Tornou-se evidente que a Grécia, a Irlanda e Portugal não serão capazes de pagar as suas dívidas na totalidade
Queixo-me muitas vezes, justificadamente, do estado actual da discussão económica nos EUA. A irresponsabilidade de certos políticos - por exemplo dos republicanos que defendem que o incumprimento no pagamento da dívida pública americana não seria tão grave como isso - é assustadora.
Mas pelo menos nos Estados Unidos os que defendem que aumentar as taxas de juros e cortar na despesa, apesar do nível altíssimo de desemprego, vai melhorar as coisas enfrentam a oposição da Reserva Federal e da administração Obama.
Na Europa, pelo contrário, são eles que mandam há mais de um ano, insistindo que a estabilidade da moeda e o equilíbrio orçamental são a resposta a todos os problemas. Por trás desta insistência estão algumas fantasias económicas, em particular a da fada da confiança - isto é, a convicção de que cortar na despesa vai de facto criar emprego, porque a austeridade vai criar confiança no sector privado.
Infelizmente, a fada da confiança está a fazer-se rogada e a discussão em torno da melhor maneira de lidar com esta realidade desagradável ameaça tornar a Europa o centro de uma nova crise financeira.
Depois da criação do euro, em 1999, verificou-se em vários países europeus anteriormente considerados de risco, e que enfrentavam por isso limites ao endividamento, enormes fluxos de entrada de capital. Afinal, pareciam pensar os investidores, se a Grécia, Portugal, a Irlanda e Espanha faziam parte de uma união monetária europeia, o que é que poderia correr mal?
A resposta a esta pergunta tornou-se, como é evidente, dolorosamente óbvia. O governo da Grécia, vendo-se em posição de pedir dinheiro emprestado a um custo apenas ligeiramente superior ao que a Alemanha tinha de pagar, endividou-se demasiado. Os governos da Irlanda e da Espanha não o fizeram (Portugal fica no meio), mas os seus bancos sim, e quando a bolha rebentou os contribuintes viram-se encurralados pelas dívidas dos bancos. O problema foi agravado pelo facto de o boom de 1999-2007 ter feito subir os preços e os custos nos países endividados a um nível muito superior ao dos dos seus vizinhos.
Que fazer? Os líderes europeus ofereceram empréstimos de emergência aos países em crise, mas apenas em troca de compromissos com programas de austeridade selvagens, feitos sobretudo de cortes da despesa. A objecção de que estes programas põem em causa os seus próprios objectivos - não só impõem efeitos negativos drásticos à economia, mas ao agravar a recessão reduzem a receita fiscal - foi ignorada. A austeridade acabaria por estimular a economia, dizia-se, porque aumentaria a confiança.
Ninguém adoptou a ideia da austeridade como estímulo da economia com mais convicção que Jean-Claude Trichet, o presidente do Banco Central Europeu (BCE). Sob a sua liderança, o banco pregou o rigor financeiro como elixir universal a aplicar de imediato em toda a parte, incluindo em países como o Reino Unido e os Estados Unidos, onde o desemprego continua alto e que não estão a sofrer a pressão dos mercados financeiros.
No entanto, como já disse, a fada da confiança até agora ainda não apareceu. A crise económica nos países europeus com problemas de endividamento agravou-se, como seria de esperar, e a confiança, em vez de aumentar, está em queda livre. Tornou-se evidente que a Grécia, a Irlanda e Portugal não serão capazes de pagar as suas dívidas na totalidade, embora Espanha talvez se aguente.
Se quiser ser realista, a Europa tem de se preparar para aceitar uma redução da dívida, o que poderá ser feito através da ajuda das economias mais fortes e de perdões parciais impostos aos credores privados, que terão de se contentar com receber menos em troca de receber alguma coisa. Só que realismo é coisa que não parece abundar.
Por um lado, a Alemanha adoptou uma atitude dura em relação a qualquer ajuda aos vizinhos em dificuldades - isto apesar de uma das principais motivações do actual programa de resgates ser proteger os bancos alemães de perdas.
Por outro lado, o Banco Central Europeu está a comportar-se como se estivesse determinado a provocar uma crise financeira. Para começar, está a subir as taxas de juros, apesar do estado terrível de muitas economias europeias. Além disso, os responsáveis do BCE têm-se pronunciado contra a ideia de qualquer reestruturação da dívida - na realidade, a semana passada um dos membros do conselho de governadores sugeriu que mesmo uma restruturação pouco ambiciosa da dívida grega bastaria para o BCE deixar de aceitar os títulos da dívida grega como garantia em empréstimos aos bancos do país. Isto é equivalente a declarar que se os gregos pedirem qualquer reestruturação o BCE retira o apoio ao sistema bancário grego, completamente dependente dos seus empréstimos.
Se os bancos gregos caírem, a Grécia pode ser forçada a sair do euro - e é fácil ver como isto pode ser a primeira peça de um dominó que se estende a grande parte da Europa. Então que estará o BCE a pensar?
Estou convencido que isto é apenas falta de coragem para enfrentar o fracasso de uma fantasia. Parece-lhe tolo? Quem é que lhe disse que era o bom senso que governava o mundo?
