O debate sobre a questão dos
transportes de e para a Madeira, no ar e no mar, foi um marco histórico pela
forma como foi elaborado e concretizado e pelos atores envolvidos. Todos os
quadrantes foram convocados e muitos estiveram presentes, sem exclusão de
ninguém, incluindo o PSD, através de alguns candidatos, que, aliás, fizerem
intervenções adequadas, dando a sua perspetiva sobre a questão. Esse é o modelo
que nos convêm neste momento histórico que atravessamos. Foi como se o futuro, uma hipótese de futuro,
o futuro que queremos nos tivesse visitado. Era bom que todos estivessem à
altura deste momento e que ninguém ousasse sufocar, de novo, o futuro.
Ninguém, nenhum setor, pode ficar
excluído da procura da solução. Querer colocar o PSD num gueto é um erro histórico. Querer incluir
todo o espetro do PSD é outro erro. Excluir, todavia, o contributo de
personalidades do PSD com capital de experiência
do encontro das soluções só porque são do PSD seria um erro crasso. A construção
da solução política necessária para ultrapassar a situação em que nos
encontramos não pode excluir ninguém do “arco da solução” daquilo que é preciso fazer. O modelo do debate dos
transportes, sob a égide do Diário de Notícias, deve ter seguimento sobre as outras
grandes questões que nos preocupam: sob a dívida da Madeira e as relações
financeiras com o Estado; sobre a questão da economia e do emprego; sobre as
potencialidades e económicas e científicas da nossa ZEE (zona económica exclusiva), sobre
a o Estado Social na Região, sobre a tragédia social dos sem-abrigo, sobre a
questão do direito à casa de quem perdeu o emprego.
E digo mais: o Diário de
Notícias, deve assumir-se, sem complexo,
como um dos promotores da construção de futuro, como instituição centenária que
é e pretende continuar a ser, promovendo o debate que importa a fim de que,
perante os vários modelos em perspetiva, se possa encontrar aquele que nos
interessa. Na senda do decano da
imprensa madeirense, outras instituições centenárias podem e devem comparecer,
para que não percamos, mais uma vez, o
encontro que temos marcado com a História. A bem da Democracia e da Região
Autónoma da Madeira, incluindo Porto Santo, Desertas e Selvagens e todo o nosso
território, terrestre e marítimo, de 446 108 km². Esta é a hora.