quinta-feira, 31 de março de 2011
Ejaculação política precoce
O tempo de reacção política de Passos Coelho é demasiado curto para o tempo da realidade. A excitação para se chegar ao poder é tanta que ainda não se chegou lá e... já está! O IVA afinal pode aumentar! Mas temos de ser compreensivos com Passos; a ejaculação política precoce atinge, na sua maioria, quem nunca chegou ao poder, nem esteve em nenhum governo.
quarta-feira, 30 de março de 2011
terça-feira, 29 de março de 2011
sábado, 26 de março de 2011
Serrão retira maioria a Sócrates também no Continente
Serrão, além de ter protagonizado a primeira candidatura de um madeirense à liderança nacional de um partido, e ter arrasado na Madeira, impedindo o regresso dos mortos vivos e ter impedido o regresso da múmia, retirou a maioria a Sócrates no Continente, numa secção, o Seixal onde obteve 35%. Imagina que, para além de ser candidato por força estatutária, aliás, regimental a Secretário-Geral, tinha assumido políticamente a candidatura.
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Candidatura Jacinto Serrão Congresso Nacional PS
quinta-feira, 24 de março de 2011
quarta-feira, 23 de março de 2011
Hoje não é o dia D. A peça de teatro ainda não acabou: Sócrates não se demite
Ainda não vamos ver hoje o último acto da peça de teatro em que se transformou a situação política. Supondo que o PEC é rejeitado - teoricamente ainda pode acontecer um golpe de teatro, se não houver votos cruzados - Sócrates, que nunca usou a palavra demissão, vai a Belém expor a situação política em que o Governo fica mas não se demite. E até pode acontecer que se disponibilize para dialogar com todos, num exercício de desgaste da Oposição. Significativo também é o recuo da Comissão Europeia, a dizer que este PEC não está fechado.
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crise política Março 2011
terça-feira, 22 de março de 2011
O PEC IV EM PDF
Aqui tem o PEC em PDF e as principais medidas do dito, que inclui, e muito bem, poupança induzida na Função Pública.
PEC: Crédito habitação perde benefícios fiscais
PEC: Governo prevê petróleo acima dos 105 dólares até 2014PEC: Esquema de poupança para funcionários públicos
PEC: Governo vai rever listas anexas ao Código do IVA
PEC: Aumento «moderado» nas pensões mais baixas
PEC: Taxa de desemprego em 11,2% este ano
PEC: Governo antecipa privatizações
PEC: Governo espera juros nos títulos de dívida a longo prazo acima dos 6,5% até 2014
PEC: Reorganização da rede escolar para poupar 450 milhõesPEC: Reforma na Justiça para poupar 60 milhões
- O Executivo propõe a quem recebe rendimentos do Estado a adesão voluntária para um esquema de poupança. A intenção do Executivo é «simplificar e facilitar a poupança» e «torná-la o mais acessível possível». Para isso, propõe que as famílias sejam incentivadas «à vinculação ao denominado 'Plano de Auto-Poupança Individual'».
PEC: Crédito habitação perde benefícios fiscais
PEC: Governo prevê petróleo acima dos 105 dólares até 2014PEC: Esquema de poupança para funcionários públicos
PEC: Governo vai rever listas anexas ao Código do IVA
PEC: Aumento «moderado» nas pensões mais baixas
PEC: Taxa de desemprego em 11,2% este ano
PEC: Governo antecipa privatizações
PEC: Governo espera juros nos títulos de dívida a longo prazo acima dos 6,5% até 2014
PEC: Reorganização da rede escolar para poupar 450 milhõesPEC: Reforma na Justiça para poupar 60 milhões
- O Executivo propõe a quem recebe rendimentos do Estado a adesão voluntária para um esquema de poupança. A intenção do Executivo é «simplificar e facilitar a poupança» e «torná-la o mais acessível possível». Para isso, propõe que as famílias sejam incentivadas «à vinculação ao denominado 'Plano de Auto-Poupança Individual'».
segunda-feira, 21 de março de 2011
sexta-feira, 18 de março de 2011
Liberdade religiosa: Crucifixos nas escolas 'não violam os direitos humanos'
O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem deliberou esta sexta-feira que a exibição de crucifixos nas escolas não viola os direitos das famílias não cristãs, contrariando um juízo anterior.
A decisão põe termo a um caso levado a Estrasburgo em 2009 por uma mãe finlandesa residente em Itália que alegava que a exibição de crucifixos nas escolas públicas do país ia contra os princípios laicos da instituição, ofendendo ateus e fiéis de outros cultos. Nesse ano, o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem deu razão à queixosa, e o veredicto foi duramente criticado pelo Vaticano.
Agora, o tribunal de Estrasburgo revê o caso e declara que não há qualquer prova que a exibição de símbolos religosos exerça qualquer tipo de influência sobre os alunos. A Itália já aplaudiu a decisão.
