É isso que é urgente saber - corruptos ou difamadores? Não vale a pena colocar a questão sob a perspectiva da ofensa pessoal ou corporativa. O que o Ministério Público e a Magistratura, os procuradores e os juízes, têm de responder perante os cidadãos é a isto: fez a Justiça tudo o que lhe competia fazer para que o Estado de Direito, pano de fundo indispensável ao regular funcionamento das instituições, e, portanto, da Democracia, funcionasse na Madeira? Tudo a gente sabe o que diz a "vox populi", tida como a voz de Deus: temos um Chefe incorruptível, com tiques autoritários, mas incorruptível, mas que há bruxas nesta Democracia, há. Bruxas corruptas. Então é admissível que, em poucos meses, o mesmo poder que obtém 65% do eleitorado tenha apenas 20% desse apoio popular quando se trata de pôr as mãos no fogo por esses políticos que lhe mereceram o voto maioritário? Ou seja, tendo sido, como sempre é, um referendo o acto eleitoral na Madeira, e tendo esse referendo decorrido à volta de uma pergunta escancarada com uma ideia implícita e simples - "quer mais dinheiro para a Madeira?" - tivesse o referendo decorrido à volta da pergunta "acha que há corrupção na Madeira?" - o resultado do plebiscito teria sido bem outro. O que não é saudável é que o clima de suspeição continue. É da responsabilidade de todos responder a esta questão lançada ontem neste Diário: "há ou não corrupção na Madeira?". 60% por cento pensa que sim. Para a saúde da Democracia madeirense a questão tem de ser urgentemente esclarecida.
(Publicado no DN 15-10-2007)
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