Sobre isto "Serão os funcionários públicos melhores trabalhadores do que os que trabalham no sector privado ou no sector cooperativo?
Não deverão ter todos os trabalhadores no geral os mesmos direitos?
Então o problema é apenas se a igualdade é alcançada por soma ou por subtracção?" já tinha dito isto "Não deixa de ser uma certa visão neo-liberal de que os funcionários públicos têm privilégios, conhece-os ou limita-se a dizer generalidades? - em vez de alargar os privilégios supostos aos trabalhadores do privado. Foi essa visão de competitividade sem direitos sociais, chamados de privilégios, que levou a economia ao estado em que se encontra.
É claro que, para os neo-liberais, os direitos dos trabalhadores - T R A B A L H A D O R E S - seja de que sector for - são sempre um sacrilégio.
domingo, 30 de novembro de 2008
OS DIREITOS A QUE OS NEO-LIBERAIS MESMO QUANDO NÃO SABEM QUE SÃO CHAMAM "PRIVILÉGIOS"
Nem com delicadeza nem sem delicadeza - mas com total frontalidade e sem falsas mesuras, dispenso o pedido de desculpas nunca formulado - porque o que está em causa não é uma questão particular mas uma mudança de posição e é nisso que me concentro - a admoestação perante uma tomada de posição pública que então era tida como inconveniente - porque, havia outra - aquela da coligação com o PCP,que não era conveniente discutir na praça pública, isto a propósito de uma notícia no DN sobre o assunto que me foi atribuída pelo então vice - e agora anuncia que vai discutir publicamente os hipotéticos candidatos à câmara (Funchal), quando é sabido a perturbação que isso pode causar - isto na sua concepção clássica de discutir intramuros - não exactamente a minha. Mas quanto à posição oficial sobre os professores - se é oficial é para acatar, diria o vice a que me venho referindo - mas a questão não é essa, a questão é dizer que isso resultaria de o executivo partidário ter uma determinada percentagem de professores - será que defende uma quota por profissão? - Não faz sentido, não é nessa condição que ali estão - contudo, vem contradizer-se quando adimite "Eu não tenho dúvidas que existe pluraridade dentro do PS, mas a posição pública veiculada pelo PS é apenas uma e é a essa que me refiro", supondo-se que, se este argumento é usado neste contexto contra o meu argumento, significa que, afinal, não é o facto de haver professores no secretariado que origina esta posição do PS, como, aliás, muito bem sabe. Ou o autor esquece que vivemos numa região autónoma e na outra região o assunto foi muito mais bem gerido do que aqui? Faz de conta que não se lembra, é claro, porque dá jeito.
(Isso faz lembrar um sindicalista que para aí anda, autonomista nas horas vagas, que, agora, já não é tão autonomista assim, e quer que o PS-M se submeta acriticamente às políticas da República, quando é certo que a autonomia pressupõe outras soluções).
De resto o autor tem de ser mais específico quanto aos privilégios: quais privilégios, aponte. Não deixa de ser uma certa visão neo-liberal de que os funcionários públicos têm privilégios, conhece-os ou limita-se a dizer generalidades? - em vez de alargar os privilégios supostos aos trabalhadores do privado. Foi essa visão de competitividade sem direitos sociais, chamados de privilégios, que levou a economia ao estado em que se encontra. Esta gente nem asim aprende. Ainda quanto à delicadeza na forma, o autor que não seja humilde: verrina nunca lhe faltou nas intervenções com que resolve brindar os outros porque sim.
(Isso faz lembrar um sindicalista que para aí anda, autonomista nas horas vagas, que, agora, já não é tão autonomista assim, e quer que o PS-M se submeta acriticamente às políticas da República, quando é certo que a autonomia pressupõe outras soluções).
De resto o autor tem de ser mais específico quanto aos privilégios: quais privilégios, aponte. Não deixa de ser uma certa visão neo-liberal de que os funcionários públicos têm privilégios, conhece-os ou limita-se a dizer generalidades? - em vez de alargar os privilégios supostos aos trabalhadores do privado. Foi essa visão de competitividade sem direitos sociais, chamados de privilégios, que levou a economia ao estado em que se encontra. Esta gente nem asim aprende. Ainda quanto à delicadeza na forma, o autor que não seja humilde: verrina nunca lhe faltou nas intervenções com que resolve brindar os outros porque sim.