O tribunal sublinha que o veredicto diz respeito apenas às escolas italianas, mas o caso é susceptível de reabrir debates semelhantes noutros países europeus
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crucifixos constitucionais
quinta-feira, 17 de março de 2011
quarta-feira, 16 de março de 2011
terça-feira, 15 de março de 2011
Uma Armadilha
Agora quem quer eleições é o PS. Quer mesmo, não é lapso, nem gaffe, nem autismo do Primeiro-ministro que não previu as consequências do que fez. Previu até demais. E preparou uma armadilha para o PSD. Convinha pensar duas vezes antes de entrar na ratoeira.
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crise política Março 2011
Acontece...
Miguel Macedo: "O PSD sente-se enganado"
Miguel Macedo afirmou hoje que "o PSD sente-se enganado" no acordo que fez com o Governo para reavaliar as Parcerias Público Privadas (PPPs) e grandes obras públicas, uma das contrapartidas para aprovar o Orçamento do Estado.
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crise política Março 2011
segunda-feira, 14 de março de 2011
domingo, 13 de março de 2011
As eleições antecipadas são inevitáveis. E serão antes do verão
Depois de PPC anunciar que não apoia o novo PEC, de PP anunciar que vai levar o PEC a votação na AR, Francisco Assis vem dizer que o PS deve refletir sobre a nova situação. As eleições são inevitáveis.
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eleições antecipadas 2011
sábado, 12 de março de 2011
quinta-feira, 10 de março de 2011
Qual JMC, qual Santana Lopes, quais homens da luta, qual geração à rasca: o populista-mór é Cavaco Silva
José Manuel Coelho, Pedro Santana Lopes, Os homens da Luta, os organizadores da manifestação da geração à rasca são uns aprendizes em termos de populismo à vista de Cavaco Silva.o populista-mór deste país, desde o tempo (1987) em que dizia que era preciso votar nele para poder pagar a prestação do frigorífico.
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Cavaco,
o populista-mór
quarta-feira, 9 de março de 2011
Manifesto da Geração à Rasca
Sábado, 12 de Março, às 15h
Local – Av. da Liberdade, Lisboa
Nós, desempregados, “quinhentoseuristas” e outros mal remunerados, escravos disfarçados, subcontratados, contratados a prazo, falsos trabalhadores independentes, trabalhadores intermitentes, estagiários, bolseiros, trabalhadores-estudantes, estudantes, mães, pais e filhos de Portugal.
Nós, que até agora compactuámos com esta condição, estamos aqui, hoje, para dar o nosso contributo no sentido de desencadear uma mudança qualitativa do país. Estamos aqui, hoje, porque não podemos continuar a aceitar a situação precária para a qual fomos arrastados. Estamos aqui, hoje, porque nos esforçamos diariamente para merecer um futuro digno, com estabilidade e segurança em todas as áreas da nossa vida.
Protestamos para que todos os responsáveis pela nossa actual situação de incerteza – políticos, empregadores e nós mesmos – actuem em conjunto para uma alteração rápida desta realidade, que se tornou insustentável.
Caso contrário:
a) Defrauda-se o presente, por não termos a oportunidade de concretizar o nosso potencial, bloqueando a melhoria das condições económicas e sociais do país. Desperdiçam-se as aspirações de toda uma geração, que não pode prosperar.
b) Insulta-se o passado, porque as gerações anteriores trabalharam pelo nosso acesso à educação, pela nossa segurança, pelos nossos direitos laborais e pela nossa liberdade. Desperdiçam-se décadas de esforço, investimento e dedicação.
c) Hipoteca-se o futuro, que se vislumbra sem educação de qualidade para todos e sem reformas justas para aqueles que trabalham toda a vida. Desperdiçam-se os recursos e competências que poderiam levar o país ao sucesso económico.
Somos a geração com o maior nível de formação na história do país. Por isso, não nos deixamos abater pelo cansaço, nem pela frustração, nem pela falta de perspectivas. Acreditamos que temos os recursos e as ferramentas para dar um futuro melhor a nós mesmos e a Portugal.
Não protestamos contra as outras gerações. Apenas não estamos, nem queremos estar à espera que os problemas se resolvam. Protestamos por uma solução e queremos ser parte dela.
Local – Av. da Liberdade, Lisboa
Nós, desempregados, “quinhentoseuristas” e outros mal remunerados, escravos disfarçados, subcontratados, contratados a prazo, falsos trabalhadores independentes, trabalhadores intermitentes, estagiários, bolseiros, trabalhadores-estudantes, estudantes, mães, pais e filhos de Portugal.
Nós, que até agora compactuámos com esta condição, estamos aqui, hoje, para dar o nosso contributo no sentido de desencadear uma mudança qualitativa do país. Estamos aqui, hoje, porque não podemos continuar a aceitar a situação precária para a qual fomos arrastados. Estamos aqui, hoje, porque nos esforçamos diariamente para merecer um futuro digno, com estabilidade e segurança em todas as áreas da nossa vida.
Protestamos para que todos os responsáveis pela nossa actual situação de incerteza – políticos, empregadores e nós mesmos – actuem em conjunto para uma alteração rápida desta realidade, que se tornou insustentável.