(visto no ultraperiferias)
segunda-feira, 30 de maio de 2011
domingo, 29 de maio de 2011
Dr. Não Foi Bem Assim
"Começou por criticar as Novas Oportunidades, à noite diz não foi bem assim; Quis privatizar a CGD, à noite diz não foi bem assim; Quis referendar a IVG, à noite diz não foi bem assim; Afirmou que quer um governo com 10 ministros , à noite diz não foi bem assim; Só sabe desdizer o que disse no momento anterior ou então dizer 'não foi bem assim'".
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Social-democracia à Passos
quinta-feira, 26 de maio de 2011
Ou a Europa acaba com a crise ou a crise acaba com a Europa
Imperfeições do Socialismo? Certamente! E as imperfeições do Capitalismo? Que admirável mundo novo é este que nos oferece milhões e milhões à míngua, à fome, expulsos do sistema, à margem de qualquer benefício de uma sociedade que evoluiu como nunca do ponto de vista científico e que marginaliza milhões? Esses milhões postos à margem pelo sistema também não se reconhecem nele, e contestam-no por essa Europa fora, em Lisboa, em Madrid, em Atenas, em Paris, em Londres, em Berlim, e há-de alastrar ainda mais. Este sistema capitalista está podre e tem de cair. Estado mínimo? Só se for para os pobres, porque, para os ricos, tem funcionado o Estado máximo! A que é que estamos hoje a assistir senão à transferência de enormes massas de rendimentos do trabalho para o capital? Quais os resultados dessa retirada de dinheiro da remuneração do trabalho para remunerar o capital? Especulação bolsista, crise financeira, colapso do sistema bancário, crise económica, crise social e finalmente crise do próprio sistema político a nível europeu. Neste momento o parlamento de Atenas está cercado porque ninguém acredita no sistema político para resolver a crise da Grécia. Na Islândia passou-se o mesmo. O momento actual relembra 1848 e as revoluções que alastraram por toda a Europa. Recorda 1929, com a queda das democracias e a emergência dos nacionalismos exacerbados, do nazismo e finalmente da II Guerra mundial. Ou a Europa acaba com a crise ou a crise acaba com a Europa. Mas onde estão os líderes europeus, de direita ou de esquerda? Não se os vislumbra nesta Europa de Barroso.
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Crise das democracias
terça-feira, 24 de maio de 2011
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Quem é Eduardo Catroga?
Mais um…Quantos são??!!??
É o tal da penhora das retretes do estádio das Antas no Porto, o mesmo sócio do condomínio da coelheira no Algarve, grandes mansões com Oliveira e Costa, Dias Loureiro, Sr. Silva e outros do BPN.
Eduardo Catroga o "chefe da equipa negocial" do PSD e próximo de Cavaco Silva
Se é verdade o que diz este escrito:
-Pensionista com cerca de 9600 euros mensais aposentado pela CGA (como trabalhador... também no sector privado!)
-Prof. Catedrático a tempo parcial 0% (1)
-Criador das PPP - Parcerias Público Privadas (!)
etc
..."porque não processar Eduardo Catroga por destruir a imagem das universidades portuguesas ao fazer-se nomear professor catedrático a tempo parcial 0% quando nunca teve uma carreira de professor brilhante e já há anos que é pensionista? Algum jovem deste país tem entrada numa universidade estrangeira se esta souber que um dos catedráticos das cadeiras que este aluno estudou foi um catedrático a tempo parcial 0% nomeado seis meses depois de já o ser? É evidente que não só não terá entrada numa universidade estrangeira, como ainda se arrisca a ser ridicularizado por sonoras gargalhadas. Além disso, estes jovens ainda poderiam pedir uma investigação à gestão e privatização do BPA conduzida na ocasião pelo ministro das Finanças Eduardo Catroga.
...
Em Maio de 2008 o, e senhor, professor Joao Duque presidente do conselho directivo do Instituto Superior de Economia e Gestão, produziu um despacho contratando, "por conveniência urgente, para exercer as funções de Professor Catedrático Convidado, a tempo parcial 0 %, além do quadro do Instituto, com efeitos a partir de 1 de Setembro de 2008", Eduardo Catroga. Acrescenta sibilinamente, não carece de visto prévio do Tribunal de Contas. Está-se mesmo a ver que andaram a fazer contas para não ultrapassar a fronteira em que seria exigido passaporte do TC. Para quem passa a vida a clamar por transparência, estamos conversados.
Algumas questões? Esse tal Catroga não acumula reformas e outros vencimentos? Não recebe da CGA mais de 9.000 euros/mês? Não é administrador da Sapec e da Nutrinveste? O que quer dizer tempo parcial 0 %? Aparentemente nem precisa andar pelos corredores do ISEG, de mãos nos bolsos a assobiar! Para qualquer leigo tempo parcial 0 % é não fazer mesmo nada. Se é assim, porque é que se paga retroactivamente, desde 2008, por não fazer nada?
Antigo ministro das Finanças e "criador das já famosas PPP" , professor catedrático convidado do ISEG, Eduardo Catroga aposentou-se no mês de Abril de 2007com uma pensão mensal de 9 693,54 euros, de acordo com a listagem publicada pela Caixa Geral de Aposentações (CGA) para o próximo mês. Em conversa com o Correio da Manhã, o economista explicou que o valor é a soma das pensões a que tem direito pelos seus descontos como funcionário público e como trabalhador privado. (Sou capaz de não ter percebido bem: a pensão dos 40 anos no privado é paga pela CGA? Para simplificar, diz ele?)"
