Há quatro anos atrás, o então
líder socialista, Dr. Jacinto Serrão,
lançou um repto a todas as forças políticas para que se constituísse uma
Plataforma Democrática na base da qual se pudesse construir uma alternativa ao
então e atual poder. Todos os partidos
parlamentares tiveram encontros com o partido proponente, exceto um, o mesmo
que agora vem propor o mesmo.
Só que o tempo já é outro. Neste “intermezzo”,
houve uma intervenção estrangeira em Portugal, o País e a Região foram
submetidos a uma violenta política de devastação social e os seus efeitos negativos
perdurarão, por longos e penosos anos. Se há quatro anos atrás, antes da
troika, esta proposta política fazia sentido, o Estado da Região foi de tal
maneira afetado em consequência dos planos da resgate a que o País e a Madeira
foram submetidos que qualquer solução tem de ser construída atendendo a esta realidade:
é necessário uma renegociação com a República, o que exige uma sustentação forte que não pode,
de modo algum, dispensar qualquer ator político ou social, por um lado, e o
envolvimento da esmagadora maioria dos madeirenses, do Porto Santo e da
Madeira, por outro.
Já não é possível um governo com
metade da Região contra a outra metade, já não basta uma simples alternativa, como seria possível e desejável há quatro anos
atrás. Do que precisamos, nestas circunstâncias, é de uma solução governativa
que dê resposta às situação de
emergência social e financeira de curto prazo, alicerçadas num projeto de médio
e longo prazo, que recupere a autonomia material que foi suspensa em consequência
da situação de crise em que vivemos. Só
uma solução que envolva e responsabilize todas as instituições políticas e
sociais e os mais competentes de todos os setores poderá dar a resposta de que
carecemos. Não é possível deixar de fora de qualquer modelo governativo aqueles
que são necessários a uma solução que
tem de ser negociada em Lisboa e em Bruxelas, porque isso significa deixar a política do curto prazo e inviabilizar não só as medidas urgentes que a situação
impõe, mas inviabilizar igualmente as medidas estratégicas que preparem o nosso
futuro coletivo.
Não vale a pena qualquer força
política querer ficar com o capital político da solução, requerendo as
assinaturas, o avale e o compromisso dos
outros agentes, sem os envolver. O que menos necessitamos é de tática, que se
esgota na espuma nos dias. Para não nos dissolvermos no presente e continuarmos
com direito ao futuro, o que se impõe é
uma estratégia que salve o
presente e prepare o futuro. Para isso,
é necessário sentido de Estado, o mesmo é dizer, sentido do Interesse Regional.
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