domingo, 28 de agosto de 2011

Falta ao PS-Madeira sentido de Estado e de Autonomia quanto à questão da Dívida da Madeira


António José Seguro veio à Madeira e pediu a Passos Coelho que tomasse posição pública sobre a dívida da Região. Se bem que se tivesse abeirado, talvez perigosamente, do populismo que grassa, a nível nacional, contra as autonomias, a verdade é que se compreende o seu jogo político de ser Oposição ao Governo da República. O PS-Madeira, contudo, é que tem de compreender que não se pode deixar envolver nos jogos de poder a nível nacional, em que a dicotomia entre o PS e o PSD na República pode dilacerar e pulverizar o PS-Madeira. Ou será que ainda não aprenderam - parece que não! - com os erros do passado? Porque a dívida da Região, tal como a nível nacional, se também pode resultar de investimentos que não são prioritários em tempos de crise, pelo menos segundo os critérios neoliberais em voga, não pode o PS atacar toda a obra pública como despesismo. Antes pelo contrário: isso é ser pouco socialista.
Mas a questão essencial nem sequer é, no caso, o passado, mas o presente e o futuro e a responsabilidade e sentido de estado que um partido de governo deve ter. O PS, quer ser alternativa - os partidos socialistas em qualquer parte da Europa são a alternativa e isso é inexorável na Região - ainda que os actuais dirigentes - no poder e na oposição interna - não sejam garantia de nada - a verdade é que o PS, sendo, uma partido de alternativa futura - não pode ter a mesma leviandade na abordagem da questão da dívida - deixe isso, com proveito político para todos os partidos da oposição, a outros, se quiser ser encarado como força política que dá garantias com sentido de responsabilidade. O PS foi poder em Lisboa, sabe que esse foi o discurso de certos partidos da Oposição. O que o PS, responsavelmente e com sentido de Estado, deveria estar a propor e a liderar era um memorando de entendimento ao Governo autónomo, dispondo-se a integrar esse protocolo para salvaguardar o interesse regional, quaisquer que sejam as responsabilidades da governação do PSD. A experiência já demonstrou que quem foi responsável na Oposição saiu compensado pelos eleitores nas eleições. A continuar a seguir a política de crítica sem uma atitude de Estado, o PS verá, mais uma vez, a história passar-lhe ao lado: 1) Nem fará parte da Solução; 2) Será ignorado no processo e no encontro de soluções; 3) Não evitará - e será acusado por isso - caso as medidas de austeridade, tal como acontece a nível nacional, caiam mais em cima das famílias e dos trabalhadores do que nos detentores do capital. Assim, não! Mais uma vez!

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