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A lata de Catroga
domingo, 22 de maio de 2011
Debate: quem ganho? Os comentadores do «novo regime» passista dizem que foi PPC
O debate
A direita parece ter Pedro Passos Coelho em muito má conta. Ontem, sentiu-se na tralha que se arrasta a “comentar” nas televisões um profundo alívio no fim do debate: o líder do PSD não tinha perdido com Sócrates (e alguns tiveram o descaramento de dizer que havia vencido). Patético. Para fundamentar as suas posições, a alguns desses “comentadores” só faltou perguntar se alguém tinha visto Pedro Passos Coelho a fugir do estúdio para se esconder atrás Relvas, esse outro expoente do passismo.
Ou então sou eu que devo ter perdido alguma parte do debate. É que eu vi Sócrates a levar às cordas um impreparado Passos Coelho, que se revelou incapaz de justificar as medidas radicais que defende no âmbito do Serviço Nacional de Saúde (SNS), vi Sócrates a desmontar a selvajaria que se esconde nas medidas do PSD para o emprego, vi Sócrates a mostrar que Passos também entendia que a crise internacional tivera um efeito devastador sobre uma pequena economia como é a portuguesa, vi Sócrates a explicar como o chumbo do PEC 4 tinha obrigado ao pedido de ajuda externa (que as agências de rating na altura sublinharam), vi Sócrates a pôr em evidência a forma perniciosa como o PSD se comportou nesta situação difícil que o país atravessa (de que as cartas abertas de Catroga para a troika são um mero exemplo).
Perante isto, que fez Passos Coelho? Para além de umas frases coladas com cuspo, quando pôde, mudou de assunto; quando não o conseguiu, baralhou tudo, como aconteceu com os “co-pagamentos” na saúde, escamoteando que eles não existem até agora no SNS.
A direita parece ter Pedro Passos Coelho em muito má conta. Ontem, sentiu-se na tralha que se arrasta a “comentar” nas televisões um profundo alívio no fim do debate: o líder do PSD não tinha perdido com Sócrates (e alguns tiveram o descaramento de dizer que havia vencido). Patético. Para fundamentar as suas posições, a alguns desses “comentadores” só faltou perguntar se alguém tinha visto Pedro Passos Coelho a fugir do estúdio para se esconder atrás Relvas, esse outro expoente do passismo.
Ou então sou eu que devo ter perdido alguma parte do debate. É que eu vi Sócrates a levar às cordas um impreparado Passos Coelho, que se revelou incapaz de justificar as medidas radicais que defende no âmbito do Serviço Nacional de Saúde (SNS), vi Sócrates a desmontar a selvajaria que se esconde nas medidas do PSD para o emprego, vi Sócrates a mostrar que Passos também entendia que a crise internacional tivera um efeito devastador sobre uma pequena economia como é a portuguesa, vi Sócrates a explicar como o chumbo do PEC 4 tinha obrigado ao pedido de ajuda externa (que as agências de rating na altura sublinharam), vi Sócrates a pôr em evidência a forma perniciosa como o PSD se comportou nesta situação difícil que o país atravessa (de que as cartas abertas de Catroga para a troika são um mero exemplo).
Perante isto, que fez Passos Coelho? Para além de umas frases coladas com cuspo, quando pôde, mudou de assunto; quando não o conseguiu, baralhou tudo, como aconteceu com os “co-pagamentos” na saúde, escamoteando que eles não existem até agora no SNS.
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Debates eleições 2009
Prosseguindo e perseguindo a golpada contra o resultado eleitoral, PSD e CDS preparam governo de União Nacional: autarca do PSD lembra casos de Portas
Autarca do PSD recorda "casos" de Portas
Presidente da câmara das Caldas da Rainha diz que não tem "clientelas" nem nos sobreiros nem nos submarinos.
Pedro Passos Coelho teve hoje o seu primeiro banho de multidão do período oficial de campanha, no mercado das Caldas da Rainha, um velho bastião autárquico do PSD.
O presidente da câmara há 26 anos, Fernando Costa, subiu com Passos para a caixa de uma carrinha pick up e discursou às dezenas de apoiantes que se concentraram junto ao mercado.
Visou directamente Paulo Portas, dizendo sentir-se "ofendido" pelo facto de o líder do CDS ter alegadamente tratado os autarcas por "caciques" e "promotores de clientelas". "Não, doutor Portas, não ofenda os autarcas do PSD!"
O autarca fez questão de garantir que nunca foi a tribunal nem indiciado por nada e depois recordou ao líder do CDS alguns 'casos' em que foi envolvido: "Não estou atrás de clientelas, nem dos sobreiros [caso Portucale] nem dos submarinos!"
Presidente da câmara das Caldas da Rainha diz que não tem "clientelas" nem nos sobreiros nem nos submarinos.
Pedro Passos Coelho teve hoje o seu primeiro banho de multidão do período oficial de campanha, no mercado das Caldas da Rainha, um velho bastião autárquico do PSD.