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avaliação de professores
sábado, 29 de novembro de 2008
AVALIAÇÃO DE PROFESSORES
Parece que neste país só os professores devem ser avaliados; e os médicos? E os economistas, esses esotéricos que nada previram nem nada prevêem da crise mundial que nos afecta? e os engenheiros? e os enfermeiros? e os jornalistas? e os ministros? e os deputados? Agora essa de vir dizer que a constituição de um órgão executivo - aliás, admiro a liberdade crítica do seu autor, longe vão os tempos em que eu recebia telefonemas de um certo vice-presidente do PS me atribuindo notícias de jornais cuja fonte veio a revelar-se outra - poderá, a constituição do executivo partidário estar a provocar uma determinada posição política é julgar que a posição quanto à avaliação dos professores se faria nesta base: é professor, é contra; não é professor, é a favor, deriva de ter estado a leste do paraíso ou então de uma visão sectária inultrapassável. Há, entre os professores que militam no PS, pertençam ou não a órgãos do partido, pluralidade de posições, sendo certo que todos concordam num ponto - os professores devem ser avaliados. E para informação geral, devo dizer que a Ministra cedeu em pontos em que eu acho que fez mal: na relação entre a avalição dos professores e o sucesso dos alunos e na contribuição da apreciação do trabalho docente por parte dos enc. de educação, desde que fosse obrigatório para todos, senão só ponderavam os críticos (isto já no inicio do processo). Nesta minha posição, sei que muitos professores não me acompanham - dentro e fora do PS.
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avaliação de professores
A IDEIA DE APENAS HINO, BANDEIRA, PR E FORÇAS ARMADAS JÁ A CONHEÇO NO PSD DESDE 1975
Era isso que me dizia um amigo meu e colega de trabalho, que esse ideia já era defendida por alguns elementos do PPD.
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o sistema laranja
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
CONTADOR A ZEROS
Voltei a instalar hoje um contador, dado que o primeiro, se retirou por si próprio do blogue. Começamos de novo.
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blogosfera
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
500 MILHÕES: JAIME FILIPE JÁ RECONHECE AO MENOS 50% DA VERBA; QUEM, NO PSD, DÁ A CARA PELOS RESTANTES 50%?
"A redução directa no "envelope" comunitário da Região foi de 250 milhões de euros, ou seja, metade do que alguns teimosamente afirmam".
Veja tudo aqui.
Veja tudo aqui.
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o sistema morre de riso
MAIS UMA INVENÇÃO DO POVO SUPERIOR: PARLAMENTO-ON-LINE-OFF
Veja a grande invenção aqui.
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o sistema laranja cai à gargalhada
sábado, 22 de novembro de 2008
CÁ POR MIM, A OPOSIÇÃO AINDA TEM TEMPO A MAIS
Há dias, uma rádio transmitia esta coisa surrealista: um deputado do PSD atacou o OE; o deputado CP, do PS, desmontou os argumentos do deputado laranja; sabem qual foi o grande contra-argumento do deputado do PSD? Virou-se para o deputado socialista e acusou: "você tem a mania que é bom". Ora, o que ele devia ter feito era não só dizer isso, como provar, por A + B, que o deputado do PS tinha manias mas não tinha razão. Como não provou nada, o que fica é que o "gajo é mesmo bom". E nada disto se dava se o PSD já tivesse acabado com os tempos de invervenção parlamentar da oposição, que só deveria ter direito a estar sentada no parlamento, isto se houvesse cadeiras que dessem para todos.
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o sistema laranja cai à gargalhada
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
CONSELHO DE MINISTROS EXTRAORDINÁRIO HOJE À TARDE PARA DECIDIR SOBRE A AVALIAÇÃO DOS PROFESSORES (verdade)
Será que vão suspender a Democracia durante 30 dias para implementar a avaliação (ironia)?
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POLÍTICA LABORAL
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
ESTA DEMOCRACIA RECOMENDA-SE?
A um comentário de um deputado da Oposição que disse, comentando Ferreira Leite e a sua infeliz frase de suspensão da Democracia para fazer as reformas - o deputado disse que a Democracia estava suspensa na Madeira, crendo com isso signicar a qualidade de uma democracia de nível europeu - um jornalista disse que, contudo, foi essa democracia que o elegeu. Que os dois fossem mais explícitos: que o deputado falasse de qualidade democrática; mas que o jornalista fosse mais explícito também: que dissesse se acha que esta Demcracia é apresentável no contexto europeu. Ou será que acha? Diga lá...
