Para defesa do interesse
do País ou da Pólis, o homem de Estado deve concentrar em si a inteligência, a
eloquência, o patriotismo e a abnegação.
A inteligência dá-lhe a faculdade de analisar a situação
política e de antecipar os acontecimentos, dando-lhe a resposta necessária
através dos actos.
A eloquência dá-lhe o poder de suscitar o apoio do povo e
levá-lo a participar na ação política. De
cada vez que fala à Cidade, coloca-se ao
seu nível , como se, naquele momento,
devolvesse ao povo o poder que dele
recebeu. Reforça-o ou enfraquece-o na medida em que for capaz de partilhar com o
povo a sua própria convicção naquilo que
é necessário para a cidade. O
patriotismo ou sentido cívico, fá-lo colocar acima de tudo o interesse do País
ou da Cidade. Já a abnegação confere-lhe
o altruísmo e a humildade que o defendem e o tornam incólume aos interesses
estranhos à Pólis.
Desta forma, o homem de Estado suscita o reconhecimento unânime da Pólis, mesmo daqueles cidadãos, que,
não partilhando das mesmas convicções, vêem
nele um homem de inteligência para dirigir os destinos do País ou da Cidade; a eloquência,
que é sustentada na convicção em princípios; o patriotismo, que coloca a cidade acima dos egoísmos, incluindo
o seu, e a abnegação, que volve
invulnerável ao que não é o interesse geral. Era assim em Atenas no tempo de Tucídides,
que encontrou estas virtudes em Péricles. Nós, cidadãos desta Democracia do século XXI d. C, temos
os mesmos direitos que os atenienses do século V a. C .
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