terça-feira, 4 de janeiro de 2011

O Réplica e Contra-Réplica não sabe artimética, não sabe lógica, ou sabe-a todo e soma parcelas de unidades de realidades diferentes?



Diz o Replica e contrareplíca: As candidaturas apoiadas por estes partidos tiveram na Madeira 46 402 votos nas Presidenciais de 2006.. Refere-se ao PS e BE.

Como é que o Réplica chega ao total de 46 402?
Soma três parcelas: as candidaturas cujos candidatos foram Manuel Alegre, Mário Soares e Francisco Louçã. Qual é o argumento para a soma desta unidades: "As candidaturas apoiadas por estes partidos tiveram na Madeira 46 402 votos nas Presidenciais de 2006".
Primeiro problema: isto só era possível se as candidaturas apoiadas por estes dois partidos (BE e PS) tivessem o mesmo candidato. Ora, dois desses candidatos não o são hoje, Mário Soares e Francisco Louçã;
Segundo problema: não se pode dizer "as candidaturas destes dois partidos" porque, no caso do PS, Alegre não era então apoiado pelo PS, logo os 2 não podem entrar na conta.
Terceiro problema: se o Réplica quer mesmo falar de candidaturas destes dois partidos tem de somar não Alegre com os outros dois candidatos, mas apenas Soares e Louçã, o que perfaz não 46.402 mas 25.801. Mas isso faz reemergir de novo o problema político: estes dois candidatos não encabeçam candidaturas.
Quarto problema: uma candidatura tem uma dinâmica própria que vai para além do candidato, mas depende deste e da sua relação com os eleitores. Não é crível que os eleitores dos dois candidatos, Soares e Louçã, transitem automaticamente para Alegre.
Quinto problema, noutro perspectiva: mantendo-se o candidato, como o homem, neste caso, o candidato é ele e a sua circunstância, desapreceram dois candidatos e a sua circunstância, política e pessoal, manteve-se um dos três candidatos, mas alterou-se a circunstância: Alegre é hoje candidato do PS, ao contrário de há cinco anos, e do Bloco mas, por isso mesmo, se alteraram as variáveis políticas.
Ou seja, o Réplica ou está confundido ou quis-nos confundir. Não fosse o caso da convicção do Réplica no apoio ao candidato Manuel Alegre, dir-se-ia que quer comparar este universo de votantes com o universo de 23 de Janeiro e daí tirar ilações políticas que nada têm a ver com as presidenciais. Se assim fosse, a formalidade do apoio ficaria denegada, e seria depois constada, quer por eventual futura leitura posta ao serviço de, por enquanto, recatadas intenções, quer por indícios deixados cair no presente, por uma cripto-intenção que, a verificar-se, não poderia deixar de contender com a autenticidade da convicção.

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