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DEMOCRACIA OU DITADURA
CRITICAR O PSD NÃO É DIZER MAL DA MADEIRA NEM CRITICAR O SÓCRATES É DIZER MAL DE PORTUGAL
Certo? (Na mesma intervenção, também critiquei a arrogância autoritária dos sindicatos e do Ministério da Educação (do Governo do Sócrates).
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DEMOCRACIA OU DITADURA
terça-feira, 18 de novembro de 2008
domingo, 16 de novembro de 2008
CÁ JÁ NÃO FAÇO POSTAGENS - SÓ BORRADAS!
Este é que ainda perde tempo a analisar a lógica das coisas, como se houvesse lógica no que acontece nesta terra ou na sua imprensa. Se a gente ainda vivesse na Europa...
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o sistema laranja
DIÁRIO DA FAMÍLIA RAMOS FAZ CONCORRÊNCIA ESCANDALOSA AOS GATOS FEDORENTOS: NOS BAIXOS QUEM: PAPAI, FILHOTE, PITA? NICLES! VÍTOR.
ASSIM, NÃO HÁ HUMORISTA QUE AGUENTE!
PRESIDENTE ELEITO FALA à NAÇÃO: COMUNICAÇÕES SEMANIS VIA RÁDIO COLOCADAS NO YOU TUBE
"Os vídeos de Obama serão a versão Internet das fireside chats que o antigo Presidente Franklin Roosevelt promoveu entre 1933 e 1944, após a Grande Depressão e durante a II Guerra Mundial" (PÚBLICO)
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ELEIÇÕES AMERICANAS
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
VICE-PRESIDÊNCIA DO PARLAMENTO: NORMALIDADE DEMOCRÁTICA POSTA À PROVA
Como se diz AQUI e AQUI, o Parlamento madeirense e nomeadamente o PSD vão ser colocados à prova quanto à verdade democrática da normalidade constitucional.
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DEMOCRACIA OU DITADURA
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
SE AO REPRESANTE DA REPÚBLICA COUBE RESOLVER O CASO COELHO ENTÃO O RR É CO-RESPONSÁVEL PELOS CASOS PSD QUE INFESTAM A ALR
- porque os ignora, porque os não resolve.
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DEMOCRACIA OU DITADURA
terça-feira, 11 de novembro de 2008
domingo, 9 de novembro de 2008
terça-feira, 4 de novembro de 2008
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Pode Obama perder na secretaria?, André Freire
Embora seja improvável, Obama pode perder alguns dos estados que parecem "seguros" ou quase
Arevolução americana (1776-87) legou ao mundo algumas heranças fundamentais para a arte de governar nos sistemas políticos modernos: a existência de uma Constituição escrita e produzida através da uma assembleia constituinte eleita para o efeito (a "convenção constitucional"); a "carta dos direitos" fundamentais dos cidadãos; a separação institucional de poderes e, através dela, a ideia do controlo mútuo dos órgãos do poder político; a justiça constitucional; o federalismo. Tratou-se de inovações fundamentais pelo seu carácter pioneiro e pelo seu impacto e difusão mundiais.
Apesar daquele extraordinário legado, o sistema americano tem algumas características (dificuldades de inscrição nos cadernos eleitorais, votação em dia útil da semana, "chapeladas", muitos votos perdidos por efeito do método maioritário, etc.) que não só desincentivam a participação dos cidadãos como podem ter "efeitos patológicos" na conversão de votos em mandatos (o candidato mais votado pode não ser o eleito). Ensina a mais elementar humildade democrática e a imprescindível prudência analítica que não há nunca vencedores antecipados numa eleição democrática. Ou seja, embora seja altamente provável a eleição de Obama, há alguns elementos que podem levar a um volte-face de última hora. Adicionalmente, há alguns elementos no sistema institucional que podem não só potenciar um tal resultado como até, mesmo que Obama vença nas urnas, propiciar um "resultado patológico".