O presidente da câmara há 26 anos, Fernando Costa, subiu com Passos para a caixa de uma carrinha pick up e discursou às dezenas de apoiantes que se concentraram junto ao mercado.
Visou directamente Paulo Portas, dizendo sentir-se "ofendido" pelo facto de o líder do CDS ter alegadamente tratado os autarcas por "caciques" e "promotores de clientelas". "Não, doutor Portas, não ofenda os autarcas do PSD!"
O autarca fez questão de garantir que nunca foi a tribunal nem indiciado por nada e depois recordou ao líder do CDS alguns 'casos' em que foi envolvido: "Não estou atrás de clientelas, nem dos sobreiros [caso Portucale] nem dos submarinos!"
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UNIÃO NACIONAL PPD/CDS
quarta-feira, 18 de maio de 2011
A opinião do Presidente da República sobre as Novas Oportunidades
Intervenção do Presidente da República na Cerimónia de entrega de certificados de competências na Escola Marquês de Pombal
Lisboa, 8 de Maio de 2007É com muito gosto que visito hoje a Escola Marquês de Pombal e me associo à cerimónia simbólica da entrega de certificados aos adultos que obtiveram o reconhecimento, a validação e a certificação das suas competências no âmbito do Programa Novas Oportunidades.
Numa sociedade em que o conhecimento é, cada vez mais, o elemento fulcral do desenvolvimento, é preciso mobilizar as pessoas para valorizarem e aprofundarem os seus saberes.
Não só o que aprenderam na escola, mas também o que puderam aprender com o exercício da sua profissão. Assim se perspectivam novas oportunidades, evoluindo, valorizando, aprofundando os conhecimentos.
É essencial que todos reconheçam a importância da aquisição de mais conhecimento através da frequência do ensino e que a escola e a universidade sejam vistas como factores determinantes para o progresso pessoal e social.
O combate ao abandono escolar precoce e o incentivo à formação ao longo da vida são os principais instrumentos que permitem assegurar a inserção profissional e a progressão nos níveis de emprego.
Mas não é só no ensino formal que estão as competências que devem ser valorizadas.
Cada indivíduo, ao longo da sua experiência de vida profissional, acumula saberes e conhecimentos teóricos e práticos que nem sempre consegue caracterizar de modo adequado.
Importa analisar um percurso de vida, naquilo que é a sua essência em matéria de aquisição de competências, de modo a que cada pessoa possa ter uma noção efectiva daquilo que aprendeu, dos saberes que acumulou.
Essa valorização não pode ser deixada simplesmente ao critério da maior ou menor sensibilidade de quem faz uma entrevista ou olha um currículo.
A sua tradução numa habilitação, fazendo equivaler uma notação concreta, objectiva, a um determinado conjunto de conhecimentos adquiridos resulta numa mais-valia, seja para quem os pode evidenciar, seja para quem precisa de os utilizar.
É hoje amplamente reconhecido que a auto-estima, a noção do valor próprio, é um factor importante para a afirmação no mercado de trabalho, um impulso para a realização pessoal, e é ainda responsável por uma atitude positiva que muito contribui para o bom ambiente laboral e para a motivação das pessoas e das equipas.
A diversidade das instituições que procuram, hoje, que os seus colaboradores obtenham o reconhecimento e a validação das suas competências é a expressão concreta da importância crescente que as habilitações assumem no mercado de trabalho.
Não se trata apenas da procura de uma mais-valia individual. Trata-se de uma associação de interesses, mutuamente reconhecidos, em que as duas partes, empregador e empregado, têm vantagens recíprocas em identificar os saberes reais acumulados, de modo a poder extrair todas as potencialidades que essas competências podem trazer para o bem comum.
Este é também um caminho para a valorização do conhecimento, este é também um estímulo para a formação permanente e para que cada pessoa assuma com maior empenho o seu lugar na sociedade e no mercado de trabalho.
Felicito a Escola Secundária Marquês de Pombal pela sua participação activa neste caminho para novas oportunidades, saúdo o corpo de docentes e de responsáveis que aqui trabalham e dão o seu melhor.
Felicito todas as instituições que querem e sabem aproveitar este caminho de aperfeiçoamento pessoal e profissional e espero que saibam colher os frutos deste investimento nas pessoas, correspondendo às expectativas assim criadas.
Felicito, ainda, os adultos que terminaram com êxito este processo e também os que aguardam a sua conclusão. Uma palavra especial de saudação àqueles que são funcionários da Secretaria-Geral da Presidência da República. A todos desejo os maiores êxitos, que sejam exemplo e testemunho de que vale a pena persistir na busca da valorização permanente.
A imprensa do passado fim-de-semana deu-nos a conhecer a história do Sr. João André, de Salvaterra de Magos, que, com 83 anos, acaba de completar o 9º ano de escolaridade através do Programa Novas Oportunidades e que costuma explicar a sua motivação através da quadra: “Nunca é tarde para aprender / diz o povo e tem razão / para melhor poder viver / e dar vida ao coração.”
Que o exemplo do Sr. João André e o exemplo daqueles que hoje, aqui, recebem os seus certificados de competências contagie muitos dos portugueses que abandonaram a escola antes de completarem o ensino secundário. São esses os meus votos.