Caso contrário:
a) Defrauda-se o presente, por não termos a oportunidade de concretizar o nosso potencial, bloqueando a melhoria das condições económicas e sociais do país. Desperdiçam-se as aspirações de toda uma geração, que não pode prosperar.
b) Insulta-se o passado, porque as gerações anteriores trabalharam pelo nosso acesso à educação, pela nossa segurança, pelos nossos direitos laborais e pela nossa liberdade. Desperdiçam-se décadas de esforço, investimento e dedicação.
c) Hipoteca-se o futuro, que se vislumbra sem educação de qualidade para todos e sem reformas justas para aqueles que trabalham toda a vida. Desperdiçam-se os recursos e competências que poderiam levar o país ao sucesso económico.
Somos a geração com o maior nível de formação na história do país. Por isso, não nos deixamos abater pelo cansaço, nem pela frustração, nem pela falta de perspectivas. Acreditamos que temos os recursos e as ferramentas para dar um futuro melhor a nós mesmos e a Portugal.
Não protestamos contra as outras gerações. Apenas não estamos, nem queremos estar à espera que os problemas se resolvam. Protestamos por uma solução e queremos ser parte dela.
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Geração à rasca
Cavaco começa a dar os primeiros passos para a Vitória do PS em 2015
A Direita anda eufórica. O discurso de Cavaco foi o de um líder de facção, não pelo que disse mas pelo tom com que disse e pelo que não disse (ignorou a crise internacional). A Direita vai ter o que sempre quis: uma maioria, um governo um presidente. Vamos ver a sua verdadeira face. A esquerda à esquerda do PS anda assustada. Uma dinâmica de bipolarização prejudica-a. Cavaco começou um segundo mandato muito envolvido com a sua família política mas pode ter que deixar o palácio de Belém com o País de novo entregue a um governo do PS.
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tomada de posse de Cavaco
segunda-feira, 7 de março de 2011
Palavras de ordem (sloganes, para os neoliberais): «Nem Capitalismo de fachada democrática, nem ditadura de fachada Socialista»
Este chavão foi retirado daqui (aos 26 segundos).
E havia outros chavões que os neoliberais desconhecem:
Nem capital nem ditaduras
nem monopólios nem torturas
a vitória d'uma vontade
Socialismo em Liberadade!
E havia outros chavões que os neoliberais desconhecem:
Nem capital nem ditaduras
nem monopólios nem torturas
a vitória d'uma vontade
Socialismo em Liberadade!
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Congresso do PS 2011
Honestamente, para prosseguir o debate, que, finalmente, propões, pergunto, Paulo Barata: acreditas que o Socialismo é a solução para Portugal, hoje?
Sejamos honestos, e isso implica sermo-lo connosco próprios. Eu acredito que o Socialismo é a solução, sempre acreditei. E, por isso, sempre militei pelo PS, desde 1974, e hoje, desde 1996, inscrito no PS, coisa burocrática que não me condiciona, apenas me responsabiliza. E tu, Paulo Barata, estando inscrito num partido que se identifica como socialista, acreditas que o Socialismo é a solução? É um pergunta clara, que dever ter um resposta clara, para prosseguirmos a discussão. E, também muito honesta e claramente, e não é uma acusação pessoal, mas uma questão política, devo dizer-te, e tu confirmarás ou infirmarás, não acredito que tu vejas o Socialismo como solução. Aguardo a resposta para prosseguirmos o debate, sem chavões e sem acusações pessoais, que, aliás, não fiz - nem me parece que o hajas feito. Quanto à questão do neoliberalismo, deduzo dos teus escritos, e deduzo bem ou deduzo mal, que, ou não o vês como problema ou, mais ainda, te identificas mais com ele do que com o Socialismo. Portanto, responde às questões, objectivamente, e não te vitimizes, não interessa. E, intelectualmente, não colhe.
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Congresso do PS 2011
domingo, 6 de março de 2011
sábado, 5 de março de 2011
Vou publicar o texto na íntegra. Considero-o uma texto de antologia de como não se deve apoiar os nossos.
O texto seguinte foi publicado no blogue Farpas, assinado por Paulo Barata, e fica aqui como texto de antologia de como alguns textos de apoio se transformam em libelos de acusção contra os apoiados. Publico aqui o texto, antes que alguém da Moção de José Sócrates o mande retirar de circulação por razões óbvias. Desde já, esclareço que não me revejo nas críticas violentas ínsitas no texto contra a governação de Sócrates, que, em geral, considero de serviço ao país, não obstante algumas opções que são, em grande parte, fruto da actual conjuntura europeia e neoliberal, que, nós socialistas, temos rapidamente de ultrapassar com base em soluções do socialismo democrático. Consiero ainda que as críticas que vi neste texto são o corolário de um ensino que está dominado pelos teóricos do liberalismo, sobretudo nas faculdades de Economia, mas igualmente em outras, incluindo o Direito.
A crise não se resolve com chavões
A crise económica e financeira portuguesa é culpa do "neo-liberalismo"?