Como disse, uma das inovações fundamentais da revolução americana é o federalismo. Trata-se de um arranjo institucional para a partilha do poder em estados de grandes dimensões e/ou em sociedades muito heterogéneas. Tal mecanismo de partilha de poder implica que as minorias (constituintes) têm um poder muito superior àquele que lhes caberia se aplicássemos apenas a regra "um homem, um voto": a "representação desigual" leva à sua sobre-representação. No caso americano, tal passa pela existência de um "Congresso" com duas câmaras, a "Câmara dos Representantes" e o "Senado", desigualmente compostas mas com idênticos poderes na aprovação da legislação federal. Na primeira estão representados os cidadãos e cada estado tem um número de representantes proporcional ao número dos seus eleitores, embora nenhum possa ter menos do que um representante (regra que favorece os estados muito pequenos, como, por exemplo, o Alasca). No Senado, estão representados os cinquenta estados: cada um tem dois senadores, ou seja, os estados pequenos (minorias) estão altamente sobre-representados face aos grandes (maiorias). É o preço a pagar para manter unido um país com tal dimensão e heterogeneidade: caso contrário, os pequenos estados deixariam de contar, logo não teriam incentivos para se manter na federação.
O sistema de colégio eleitoral para a eleição do Presidente representa uma extensão do sistema federal. Eleito pelos cidadãos, o colégio é constituído por 538 elementos que depois elegerão o Presidente. Cada estado tem um número de membros no colégio igual à soma dos seus membros nas duas câmaras do Congresso. Naturalmente, estes traços sobre-representam os pequenos estados na eleição do Presidente. Mais, tais mecanismos podem levar a que o candidato com mais votos perca as eleições. Parece-me difícil reformar a "representação desigual" sem que os pequenos estados deixem de contar na eleição do Presidente. Mas há um outro elemento, esse sim reformável sem pôr em causa o federalismo, que é raramente referido (na imprensa portuguesa) mas que é determinante para um eventual "desfecho patológico". É a aplicação da regra da maioria para a determinação de quem ganha todos (!) os membros do colégio eleitoral em cada estado. Por exemplo, a Florida, onde Obama está à frente com uma pequena margem, tem 27 lugares no colégio eleitoral. Mas se Obama (ou McCain) acabar por perder aí, o vencedor terá direito a todos os membros do colégio e o candidato perdedor verá todos os seus votos desperdiçados (mesmo que tenha apenas menos 1 voto, em vários milhões, do que o vencedor). Se se aplicasse uma regra proporcional para distribuir os membros do colégio eleitoral pelos candidatos seria possível preservar o elemento federal e, simultaneamente, limitar bastante os seus potenciais "efeitos patológicos". Mais, estimular-se-ia a participação dos cidadãos porque deixaria de haver tantos votos que não contam para nada: todos os votos no(s) candidato(s) perdedor(es) em cada estado.
Mas, afinal, Obama pode perder na secretaria ou não? Segundo o sítio Real Clear Politics (em 31/10/08), baseado em médias de várias sondagens estaduais, Obama está muito à frente de McCain: ganharia "seguramente" (lidera com 10 por cento de vantagem ou mais) ou quase (lidera com 5 a 10 por cento de vantagem) em vários estados, o suficiente para conseguir 311 votos no colégio (a vitória obtém-se com 270). Porém, embora seja improvável, Obama pode perder alguns dos estados que parecem "seguros" ou quase. Primeiro, porque o voto em Obama pode estar sobrestimado se, para encobrir um eventual preconceito racial, muitos eleitores não estiveram a revelar o seu verdadeiro sentido de voto. Segundo, Obama tem um grande apoio entre as camadas mais jovens, usualmente mais abstencionistas, que, se não afluírem em número suficiente às urnas, poderão penalizá-lo. Terceiro, se ocorrer algum evento inesperado que venha dar vantagem a McCain (por exemplo, um atentado terrorista). Quarto, há nos EUA um historial de "chapeladas" (fraudes e expedientes semelhantes) de todo o tipo que podem subverter o voto popular (sobretudo se este for renhido) em estados cruciais. Mesmo que apenas alguns destes efeitos se verifiquem, poderão ser suficientes para aproximar as votações nos dois candidatos e propiciar uma derrota na secretaria (ao candidato com mais votos). Politólogo (ISCTE)
Arevolução americana (1776-87) legou ao mundo algumas heranças fundamentais para a arte de governar nos sistemas políticos modernos: a existência de uma Constituição escrita e produzida através da uma assembleia constituinte eleita para o efeito (a "convenção constitucional"); a "carta dos direitos" fundamentais dos cidadãos; a separação institucional de poderes e, através dela, a ideia do controlo mútuo dos órgãos do poder político; a justiça constitucional; o federalismo. Tratou-se de inovações fundamentais pelo seu carácter pioneiro e pelo seu impacto e difusão mundiais.