Lisboa, 8 de Maio de 2007É com muito gosto que visito hoje a Escola Marquês de Pombal e me associo à cerimónia simbólica da entrega de certificados aos adultos que obtiveram o reconhecimento, a validação e a certificação das suas competências no âmbito do Programa Novas Oportunidades.
Numa sociedade em que o conhecimento é, cada vez mais, o elemento fulcral do desenvolvimento, é preciso mobilizar as pessoas para valorizarem e aprofundarem os seus saberes.
Não só o que aprenderam na escola, mas também o que puderam aprender com o exercício da sua profissão. Assim se perspectivam novas oportunidades, evoluindo, valorizando, aprofundando os conhecimentos.
É essencial que todos reconheçam a importância da aquisição de mais conhecimento através da frequência do ensino e que a escola e a universidade sejam vistas como factores determinantes para o progresso pessoal e social.
O combate ao abandono escolar precoce e o incentivo à formação ao longo da vida são os principais instrumentos que permitem assegurar a inserção profissional e a progressão nos níveis de emprego.
Mas não é só no ensino formal que estão as competências que devem ser valorizadas.
Cada indivíduo, ao longo da sua experiência de vida profissional, acumula saberes e conhecimentos teóricos e práticos que nem sempre consegue caracterizar de modo adequado.
Importa analisar um percurso de vida, naquilo que é a sua essência em matéria de aquisição de competências, de modo a que cada pessoa possa ter uma noção efectiva daquilo que aprendeu, dos saberes que acumulou.
Essa valorização não pode ser deixada simplesmente ao critério da maior ou menor sensibilidade de quem faz uma entrevista ou olha um currículo.
A sua tradução numa habilitação, fazendo equivaler uma notação concreta, objectiva, a um determinado conjunto de conhecimentos adquiridos resulta numa mais-valia, seja para quem os pode evidenciar, seja para quem precisa de os utilizar.
É hoje amplamente reconhecido que a auto-estima, a noção do valor próprio, é um factor importante para a afirmação no mercado de trabalho, um impulso para a realização pessoal, e é ainda responsável por uma atitude positiva que muito contribui para o bom ambiente laboral e para a motivação das pessoas e das equipas.
A diversidade das instituições que procuram, hoje, que os seus colaboradores obtenham o reconhecimento e a validação das suas competências é a expressão concreta da importância crescente que as habilitações assumem no mercado de trabalho.
Não se trata apenas da procura de uma mais-valia individual. Trata-se de uma associação de interesses, mutuamente reconhecidos, em que as duas partes, empregador e empregado, têm vantagens recíprocas em identificar os saberes reais acumulados, de modo a poder extrair todas as potencialidades que essas competências podem trazer para o bem comum.
Este é também um caminho para a valorização do conhecimento, este é também um estímulo para a formação permanente e para que cada pessoa assuma com maior empenho o seu lugar na sociedade e no mercado de trabalho.
Felicito a Escola Secundária Marquês de Pombal pela sua participação activa neste caminho para novas oportunidades, saúdo o corpo de docentes e de responsáveis que aqui trabalham e dão o seu melhor.
Felicito todas as instituições que querem e sabem aproveitar este caminho de aperfeiçoamento pessoal e profissional e espero que saibam colher os frutos deste investimento nas pessoas, correspondendo às expectativas assim criadas.
Felicito, ainda, os adultos que terminaram com êxito este processo e também os que aguardam a sua conclusão. Uma palavra especial de saudação àqueles que são funcionários da Secretaria-Geral da Presidência da República. A todos desejo os maiores êxitos, que sejam exemplo e testemunho de que vale a pena persistir na busca da valorização permanente.
A imprensa do passado fim-de-semana deu-nos a conhecer a história do Sr. João André, de Salvaterra de Magos, que, com 83 anos, acaba de completar o 9º ano de escolaridade através do Programa Novas Oportunidades e que costuma explicar a sua motivação através da quadra: “Nunca é tarde para aprender / diz o povo e tem razão / para melhor poder viver / e dar vida ao coração.”
Que o exemplo do Sr. João André e o exemplo daqueles que hoje, aqui, recebem os seus certificados de competências contagie muitos dos portugueses que abandonaram a escola antes de completarem o ensino secundário. São esses os meus votos.
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campanha eleitoral 2011
terça-feira, 17 de maio de 2011
segunda-feira, 16 de maio de 2011
quinta-feira, 12 de maio de 2011
FRAUDE POLÍTICA NO DEBATE LOUÇÃ - SÓCRATES
Fraude política: afinal a tal carta que teria sido assinada pelo Ministro das Finanças ao FMI, e que eu considerei (no facebook) que tinha dado uma vitória técnica a Francisco Louçã não existe. Trata-se apenas do memorando, que, em termos técnicos, se chama "...carta de garantia". Que nome dar a este número de ilusionismo de Louçã: fraude política ou ignorância? Sendo ele um professor catedrático só posso concluir que foi uma fraude política. Ainda bem que José Sócrates não foi o autor desta fraude, ou jogada ilusionista.