Portugal vive em estagnação económica há, pelo menos, uma década. De facto, de 2000 a 2010:
• registamos um crescimento económico anémico, sempre divergente com a média europeia;
• aumentamos a dívida pública e o endividamento externo exponencialmente e a níveis insustentáveis;
• mantivemos um Estado pesado, burocrata e gastador; e
• houve constante instabilidade política;
A economia portuguesa é um sistema aberto ao exterior que, naturalmente, está exposto a choques externos. Os sistemas abertos a choques não podem ser rígidos, têm de flexibilidade suficiente para absorver os choques, sem partirem.
Portugal abriu mão da única variável manipulável (taxa de câmbio) com a entrada no euro, e aumentou a sua despesa corrente e a sua dívida externa. E, por outro lado, não foi capaz de fazer reformas estruturais na Justiça, Saúde, Educação, Administração Pública e Mercado de Trabalho. Este modelo era insustentável e partiria ao primeiro choque. Com a crise financeira global, os mercados importadores diminuíram as encomendas a Portugal e os juros da dívida pública – que tinham diminuído espectacularmente com a entrada no euro – voltaram a registar um aumento.
Ora, como fica demonstra supra, a crise financeira internacional está a ter um impacto muito maior em Portugal porque não fomos capazes de fazer as reformas estruturais necessárias para tornar o país mais flexível e competitivo. E não porque tivemos "mais mercado" ou mais "neo-liberalismo", foi exactamente o contrário, tivemos sempre mais Estado, mais pesado, gastador, burocrata e ineficiente.
É verdade que desde 2005, demos passos de gigante no combate à burocratização e no investimento no conhecimento, na investigação e desenvolvimento, e houve uma tentativa de racionalizar alguns gastos e aumentar a eficiência. Mas as reformas vieram tarde e, em alguns casos como na Educação e na Justiça, foram demasiado tímidas.
A análise política e económica e a procura de soluções para os problemas actuais que enfrentamos não se podem fazer de forma leve, socorrendo-se de velhos chavões ideológicos e recorrendo a velhas ideologias que se provaram erradas. Sejam elas o liberalismo, da Escola Austríaca, tão em voga nos anos 80, ou ao marxismo que se julgava enterrado com a queda do Muro de Berlim. Os problemas actuais têm de ser analisados de forma realista, sem os coletes de força das ideologias rígidas que marcaram os anos 60, 70 e 80. Para diagnosticar os problemas, temos de identificar o que realmente está na sua origem. E para encontrar soluções teremos de nos perguntar qual é a melhor solução para o nosso projecto de vida comum, enquanto sociedade que se quer harmoniosa, solidária e confiante. Portanto, a solução poderá passar, algumas vezes, por uma maior intervenção do Estado e noutras por uma maior participação dos privados. O Estado tem de assegurar que o interesse comum da sociedade está salvaguardado e que encontrou a forma mais eficaz e eficiente de garantir o Estado-Providência. Esse é o grande desafio. E não se chega lá com retórica marxista-leninista do Séc. XIX, de “a culpa é dos burgueses” como um uma ligeira modernização do chavão para a “culpa é do neo-liberalismo”.
A crise não se resolve com chavões
A crise económica e financeira portuguesa é culpa do "neo-liberalismo"?
Portugal vive em estagnação económica há, pelo menos, uma década. De facto, de 2000 a 2010:
• registamos um crescimento económico anémico, sempre divergente com a média europeia;
• aumentamos a dívida pública e o endividamento externo exponencialmente e a níveis insustentáveis;
• mantivemos um Estado pesado, burocrata e gastador; e
• houve constante instabilidade política;
A economia portuguesa é um sistema aberto ao exterior que, naturalmente, está exposto a choques externos. Os sistemas abertos a choques não podem ser rígidos, têm de flexibilidade suficiente para absorver os choques, sem partirem.
Portugal abriu mão da única variável manipulável (taxa de câmbio) com a entrada no euro, e aumentou a sua despesa corrente e a sua dívida externa. E, por outro lado, não foi capaz de fazer reformas estruturais na Justiça, Saúde, Educação, Administração Pública e Mercado de Trabalho. Este modelo era insustentável e partiria ao primeiro choque. Com a crise financeira global, os mercados importadores diminuíram as encomendas a Portugal e os juros da dívida pública – que tinham diminuído espectacularmente com a entrada no euro – voltaram a registar um aumento.
Ora, como fica demonstra supra, a crise financeira internacional está a ter um impacto muito maior em Portugal porque não fomos capazes de fazer as reformas estruturais necessárias para tornar o país mais flexível e competitivo. E não porque tivemos "mais mercado" ou mais "neo-liberalismo", foi exactamente o contrário, tivemos sempre mais Estado, mais pesado, gastador, burocrata e ineficiente.
É verdade que desde 2005, demos passos de gigante no combate à burocratização e no investimento no conhecimento, na investigação e desenvolvimento, e houve uma tentativa de racionalizar alguns gastos e aumentar a eficiência. Mas as reformas vieram tarde e, em alguns casos como na Educação e na Justiça, foram demasiado tímidas.
