1. Ainda muito jovem li a frase shakespeariana “um príncipe da Dinamarca” não mente” e pareceu-me um bom princípio. Por isso, procuro dizer o que penso, independentemente de quem seja. Sei que isso não se coaduna muito bem com a visão proselitista de membro de um partido. Tenho sido crítico da actual liderança socialista. Mas não posso deixar em claro alguns comentários ouvidos e escritos de que na Festa da Liberdade não se teriam visto figuras de relevo, procurando dar a ideia de que o partido era um vazio e justificando, assim, a manutenção do “status quo” laranja e mesmo o seu abrigo no chapéu do poder. Senão, vejamos. Agostinho Soares, Aurelim Freitas, Bernardo Martins, Bernardo Trindade, Carlos Pereira, Góis Mendonça, Jacinto Serrão, Jaime Leandro, Júlia Caré, Luísa Mendonça, Maximiano Martins, Rui Caetano, para só citar alguns, ex e actuais autarcas e Presidentes de Câmara, vereadores, deputados e membros do Governo da República e deputados da Região, licenciados, mestres, doutorados, em áreas como Economia, Literaturas, Humanidades, Gestão de Empresas, Relações internacionais, Física, Química, professores da Universidade, todos eles estiveram na festa do PS, gente com provas dadas e reconhecida competência no Ensino, no mundo profissional, empresarial e sindical, escritores, professores, colunistas, enfim, de todos os sectores da vida política e da sociedade civil, todo isso é reduzido a nada pela pena de quem não se submeteu a uma autocrítica consciente. Os mesmos que, às vezes, acusam o PS de elitista e que, pelos seus comentários maldosos, querem que ele seja elitista na acepção negativa do termo. Não sei se estavam à espera de encontrar D. Duarte Pio na Fonte do Bispo. Ou então, Lili Caneças!
2. Em defesa de João Carlos: Lá porque defendi que o “líder do PS-M tem de abrir um período de conversações com todos os partidos” incluindo o PSD e que “o PS deve reconhecer humildemente que não pode, a partir do nível eleitoral em que caiu, ser sozinho alternativa ao PSD-M” e deve estabelecer os diálogo com todos os partidos da Oposição (Tribuna, 18 de Maio), vieram logo uns apressados afiançar que a liderança estaria a basear-se nisto para a sua proposta à restante oposição. Nada mais falso : quando digo o que digo, sei o que quer, por onde vou e para onde vou. Ao passo que a actual liderança parece a literatura ou o cinema pós-moderno: muita criatividade, muito inesperada, mas sem enredo e sem guião. Enfim, seguindo diz, “el camino se hace caminando”, dizem.
3. De que é que João Carlos Gouveia está à espera para estabelecer a ruptura com o PSD? Seria muito mais lógico com o seu discurso e a práxis do que a sua comovedora e patética insistência em ser recebido por quem já fez com ele o que ele mesmo devia ter feito, se tivesse uma estratégia coerente. ‘Tão a pedir mais 30 anos?!
4. Cassete: “A Madeira precisa de uma Oposição forte, mas com este líder, se fosse outro”, isto também é dito há 30 anos e é um guião difundido pelo partido do poder. Já cansa.
4. Vítor Freitas fez talvez o melhor discurso da Fonte do Bispo. É, não obstante, o actual dirigente do PS com melhor visão estratégica.
Um comentário:
muito bem visto
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