domingo, 17 de julho de 2011

PS, partido à deriva


Quando oiço e vejo certas figuras do PS criticarem a falta de democracia não deixo de temer pelo futuro da mesma se essas figuras fossem poder. É este, portanto, o estado dramático em que nos encontramos. O maior partido da Oposição foi capturado por um grupo que deu um golpe contra os órgãos eleitos do partido. E essas figuras não garantem a mínima idoneidade democrática para se poder confiar nelas. Que fazer perante tudo isto? Calar-se? Transigir? Pactuar? Não contem comigo!

A falta de democracia de certas figuras no PS alastra agora a todos os órgãos. Por exemplo, comecemos pelo programa do governo, em que órgão do partido houve um debate a sério do mesmo! Apenas um simulacro na última Comissão Política. Dou um exemplo: quantos professores discutiram o programa para a Educação? Eu não fui convidado para nenhum debate e outros socialistas, que são professores, dizem-me o mesmo. Quem diz Educação diz outras áreas.
Respeito pelos órgãos do partido: a relação política entre o Grupo Parlamentar e os órgãos do Partido é tudo menos democrática. O Grupo Parlamentar actua à rédea solta, não respeita as indicações da Comissão Política, boicota sistematicamente, por acção e omissão, o trabalho que é feito pelo partido; complica e dificulta a afirmação das concelhias, impõe uma agenda política em que a comunicação social está apenas ao serviço do GP e da falsa candidatura. Atualmente, o GP, nomeadamente a sua liderança, presidente e vice-presidente, obriga a colocar todos os meios ao serviço de um candidato que não foi sufragado pelos órgãos, como acontece em qualquer partido democrático.
O mal-estar com a candidatura de Maximiano é larvar no seio do partido e só não é mais visível por causa do silêncio de vésperas - vésperas de aprovação de listas.
Perante tudo isto, onde anda a principal figura estatutária do Partido? O PS está sem rei nem roque, sem rumo e sem norte, os órgãos do partido são humilhados e ridicularizados na praça pública pela falsa candidatura, cujos principais apoiantes não se inibem de expender comentários depreciativos sobre os órgãos do partido e o seu funcionamento, que, paradoxalmente, não respeitam. Em conclusão, o PS está à deriva.

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