A análise política e económica e a procura de soluções para os problemas actuais que enfrentamos não se podem fazer de forma leve, socorrendo-se de velhos chavões ideológicos e recorrendo a velhas ideologias que se provaram erradas. Sejam elas o liberalismo, da Escola Austríaca, tão em voga nos anos 80, ou ao marxismo que se julgava enterrado com a queda do Muro de Berlim. Os problemas actuais têm de ser analisados de forma realista, sem os coletes de força das ideologias rígidas que marcaram os anos 60, 70 e 80. Para diagnosticar os problemas, temos de identificar o que realmente está na sua origem. E para encontrar soluções teremos de nos perguntar qual é a melhor solução para o nosso projecto de vida comum, enquanto sociedade que se quer harmoniosa, solidária e confiante. Portanto, a solução poderá passar, algumas vezes, por uma maior intervenção do Estado e noutras por uma maior participação dos privados. O Estado tem de assegurar que o interesse comum da sociedade está salvaguardado e que encontrou a forma mais eficaz e eficiente de garantir o Estado-Providência. Esse é o grande desafio. E não se chega lá com retórica marxista-leninista do Séc. XIX, de “a culpa é dos burgueses” como um uma ligeira modernização do chavão para a “culpa é do neo-liberalismo”.
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Congresso do PS 2011
Afirmações de índole marxista leninista do Camara Sócrates deixam os neoliberais que se confundiram na sua moção de pé atrás
O Camarada José, não o Joseph Stalin, mas o Sócrates, disse isto. Não no século XIX mas ontem. Que dirão a isso os neoliberais que o confundiram com a direita ultra neoliberal?
"Não há alternativa ao Serviço Nacional de Saúde."
o primeiro-ministro lançou-se num exercício de elogios sistemáticos ao SNS, "o único - disse - que pode proporcionar igualdade, equidade e dignidade da vida humana".
Se pensam que há uma bala mágica que vai resolver tudo, colocando o Serviço Nacional de Saúde na mão de privados, pura e simplesmente ignoram que o único país [Estados Unidos] que não tem Serviço Nacional de Saúde é aquele que gasta mais em saúde e, pior do que isso, é que o Presidente quer criar lá um Serviço Nacional de Saúde" (O Camarada José atacou o sistema de saúde americano, das seguradoras que deixam morrer os doentes para não baixar os resultados que dão bons dividendos aos gestores que criaram a bolha neoliberal, que deu a crise americana, que chegou à Europa, que obrigaram o camara José a cortar no meu salário? Francamente! Já não pode um neoliberal estar descansado em Luanda a mandar bitaites de Sul para para Norte! Isso não se faz, camarada José!).
"O que nós temos visto ao longo dos últimos anos é que os custos da saúde no sector público até têm sido pouco, enquanto os custos privados de saúde têm sido muito mais. É por isso que não há alternativa ao SNS. (Credo, camarada José, isto é marxismo-leninismo do século XIX. A propósito, marxismo-lenismo no século XIX? Que anacronismo!). Leituras à pressa dá nisso!
"Não há alternativa ao Serviço Nacional de Saúde."
o primeiro-ministro lançou-se num exercício de elogios sistemáticos ao SNS, "o único - disse - que pode proporcionar igualdade, equidade e dignidade da vida humana".
Se pensam que há uma bala mágica que vai resolver tudo, colocando o Serviço Nacional de Saúde na mão de privados, pura e simplesmente ignoram que o único país [Estados Unidos] que não tem Serviço Nacional de Saúde é aquele que gasta mais em saúde e, pior do que isso, é que o Presidente quer criar lá um Serviço Nacional de Saúde" (O Camarada José atacou o sistema de saúde americano, das seguradoras que deixam morrer os doentes para não baixar os resultados que dão bons dividendos aos gestores que criaram a bolha neoliberal, que deu a crise americana, que chegou à Europa, que obrigaram o camara José a cortar no meu salário? Francamente! Já não pode um neoliberal estar descansado em Luanda a mandar bitaites de Sul para para Norte! Isso não se faz, camarada José!).
"O que nós temos visto ao longo dos últimos anos é que os custos da saúde no sector público até têm sido pouco, enquanto os custos privados de saúde têm sido muito mais. É por isso que não há alternativa ao SNS. (Credo, camarada José, isto é marxismo-leninismo do século XIX. A propósito, marxismo-lenismo no século XIX? Que anacronismo!). Leituras à pressa dá nisso!
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sexta-feira, 4 de março de 2011
Sophia
Apesar das ruínas e da morte,
Onde sempre acabou cada ilusão,
A força dos meus sonhos é tão forte,
Que de tudo renasce a exaltação
E nunca as minhas mãos ficam vazias.
Onde sempre acabou cada ilusão,
A força dos meus sonhos é tão forte,
Que de tudo renasce a exaltação
E nunca as minhas mãos ficam vazias.
quinta-feira, 3 de março de 2011
Esta crise é a crise do neoliberalismo. Haverá p'rá i algum neoliberal que discorde?
