A Diocese do Funchal está a
comemorar cinco séculos de vida. É a primeira diocese global e tem um papel singular
no início da Idade Moderno. São cinco séculos de vida religiosa, cultural e
obra social na Madeira também no ensino e na saúde. Atualmente, haverá largas
dezenas de sem-abrigo nas ruas do Funchal que são uma chaga social que devem ser alvo de um programa de
emergência e integração social, devolvendo-lhes a cidadania ativa.
Como forma de comemorar os 500 anos da sua
presença na Madeira, gostaria de ver a Igreja liderar um programa de emergência
social destinado aos sem-abrigo que, além da Igreja, tivesse a cooperação das
Misericórdias, da Segurança Social, do Estado e de todas as organizações
sociais existentes para o efeito. Na Doutrina Social da Igreja, o direito à propriedade privada está
subordinado à sua função social. Não pode haver coesão numa sociedade em que há
pessoas que vivem na rua por não terem um tecto. A recuperação do belo edifício verde da calçada
da Encarnação como centro de acolhimento e reabilitação social e cívica desses
cidadãos que esta sociedade excludente atirou para as margens da cidadania seria
um gesto à altura da obra social cristã. Não se trata, assim, de um mero programa de abrigo e de acolhimento,
mas de reintegração social. E para isso também existem fundos europeus: o FEAC
2014-2020 (Fundo Europeu de Auxílio às
pessoas mais Carencidadas), que substitui o atual Programa de Distribuição Alimentar, destina-se,
exatamente, a apoiar organizações que prestam assistência às pessoas mais
necessitadas, nomeadamente sem abrigo, e apoia medidas de acompanhamento e
medidas de aprendizagem mútua.
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