terça-feira, 14 de abril de 2009

O nome das coisas: Primárias no PS

Dêmos os nomes às coisas. Sem aspas.
1. Neste momento, vislumbra-se claramente, em tempo de eleições europeias, autárquicas e legislativas, por esta ordem, duas alas que estarão em confronto no próximo Congresso. Podem ser a ala A e a ala B. Denominemo-las: a ala A, os Democratas; a ala B, os Republicanos.
2. Identifiquemo-las. O candidato dos Democratas está claramente definido; o candidato dos Republicanos, onde se incluem os jovens turcos, (neo)liberais, ainda não está decidido. Há neste momento claramente umas primárias informais para decidir quem é o candidato dos Republicanos: Vítor Freitas ou Maximiano Martins.
3. Os dois candidatos à nomeação dos Republicanos, Vítor Freitas e Maximiano Martins, desenvolvem, nestas suas primárias, duas formas de actuação divergentes:
3.1. O candidato à nomeaçao Maximiano optou pela crítica sistemática a todas as decisões que envolvam o líder do partido, contestando-as publicamente, pouco preocupado se essas críticas são coerentes com a sua actuação passada. Optou pelo hardpower ou linha dura
3.2. O outro candidato à nomeação, Vítor, como é habito, optando pelo softpower, sendo facilmene identificável ou conotável, com certas manifestações e contestaões, ou porque as tenha promovido activamente ou porque elas tiveram o seu beneplácito, a priori ou a posteriori.
4. Em qualquer circunstância, nenhum deles, Vítor ou Maximiano, se destacaram, até agora, com propostas próprias que enriqueçam o debate democrático interno e externo,limitando-se a confrontarem-se com as da direcção, e que os possam identificar com estratégias diferentes para o partido, quando tinham a obrigação de o fazer, tanto mais que são deputados.
5. Em qualquer caso, e esperemos pelos próximos tempos, pelo menos um deles, senão ambos, até agora, não se lhe(s) nota um empenho acentuado na afirmação externa do partido nas acções políticas que o partido tem vindo a promover neste período eleitoral. Isto é, estão mais empenhados na campanha interna do que nas eleições a que o partido concorre.
6. Será que pensam, sobretudo Maximiano, como os jovens turcos, que é atacando sempre a direcção do PS - e raramente o PSD, apenas para cumprir os mínimos formais - que se afirmarão como alternativa no partido?
7. Os militantes estão atentos: ou mudam a sua actuação, contribuindo activamente com ideias e propostas para o partido, que os afirmem perante os cidadãos e os militantes (cf. Pedro Passos Coelho) ou também terão a sua quota parte nos resultados eleitorais: ou algum mérito ou enorme demérito.

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