Apesar daquele extraordinário legado, o sistema americano tem algumas características (dificuldades de inscrição nos cadernos eleitorais, votação em dia útil da semana, "chapeladas", muitos votos perdidos por efeito do método maioritário, etc.) que não só desincentivam a participação dos cidadãos como podem ter "efeitos patológicos" na conversão de votos em mandatos (o candidato mais votado pode não ser o eleito). Ensina a mais elementar humildade democrática e a imprescindível prudência analítica que não há nunca vencedores antecipados numa eleição democrática. Ou seja, embora seja altamente provável a eleição de Obama, há alguns elementos que podem levar a um volte-face de última hora. Adicionalmente, há alguns elementos no sistema institucional que podem não só potenciar um tal resultado como até, mesmo que Obama vença nas urnas, propiciar um "resultado patológico".
Como disse, uma das inovações fundamentais da revolução americana é o federalismo. Trata-se de um arranjo institucional para a partilha do poder em estados de grandes dimensões e/ou em sociedades muito heterogéneas. Tal mecanismo de partilha de poder implica que as minorias (constituintes) têm um poder muito superior àquele que lhes caberia se aplicássemos apenas a regra "um homem, um voto": a "representação desigual" leva à sua sobre-representação. No caso americano, tal passa pela existência de um "Congresso" com duas câmaras, a "Câmara dos Representantes" e o "Senado", desigualmente compostas mas com idênticos poderes na aprovação da legislação federal. Na primeira estão representados os cidadãos e cada estado tem um número de representantes proporcional ao número dos seus eleitores, embora nenhum possa ter menos do que um representante (regra que favorece os estados muito pequenos, como, por exemplo, o Alasca). No Senado, estão representados os cinquenta estados: cada um tem dois senadores, ou seja, os estados pequenos (minorias) estão altamente sobre-representados face aos grandes (maiorias). É o preço a pagar para manter unido um país com tal dimensão e heterogeneidade: caso contrário, os pequenos estados deixariam de contar, logo não teriam incentivos para se manter na federação.
O sistema de colégio eleitoral para a eleição do Presidente representa uma extensão do sistema federal. Eleito pelos cidadãos, o colégio é constituído por 538 elementos que depois elegerão o Presidente. Cada estado tem um número de membros no colégio igual à soma dos seus membros nas duas câmaras do Congresso. Naturalmente, estes traços sobre-representam os pequenos estados na eleição do Presidente. Mais, tais mecanismos podem levar a que o candidato com mais votos perca as eleições. Parece-me difícil reformar a "representação desigual" sem que os pequenos estados deixem de contar na eleição do Presidente. Mas há um outro elemento, esse sim reformável sem pôr em causa o federalismo, que é raramente referido (na imprensa portuguesa) mas que é determinante para um eventual "desfecho patológico". É a aplicação da regra da maioria para a determinação de quem ganha todos (!) os membros do colégio eleitoral em cada estado. Por exemplo, a Florida, onde Obama está à frente com uma pequena margem, tem 27 lugares no colégio eleitoral. Mas se Obama (ou McCain) acabar por perder aí, o vencedor terá direito a todos os membros do colégio e o candidato perdedor verá todos os seus votos desperdiçados (mesmo que tenha apenas menos 1 voto, em vários milhões, do que o vencedor). Se se aplicasse uma regra proporcional para distribuir os membros do colégio eleitoral pelos candidatos seria possível preservar o elemento federal e, simultaneamente, limitar bastante os seus potenciais "efeitos patológicos". Mais, estimular-se-ia a participação dos cidadãos porque deixaria de haver tantos votos que não contam para nada: todos os votos no(s) candidato(s) perdedor(es) em cada estado.