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quarta-feira, 11 de maio de 2011
Balbúrida no PSD: IVA sobe, desce, sobe, desce
1. PPC afirmou ontem que é possível manter as taxar marginais do IVA para compensar a descida da Taxa Social Única.
2. Sócrates conclui no mesmo dia, ontem, que PPC quer acabar com a taxa intermédia;
3. PPC, no que era suposto ser um debate com Jerónimo, que Sócrates fazia terrorismo.
4. Hoje, Catroga, fazendo terrorismo contra PPC, confirma que que a taxa intermédia é para acabar.
2. Sócrates conclui no mesmo dia, ontem, que PPC quer acabar com a taxa intermédia;
3. PPC, no que era suposto ser um debate com Jerónimo, que Sócrates fazia terrorismo.
4. Hoje, Catroga, fazendo terrorismo contra PPC, confirma que que a taxa intermédia é para acabar.
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campanha eleitoral 2011
Os países da UE onde o peso da dívida pública mais aumentou em termos percentuais
Letónia 319%
Irlanda 291%
Luxemburgo 223%
Lituânia 132%
Roménia 112%
Estónia 107%
Reino Unido 96%
Eslovénia 66%
Espanha 62%
Grécia 50%
Chéquia 45%
Portugal 44%
Confirme aqui.
Irlanda 291%
Luxemburgo 223%
Lituânia 132%
Roménia 112%
Estónia 107%
Reino Unido 96%
Eslovénia 66%
Espanha 62%
Grécia 50%
Chéquia 45%
Portugal 44%
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dívida pública
Mobilidade na Função Pública à moda de PPC: um professor de Setúbal pode ir trabalhar nas Finanças do Porto
Veja a brilhante entrevista do «Ministro das Finanças» de Passos Coelho
Lido no blogue Câmara Corporativa:
Eduardo Catroga dá hoje uma entrevista enorme ao Jornal de Negócios. Se há algo que impressiona no que diz, é a impreparação que revela quando questionado a esclarecer as medidas do PSD. Veja-se o que diz Catroga sobre os trabalhadores do Estado (levando a pensar que o PSD tem, de facto, um programa oculto que não pode trazer à luz do dia):
• Regime de rescisões voluntárias na Função Pública? Catroga: “a definir”.
• Pacote para as indemnizações aos trabalhadores do Estado? Catroga: “em moldes a definir”.
• Como financiar o pacote de indemnizações aos trabalhadores do Estado? Catroga: “Não temos o modelo estudado. É preciso estudar.”
• Que acontece aos trabalhadores dos serviços do Estado extintos? Catroga: “Isto tem de ser resolvido com cabeça.”
• Mobilidade interna no Estado? Catroga: “Tem de se definir um sistema”.
• Se os trabalhadores não aceitarem lugares em serviços longe da sua área de residência, ficam a ganhar menos? Catroga: “Não sei. Neste momento não nos debruçámos sobre a legislação que existe.”
• Como avalia os trabalhadores do Estado? Catroga: “Há muitas dessas pessoas que são muito válidas.”
Lido no blogue Câmara Corporativa:
Eduardo Catroga dá hoje uma entrevista enorme ao Jornal de Negócios. Se há algo que impressiona no que diz, é a impreparação que revela quando questionado a esclarecer as medidas do PSD. Veja-se o que diz Catroga sobre os trabalhadores do Estado (levando a pensar que o PSD tem, de facto, um programa oculto que não pode trazer à luz do dia):
• Regime de rescisões voluntárias na Função Pública? Catroga: “a definir”.
• Pacote para as indemnizações aos trabalhadores do Estado? Catroga: “em moldes a definir”.
• Como financiar o pacote de indemnizações aos trabalhadores do Estado? Catroga: “Não temos o modelo estudado. É preciso estudar.”
• Que acontece aos trabalhadores dos serviços do Estado extintos? Catroga: “Isto tem de ser resolvido com cabeça.”
• Mobilidade interna no Estado? Catroga: “Tem de se definir um sistema”.
• Se os trabalhadores não aceitarem lugares em serviços longe da sua área de residência, ficam a ganhar menos? Catroga: “Não sei. Neste momento não nos debruçámos sobre a legislação que existe.”
• Como avalia os trabalhadores do Estado? Catroga: “Há muitas dessas pessoas que são muito válidas.”
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segunda-feira, 9 de maio de 2011
quinta-feira, 5 de maio de 2011
Dívidas europeias
Falar a verdade é dizer a verdade toda. Falar da dívida de Portugal sem
falar da dívida dos outros países e contextualizar é esconder a árvore com a
floresta.
Veja-se a Dívida em percentagem do PIB. Se Portugal tem 82% do PIB, vejamos
alguns outros países europeus:
Bélgica, 98,6
Itália 118,9
França 83
Irlanda 97,4
Grécia 140
Itália 119
Reino Unido 78
Alemanha 76
falar da dívida dos outros países e contextualizar é esconder a árvore com a
floresta.
