domingo, 27 de abril de 2014

REFERENDO: PORTUGAL DEVE CONTINUAR NESTA UNIÃO EUROPEIA?


Passados 40 anos depois do 25 de Abril, o País vê-se confrontado com a mesma atitude  de fatalidade e inevitabilidade quanto ao seu destino.
Há 40 anos, com o alheamento forçado do Povo Português, os políticos do antigo regime diziam que não havia alternativa para a nossa presença em África: ou permanecíamos em África  ou o País deixaria de existir. E o assunto era indiscutível.
Com a mesma fatalidade, e também com a recusa de dar ao Povo Português  o direito de discutir a questão objetiva da nossa pertença à moeda única e à União Europeia, vastos setores políticos, mesmo que discordando do atual estado de coisas da União Europeia, limitam-se a constatar o estado de desespero em que se encontra o País e a Europa do Sul em geral, mas agem como se isso fosse uma fatalidade e nada se pudesse fazer.
Estas eleições europeias podem servir para protestos mas não serão o momento de se fazer o que é necessário: conceder ao Povo Português o direito de decidir se quer continuar na União Europeia tal como ela funciona, ou se Portugal continua a ser um País soberano que não é obrigado a permanecer num espaço político onde alguns países ditam as regras e os outros são  obrigados a submeter-se-lhe,  não como  países livres e independentes associados numa União Política, mas como territórios com o estatuto político menor perante estados suseranos com a Alemanha erigida em suserano dos suseranos.
Só uma maneira de sair desta situação de impasse em que caiu a União Europeia: a realização de um referendo onde seja colocada esta questão:  deve Portugal permanecer na União Europeia com as condicionantes à nossa liberdade de País e de cidadãos livres, ou deve abandoná-la,  se não forem alteradas as atuais regras de funcionamento que impõem a desigualdade entre estes estados?

 A realização de um referendo em Portugal deveria ser o objetivo central daqueles que não concordam com a destruição do espírito europeu de coesão social, que foi o motor dos pais fundadores da Europa como projeto político,  e devia alastrar a todos os povos cujos países têm sido tratados como nações de segunda ordem perante alguns países que arvoraram, indevidamente, em donos do projeto europeu e o tornam refém. Este é projeto que vale a pena e tem encontro marcado com a História. 

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