sexta-feira, 15 de julho de 2011
O PS ou quem diz que(m) o representa assume que é um partido de segunda divisão e está a jogar para a divisão de honra
1. O líder do PS candidatou-se a vice-presidente da ALR.
2. O candidato do PS a Presidente do Governo candidata-se a vice-presidente do PS.
O que é que isto quer dizer? Quer dizer que o PS tem uma cultura de subpoder ou tem uma subcultura de poder. O PS já desistiu da ideia de vir a ser poder. O PS luta apenas por manter o estatuto de maior partido da Oposição.
Um líder de um partido que quer ser poder não se candidata à mesa do órgão legislativo e muito menos a vice-presidente da mesa; um candidato a presidente do governo não pode ser candidato a vice-presidências mas a presidências, seja de que órgão for. (Nao vou agora me debruçar sobre a polémica da evidente falta de legitimidade democrática do autoproclamado candidato); ainda ontem vi o tempo de antena em que, além do símbolo, nada mais havia do Partido Socialista, antes pelo contrário, o que havia era a estratégia clara de se demarcar do PS. Então, a pergunta que se põe é esta: como é que, por um lado, se faz uma estratégia de total demarcação do PS, e, por outro, se se candidata à vice-presidência do PS? A resposta é clara: o PS tem uma cultura de subpoder e o autoproclamado candidato assume também essa subcultura do poder. Aliás, o conjunto de importantes personalidades que parece que estão de volta à ribalta são, quase todas elas, a genuína representação dessa subcultura. Deixo aqui de lado duas questões que essa vice-presidência do PS traz implícitas: a busca de uma qualquer legitimidade; o aproveitamento da circunstância para fazer carreira política e ganhar currículo para uma candidatura ao próximo Congresso.
Finalmente, tendo em conta o resultado eleitoral das legislativas nacionais de 5 de Junho, em que o CDS ameaça seriamente o segundo lugar do PS, havemos de concluir que o PS, ou quem diz que o representa, e isso compete ao PS esclarecer, que há muito desistiu de ser o primeiro, luta agora para manter o segundo lugar, ou, em termos de divisões futebolísticas, não luta pela primeira divisão mas para se manter na divisão de honra. Que pobreza franciscana, digo-o eu com a autoridade de o ser - franciscano.
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