Veja-se a Dívida em percentagem do PIB. Se Portugal tem 82% do PIB, vejamos
alguns outros países europeus:
Bélgica, 98,6
Itália 118,9
França 83
Irlanda 97,4
Grécia 140
Itália 119
Reino Unido 78
Alemanha 76
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terça-feira, 3 de maio de 2011
segunda-feira, 2 de maio de 2011
PS, 27,33 - PCP, 18,80
A menor diferença entre o PS e o PCP dá-se em 1979. Nesse ano, o PS obtém 27,33 e o PCP, integrado na APU, Aliança Povo Unido, obtém 18,80, não chegado a nove pontos a diferença entre as duas forças políticas.
A força eleitoral do PCP ao longo dos anos, sozinho ou em coligações
1975 PCP 12,46
1976 PCP 14,35
1979 APU 18,80
1980 APU 16,75
1983 APU – 18,07
1985 APU – 15,49
1987 – CDU 12,14
1991 – CDU 8,80
1995 – CDU 8,57
1999 – CDU 8,99
2002 – CDU 6,94
2005 – CDU 7,54
2009 – CDU 7,86
Note-se que, em 2009, o PCP (7,86) e o BE (9,81) somados totalizam 17,67, abaixo dos valores que o PCP obteve em 1979 e 1983.
1976 PCP 14,35
1979 APU 18,80
1980 APU 16,75
1983 APU – 18,07
1985 APU – 15,49
1987 – CDU 12,14
1991 – CDU 8,80
1995 – CDU 8,57
1999 – CDU 8,99
2002 – CDU 6,94
2005 – CDU 7,54
2009 – CDU 7,86
Note-se que, em 2009, o PCP (7,86) e o BE (9,81) somados totalizam 17,67, abaixo dos valores que o PCP obteve em 1979 e 1983.
1976: PSD 24% - CDS, 16%
FALA-SE MUITO NA AD MAS A AD FOI O PRINCÍPIO DO DECLINIO DO CDS: o melhor resultado do CDS foi antes do aparecimento da AD. Em 1976, verificou-se a menor diferença entre os dois partidos de Direita:
PSD 24,35
CDS 15,98
(Comissão Nacional de Eleições)
PSD 24,35
CDS 15,98
(Comissão Nacional de Eleições)
O «Fartar Vilanagem» e a lata de Catroga, por Paulo Barata
O texto que se segue é da autoria de Paulo Barata
Catroga qdo foi para o governo era um quadro relevante no Grupo Mello. O tal da Brisa e das PPP. Destacou-se então como um dos maiores privatizadores dos governos de Cavaco Silva: foi nesse período que o BPA (Banco Português do Atlântico...) foi entregue ao BCP.
Actualmente está reformado com uma reforma de € 9.700 mas continua a ser presidente da empresa Sapec (Mello), administrador não-executivo da Nutrinveste e do Banco Finantia e membro do Conselho Geral e de Supervisão da EDP.
Como pano de fundo, temos uma reformado milionário que representa o maior beneficiário das PPP. Para "fartar de vilanagem" não está mal.
Mas melhora. Catroga veio propor que se aumente os impostos sobre o consumo e baixe o IRC e a taxa social única. Ora, o que isto quer dizer é que os trabalhadores pagam mais impostos (IRS e IVA) enquanto que o capital acumula lucros (IRC e TSU). Portanto, há uma redistribuição da riqueza mas ao contrário, e por último com a diminuição da TSU, segurança social fica com menos dinheiro e assim ficam em perigo os reformas dos trabalhadores.
Olha que para fartar de vilanagem está muito bem.Ver mais
Catroga qdo foi para o governo era um quadro relevante no Grupo Mello. O tal da Brisa e das PPP. Destacou-se então como um dos maiores privatizadores dos governos de Cavaco Silva: foi nesse período que o BPA (Banco Português do Atlântico...) foi entregue ao BCP.
Actualmente está reformado com uma reforma de € 9.700 mas continua a ser presidente da empresa Sapec (Mello), administrador não-executivo da Nutrinveste e do Banco Finantia e membro do Conselho Geral e de Supervisão da EDP.
Como pano de fundo, temos uma reformado milionário que representa o maior beneficiário das PPP. Para "fartar de vilanagem" não está mal.
Mas melhora. Catroga veio propor que se aumente os impostos sobre o consumo e baixe o IRC e a taxa social única. Ora, o que isto quer dizer é que os trabalhadores pagam mais impostos (IRS e IVA) enquanto que o capital acumula lucros (IRC e TSU). Portanto, há uma redistribuição da riqueza mas ao contrário, e por último com a diminuição da TSU, segurança social fica com menos dinheiro e assim ficam em perigo os reformas dos trabalhadores.
Olha que para fartar de vilanagem está muito bem.Ver mais
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A lata de Catroga
domingo, 1 de maio de 2011
Carta de um jornalista da TSF aos finlandeses
Carta aberta ao Povo Finlandês.
