uma junta. Diz o povo melhor que eu: o que ele(s) quere(m) é tacho!
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