E dizia o prègador na quinta-feira santa:
- Irmãos, vede bem o poder desse Cristo. Com milhares de pães matou a fome a doze pessoas.
O sapatairo, que estava na primeira fila, disse:
- Grande façanha. Isso eu também fazia.
No ano seguinte, o padre não trocou os dados.
- Irmãos, vede bem o poder desse Cristo. Mas vede bem. Com doze pães matou a fome a milhares de pessoas. Haverá p'rá i algum sapateiro que discorde?
- Muito obrigado! C'o resto que ficou do ano passado - rematou o sapateiro.
Parece que há p'rá i quem não perceba que a crise é consequência dos restos que os especuladores deixaram à economia e aos trabalhadores.
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terça-feira, 1 de março de 2011
Eu fui ao jardim da Celeste, giroflé, giroflá: os adversários do aterro não tinham outro lugar para irem brincar ao jogo do lenço senão ali?
Aquilo, uma manifestação? E eu a pensar que tínhamos chegado ao Cairo! Cá p'ra mim parecia-me que estavam a brincar ao jogo do lenço. De mão dada, só faltou mesmo cantarem o giroflé, giroflá
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Aterro da avenida
Calem-se
Li esta semana num semanário nacional a estranha notícia de que “os sinais de que a intervenção do FMI em Portugal pode estar iminente avolumaram-se esta semana e são cada vez mais as vozes que consideram inevitável um pedido de ajuda externa. A Oposição está convencida de que José Sócrates não sobreviverá a tal intervenção mas, ainda assim, o líder do PSD resiste a apresentar uma moção de censura ao Governo. Passos Coelho, que já disse que «o eventual recurso ao FMI não pode deixar de ter consequências políticas», acredita que, no momento em que tal acontecer, Sócrates deixará de ter condições para continuar a liderar o país, sobretudo porque perderá a credibilidade externa. E, argumenta fonte próxima do líder social-democrata, «essa quebra de confiança só se resolverá com eleições». Sem querer abrir o jogo, Passos Coelho acredita que há outras vias, cuja iniciativa não depende exclusivamente do PSD, que podem ditar a saída de Sócrates e a antecipação de eleições. Para já, as expectativas estão todas voltadas para o Conselho Europeu de 24 de Março”.
Basicamente o que é preciso dizer é que a vinda do FMI ou de qualquer outra forma de apoio externo, tem responsabilidades e responsáveis, que devem ser identificados, denunciados e julgados pelo povo. Uma das primeiras exigências que o povo teria que fazer, nas ruas, era essa exigência, a de ver divulgada a verdade incluindo a explicação para fortunas acumuladas ao longo destes anos. Como é que o povo depois julga? Pelo voto e, se necessário for, se a impunidade, nessas circunstâncias se mantiver, com recurso a outros meios que obviamente tem ao seu dispor. Uma coisa é certa: os causadores desta situação não podem sair por cima, como se nada fosse com eles. Depois constata-se que há pessoas, particularmente políticos e banqueiros, que deveriam ter mais respeito pelos cidadãos e seriedade nas suas declarações, pois em vez de andarem apenas a empolar a importância do FMI na pretensa normalização das contas públicas (já agora, e excluindo os bancos que encheram as panças vazias por uma crise da qual eles foram os principais causadores, que outros resultados palpáveis concretos tem acontecido na Irlanda e sobretudo na Grécia, pese a presença do FMI e do fundo europeu de resgate?!) andam a esconder o outro lado (há sempre o reverso da medalha…) e a enganar as pessoas acerca do real impacto nos cidadãos e nas empresas dessa presença do FMI ignorando os aspectos negativos, e que socialmente terão impactos dramáticos, para valorizarem apenas as questões que se relacionam com a imposição das normalidade na gestão das contas públicas.