Mas, afinal, Obama pode perder na secretaria ou não? Segundo o sítio Real Clear Politics (em 31/10/08), baseado em médias de várias sondagens estaduais, Obama está muito à frente de McCain: ganharia "seguramente" (lidera com 10 por cento de vantagem ou mais) ou quase (lidera com 5 a 10 por cento de vantagem) em vários estados, o suficiente para conseguir 311 votos no colégio (a vitória obtém-se com 270). Porém, embora seja improvável, Obama pode perder alguns dos estados que parecem "seguros" ou quase. Primeiro, porque o voto em Obama pode estar sobrestimado se, para encobrir um eventual preconceito racial, muitos eleitores não estiveram a revelar o seu verdadeiro sentido de voto. Segundo, Obama tem um grande apoio entre as camadas mais jovens, usualmente mais abstencionistas, que, se não afluírem em número suficiente às urnas, poderão penalizá-lo. Terceiro, se ocorrer algum evento inesperado que venha dar vantagem a McCain (por exemplo, um atentado terrorista). Quarto, há nos EUA um historial de "chapeladas" (fraudes e expedientes semelhantes) de todo o tipo que podem subverter o voto popular (sobretudo se este for renhido) em estados cruciais. Mesmo que apenas alguns destes efeitos se verifiquem, poderão ser suficientes para aproximar as votações nos dois candidatos e propiciar uma derrota na secretaria (ao candidato com mais votos). Politólogo (ISCTE)
domingo, 2 de novembro de 2008
SE NÃO CONSPIRA CONTRA A MADEIRA, SÓCRATES AO MENOS CONSPIRA CONTRA O PSD-MADEIRA, LÁ ISSO...
Abre a linha de pagamento aos fornecedores e ajuda com isso as Câmaras, não corta 200 milhões, como poderia, aumenta o salário mínimo, paga o rendimento mínimo à famílias madeirenses, paga o suplemento especial aos idosos madeirenses, paga o abono pré-natal às grávidas madeirenses, alarga o 13º. mês de abono às crianças madeirenses, paga a reforma aos trabalhadores madeirenses, oferece polícia aos madeirenses sem estes pagarem um tostão, oferece forças armadas aos madeirenses sem estes pagarem um tostão, representa os madeirenses no estrangeiro sem estes pagarem um tostão para a diplomacia. Isto é ou não é, há ou não provas mais do que suficientes de uma conspiração? Já explico.
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o sistema laranja cai à gargalhada
sábado, 1 de novembro de 2008
TRIBUNAL CONSTITUICIONAL DEU RAZÃO AO PRESIDENTE DO GOVERNO. E ENTÃO, O TC AINDA É PARA EXTINGUIR?
O Tribunal Constitucional (TC), que deu ao Governo Regional razão e declarou a ilegalidade de normas do Orçamento de Estado para 2008 no tocante à matéria de administração regional por violação do Estatuto desta Região.
TAL COMO FILIPE MALHEIRO, JÁ ESTOU FARTO DAS TELHADICES DO DITO CUJO
Sem necessariamente estar de acordo com todo o comentário, a verdade é que Luís Filipe Malheiro não deixa de, no seu estilo muito próprio e incisivo, colocar a questão no seu devido lugar: há senhores que se julgam vedetas... Cresçam e apareçam!
UMA ESTRATÉGIA SIMPLES E EFICAZ, FALAR VERDADE
A estragégia do PS liderado por João Carlos Gouveia assenta numa política simples e eficaz: dizer a verdade, com humildade e com convicção. Essa é uma política que não se compagina com atitudes de arrogância e de solipsismo, de falsos complexos de superioridade e de falta de educação que só podem ter explicação em problemas de origem e de falta de berço mal resolvidos, em tentativas ridículas de humilhar os outros, explicadas pela sensação de a simples presença dos outros os humilharem, do género "eu é que sei", como muitas vezes, infelizmente, se observou num partido de esquerda. A esse nível, João Carlos Gouveia tem feito um percurso paciente mas com resultados que estão à vista. Estou perfeitamente à vontade no que digo, pois,como se sabe, não fui um apoiante da sua candidatura à liderança do PS nem sequer estive nem estarei sempre de acordo com as suas posições políticas. Por isso, é com agrado que, como socialista, observo a forma como tem sabido, através da unidade na acção, trazer ao contributo político todos os que estiverem disponíveis, mesmo aqueles que o não apoiaram. E isto nada tem a ver com a distribuição de benesses, que, no meu caso, nunca aceitaria, visto que faço política por inteira vocação e não por sinecuras, e já ando nisto há mais de três décadas, ao contrário dos novos cristãos. Por isso, falar verdade, toda a verdade, é o primeiro passo para conquistar o apoio dos madeirenses, confrontados com a propaganda oficial
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