domingo, 14 de março de 2010

Uma solução para as ribeiras,Álvaro Castilho Nunes:uma solução que já defendi e que nada tem a ver c/e"estátuas cera ou passeios pedonais nas ribeiras


Após a aluvião de 20 de Fevereiro último, tem-se falado muito sobre os erros, das pontes, do estreitamento das ribeiras na foz, etc., enfim, filmes. Alguns são autênticas longas metragens.


O que é matéria de facto, o problema do assoreamento das ribeiras muito perto da foz, deve-se ao facto do leito da ribeira estar menos inclinado perto da foz. Esta redução da inclinação resulta na redução da velocidade da água e consequentemente dos inertes por ela transportados, que por sua vez acabam por cair para o fundo da ribeira nesta zona menos inclinada. Portanto, daqui se conclui que independentemente de todos os outros factores teríamos sempre as ribeiras atulhadas exactamente nos pontos onde isso aconteceu no passado dia 20.

Assim, o tratamento da causa passa pela resolução de dois problemas: o controlo da velocidade da água e o controlo do transporte dos inertes. Para se conseguir esses objectivos, há algumas hipóteses, mas a solução clássica em Hidraulica Fluvial, que é a mais simples e mais económica, resume-se a criar plataformas com a inclinação zero graus com uma extensão adequada e a construção de um muro com altura adequada no final da plataforma.

Estas barreiras tipo "mini Barragens" têm a função da redução da velocidade da água e também a retenção dos inertes, evitando que venham parar à cidade.

Estas plataformas podem ser repetidas ao longo da ribeira, sendo que a sua relevância começa a montante da ribeira e vai perdendo importância para a foz.

Certamente que, hidraulicamente falando, há mais problemas a resolver, mas com soluções caríssimas quase incomportáveis e por isso não se justifica o investimento.

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