Basicamente o que querem os apologistas do FMI? Que o governo socialista de Lisboa seja envergonhado (e será que isso dá garantia de ser derrotado nas urnas?) independentemente do facto do povo ser obrigado a sofrer ainda mais restrições e privações com a execução de rigorosos planos de recuperação das contas públicas que terão que ser feitos à custa da redução da despesa e de sacrifícios generalizados? Mas de que serve tudo isso? Será que os apologistas do FMI acham chique, particularmente no alimentar das suas caganças individualistas e sectariamente nojentas, que basta “endireitar” as contas públicas e tudo se resolve? E a pobreza crescente? E os mais de 800 mil desempregados em Portugal? E os mais de 16 mil desempregados na Madeira? E os milhares de jovens licenciados que não encontram saídas profissionais? E as falências e os níveis de endividamento das empresas? E o endividamento das famílias a atingir valores dramaticamente preocupantes? E o poder de compra que tem sido reduzido a quase nada graças ao aumento da carga fiscal? Vai o FMI parir empregos com um estalar de dedos ou reduzir impostos de um dia para outro? Mas afinal estamos a falar de quê? Das queixas dos banqueiros e da banca que são hoje as instituições mais desavergonhadas, e as que mais lucram com a desgraça alheia e com a crise que provocaram, motivadas pela ganância do lucro fácil para os seus exigentes accionistas? Por acaso os baços julgam que não lhes está reservado nada se isto cair no caos? O que me confunde e intriga – sobretudo quando julgo que estamos entre gente séria – é que os apologistas do FMI escondam, o outro lado desta história deliberadamente mal contada, para enganar as pessoas, as exigências de rigor indiscriminado, dos sacrifícios que inevitavelmente terão que ser aplicados. Por acaso alguém acredita que a Madeira, por exemplo, tal como todas as regiões, mas cada um que se preocupe com a sua, não vai sofrer com a entrada do FMI, que não passará por dificuldades graves com consequências difíceis de imaginar? Alguém duvida que o Estado social, demagogicamente agitado por tantos, estoira no dia em que o FMI entrar neste país? Alguém duvida que isso vai gerar um choque que colocará em causa muita coisa e não apenas os vícios e as habilidades que, essas sim, deveriam ser combatidas internamente, sem ajuda externa, e não são? Por acaso já se esqueceram que a entrada do FMI não se limitará ao Continente, nem às empresas públicas falidas, mas abrangerá todo o país e que o principal problema das regiões autónomas é financeiro e orçamental? E que indirecta ou directamente o sector privado vai sofrer com essa política de rigor e de restrição que inevitavelmente será imposta ao nosso país, pois o FMI rege-se por objectivos e por calendários, não por discursos políticos idiotas nem habilidades que apenas servem para manter uma estrutura administrativa empolada, factos que poderiam ter sido resolvidos sem ajuda externa, mas que persistem porque servem para alimentar muita coisa? Já reflectiram seriamente sobre tudo isso?
O FMI, ou seja lá quem ver por aí dentro está-se borrifando para a gritaria política ou para as reivindicações sejam de quem for, pois limitar-se-á a aplicar programas rigorosos de controlo das contas públicas, assentes, inevitavelmente, na redução drástica de despesas públicas, em mais cortes dos salários, de benefícios sociais e outros, no emagrecimento forçado da estrutura do aparelho de Estado (e que tem que ser uma realidade no País e na região, pois é insuportável continuar com este modelo), no questionamento ou mesmo cancelamento de parcerias público-privadas as quais, montadas e aproveitando-se da falta de meios financeiros do Estado mais não são que actos de roubalheira descarada do erário público e dos contribuintes, etc. E depois? Todos aqueles que queriam o FMI porque é chique, emigram para viverem à custa do que roubaram? Não, o que o povo tem que exigir, se o FMI um dia entrar por aí é que sejam realizadas auditorias, recuando no tempo o que for necessário, para que se apurem responsabilidades e se não identifiquem todos os esquema se protagonistas da corrupção que tem delapidado o país, graças à corrupção e ao gamanço que contou sempre com cumplicidades e conivências que não podem passar impunemente ao lado de uma crise que eles próprios, todos deles, sem excepção, também geraram.
Por isso, se querem tanto o FMI, que ele venha. Paguem-lhe até viagem e estadia. Mas com o FMI, vamos também ajustar contas com o passado, nem que seja à força. Porque o povo pode sofrer temporariamente de memória curta. Mas haverá sempre alguém que a avive. E depois, caso as respostas não sejam dadas e a verdade denunciada, então no tempo próprio, nos lugares adequados e com as formas necessárias, certamente que os cidadãos saberão dizer bem alto que não são reféns de politiquices e de gente mesquinha e que recusam ser pessoas do tipo “come-e-cala”, como a maioria dos políticos portugueses julgam que eles são.
http://ultraperiferias.blogspot.com
Basicamente o que é preciso dizer é que a vinda do FMI ou de qualquer outra forma de apoio externo, tem responsabilidades e responsáveis, que devem ser identificados, denunciados e julgados pelo povo. Uma das primeiras exigências que o povo teria que fazer, nas ruas, era essa exigência, a de ver divulgada a verdade incluindo a explicação para fortunas acumuladas ao longo destes anos. Como é que o povo depois julga? Pelo voto e, se necessário for, se a impunidade, nessas circunstâncias se mantiver, com recurso a outros meios que obviamente tem ao seu dispor. Uma coisa é certa: os causadores desta situação não podem sair por cima, como se nada fosse com eles. Depois constata-se que há pessoas, particularmente políticos e banqueiros, que deveriam ter mais respeito pelos cidadãos e seriedade nas suas declarações, pois em vez de andarem apenas a empolar a importância do FMI na pretensa normalização das contas públicas (já agora, e excluindo os bancos que encheram as panças vazias por uma crise da qual eles foram os principais causadores, que outros resultados palpáveis concretos tem acontecido na Irlanda e sobretudo na Grécia, pese a presença do FMI e do fundo europeu de resgate?!) andam a esconder o outro lado (há sempre o reverso da medalha…) e a enganar as pessoas acerca do real impacto nos cidadãos e nas empresas dessa presença do FMI ignorando os aspectos negativos, e que socialmente terão impactos dramáticos, para valorizarem apenas as questões que se relacionam com a imposição das normalidade na gestão das contas públicas.
Basicamente o que querem os apologistas do FMI? Que o governo socialista de Lisboa seja envergonhado (e será que isso dá garantia de ser derrotado nas urnas?) independentemente do facto do povo ser obrigado a sofrer ainda mais restrições e privações com a execução de rigorosos planos de recuperação das contas públicas que terão que ser feitos à custa da redução da despesa e de sacrifícios generalizados? Mas de que serve tudo isso? Será que os apologistas do FMI acham chique, particularmente no alimentar das suas caganças individualistas e sectariamente nojentas, que basta “endireitar” as contas públicas e tudo se resolve? E a pobreza crescente? E os mais de 800 mil desempregados em Portugal? E os mais de 16 mil desempregados na Madeira? E os milhares de jovens licenciados que não encontram saídas profissionais? E as falências e os níveis de endividamento das empresas? E o endividamento das famílias a atingir valores dramaticamente preocupantes? E o poder de compra que tem sido reduzido a quase nada graças ao aumento da carga fiscal? Vai o FMI parir empregos com um estalar de dedos ou reduzir impostos de um dia para outro? Mas afinal estamos a falar de quê? Das queixas dos banqueiros e da banca que são hoje as instituições mais desavergonhadas, e as que mais lucram com a desgraça alheia e com a crise que provocaram, motivadas pela ganância do lucro fácil para os seus exigentes accionistas? Por acaso os baços julgam que não lhes está reservado nada se isto cair no caos? O que me confunde e intriga – sobretudo quando julgo que estamos entre gente séria – é que os apologistas do FMI escondam, o outro lado desta história deliberadamente mal contada, para enganar as pessoas, as exigências de rigor indiscriminado, dos sacrifícios que inevitavelmente terão que ser aplicados. Por acaso alguém acredita que a Madeira, por exemplo, tal como todas as regiões, mas cada um que se preocupe com a sua, não vai sofrer com a entrada do FMI, que não passará por dificuldades graves com consequências difíceis de imaginar? Alguém duvida que o Estado social, demagogicamente agitado por tantos, estoira no dia em que o FMI entrar neste país? Alguém duvida que isso vai gerar um choque que colocará em causa muita coisa e não apenas os vícios e as habilidades que, essas sim, deveriam ser combatidas internamente, sem ajuda externa, e não são? Por acaso já se esqueceram que a entrada do FMI não se limitará ao Continente, nem às empresas públicas falidas, mas abrangerá todo o país e que o principal problema das regiões autónomas é financeiro e orçamental? E que indirecta ou directamente o sector privado vai sofrer com essa política de rigor e de restrição que inevitavelmente será imposta ao nosso país, pois o FMI rege-se por objectivos e por calendários, não por discursos políticos idiotas nem habilidades que apenas servem para manter uma estrutura administrativa empolada, factos que poderiam ter sido resolvidos sem ajuda externa, mas que persistem porque servem para alimentar muita coisa? Já reflectiram seriamente sobre tudo isso?
O FMI, ou seja lá quem ver por aí dentro está-se borrifando para a gritaria política ou para as reivindicações sejam de quem for, pois limitar-se-á a aplicar programas rigorosos de controlo das contas públicas, assentes, inevitavelmente, na redução drástica de despesas públicas, em mais cortes dos salários, de benefícios sociais e outros, no emagrecimento forçado da estrutura do aparelho de Estado (e que tem que ser uma realidade no País e na região, pois é insuportável continuar com este modelo), no questionamento ou mesmo cancelamento de parcerias público-privadas as quais, montadas e aproveitando-se da falta de meios financeiros do Estado mais não são que actos de roubalheira descarada do erário público e dos contribuintes, etc. E depois? Todos aqueles que queriam o FMI porque é chique, emigram para viverem à custa do que roubaram? Não, o que o povo tem que exigir, se o FMI um dia entrar por aí é que sejam realizadas auditorias, recuando no tempo o que for necessário, para que se apurem responsabilidades e se não identifiquem todos os esquema se protagonistas da corrupção que tem delapidado o país, graças à corrupção e ao gamanço que contou sempre com cumplicidades e conivências que não podem passar impunemente ao lado de uma crise que eles próprios, todos deles, sem excepção, também geraram.
Por isso, se querem tanto o FMI, que ele venha. Paguem-lhe até viagem e estadia. Mas com o FMI, vamos também ajustar contas com o passado, nem que seja à força. Porque o povo pode sofrer temporariamente de memória curta. Mas haverá sempre alguém que a avive. E depois, caso as respostas não sejam dadas e a verdade denunciada, então no tempo próprio, nos lugares adequados e com as formas necessárias, certamente que os cidadãos saberão dizer bem alto que não são reféns de politiquices e de gente mesquinha e que recusam ser pessoas do tipo “come-e-cala”, como a maioria dos políticos portugueses julgam que eles são.
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