Encontrei por bem contar aqui os pormenores de uma história que, por muito que pareça pertencer ao passado, tão facilmente nos lembra a todos das travessuras partidas de que a História é capaz de pregar. E por muito incompreensível que possa parecer, as travessuras e partidas que a História às vezes prega, surpreendem em especial aqueles com a memória mais curta. O local foi Lisboa, e o ano, 1940, mais concretamente o trigésimo nono dia após o final da primeira e heróica guerra combatida pelo perseverante povo Finlandês contra a tentativa estrangeira de apagar a vossa pequena nação do mapa dos países livres e independentes da Europa. A Guerra do Inverno na qual a Finlândia contrariamente ao que todos julgavam poder ser possível derrotou o bolchevismo o imperialismo Russo, teve na altura um impacto muito maior do que o que julga hoje a maior parte dos finlandeses. Os gritos de sofrimento e os horrores da primeira guerra Russo-Finlandesa e os terríveis sacrifícios impostos ao vosso pequeno país, comoveu e tocou o coração do povo Português no outro longínquo canto deste velho continente chamado Europa. Talvez fosse por causa de um sentimento de irmandade, ou mesmo de identificação com os sacrifícios para que uma outra nação pequena e periférica acabava de ser atirada...mas a ânsia de ajudar a Finlândia rapidamente emergiu entre os portugueses, tão orgulhosos que são hoje quanto orgulhosos eram então dos valores da independência e da nacionalidade. A nação europeia com as fronteiras mais estáveis e com a paz mais duradoura de todas, não podia permitir-se, e não permitiu, permanecer no conforto da passividade de nada fazer relativamente ao destino para o qual a Finlândia tinha sido atirada, confrontada que esta estava com o perigo iminente de se tornar em apenas mais uma província Estalinista. Portugal era na altura um país encruzilhado, submergido em pobreza e constrangido por uma ditadura cruel e fascista. Os Portugueses eram nesses tempos quase todos invariavelmente pobres, analfabetos, oprimidos e infelizes, mas também trabalhadores, honestos, orgulhosos, unidos e cheios de compaixão, mobilizados em solidariedade para oferecerem o que de mais pequenino conseguiram repescar para ajudarem o necessitado e desesperado povo Finlandês. Em cidades e vilas e aldeias de Portugal, agricultores, operários e estudantes, pais e mães, que aos milhões talvez possuíssem não mais do que apenas 3 mudas de roupa, ofereceram os para si mais modestos e preciosos bens que, mal grado a penúria, conseguiram prescrever como dispensáveis: cobertores, casacos,
sapatos e casacões, e para os mais felizardos sacos de trigo e quilos de arroz cultivados à mão nas lezírias e terras baixas dos rios portugueses. As ofertas foram recolhidas por escolas e igrejas do norte e do sul, e embarcadas para Helsínquia com a autorização prévia da Alemanha Nazi e Aliados. Num extraordinário gesto de gratidão, o Sr. George Winekelmann, que era o então representante diplomático da Finlândia em Lisboa e Madrid, publicou um apontamento na primeira página do prestigioso jornal “Diário de Noticias” para agradecer ao povo Português a ajuda e assistência prestadas à Finlândia no mais difícil de todos os inconsoláveis tempos. O bem-haja a Portugal foi publicado no vigésimo primeiro dia de Abril de 1940, há quase exactamente 70 anos neste dia presente que corre, e descreve que “Na impossibilidade de responder directamente a cada um dos inumeráveis testemunhos de simpatia e de solidariedade que tive a felicidade de receber nestes últimos meses, e que constituíram imensa consolação e reconforto moral e material para o meu país, que foi objecto de tão dolorosas provações, dirijo-me à Nação Portuguesa, para lhe apresentar os meus profundos e comovidos agradecimentos. Nunca o povo finlandês esquecerá a nobreza de tal atitude. Estou certo de que os laços entre
Portugal e Finlândia se tornaram mais estreitos e que sobreviverão ao cataclismo do qual foi o meu país inocente vítima, contribuindo assim para atenuar as consequências de tão injustificada agressão”. Em virtude de um outro esforço de ajuda à Finlândia organizado por estudantes Portugueses, o Sr. George Winekelmann mais uma vez voltou à primeira página do mesmo jornal para, numa nota escrita no dia 16 de Julho de 1940, expressar o seu imenso agradecimento: “O Sr. George Wineckelmann, ministro da Finlândia, esteve ontem no Ministério da Educação Nacional (…) a agradecer o interesse que lhe mereceram as crianças do seu país por ocasião do conflito com a Rússia (…) e o seu reconhecimento pela importante dádiva com que os estudantes portugueses socorreram os pequeninos da Finlândia”.Por irónico que seja, o nacionalismo e as formas pelas quais alguns Europeus escolhem para o expressar nos dias presentes, estão em completo contraste com o valor do conceito de Nação expresso há 70 anos por um país bem mais velho, e por um povo bem menos rico e bem mais analfabeto, quando confrontado com a luta pela sobrevivência de uma nação irmã, que é bem mais rica, bem mais instruída e….bem mais jovem. Todos devemos ao passado a honra de não esquecer os feitos e triunfos daqueles que já não vivem. O conceito de verdadeiro nacionalismo não pode jamais ficar dissociado do dever de honrarmos
o passado. Ao cabo de 870 anos de História, por vezes com feitos tremendos e ainda maiores descobertas, um dos sucessos de Portugal como nação tem sido a capacidade de o seu povo unido e homogéneo, olhar serenamente de mãos dadas para lá do horizonte da sua terra, sem nunca ter medo dos desafios desconhecidos dos sete mares em frente, sem nunca fechar a ninguém as portas hospitaleiras e da amizade, e sem nunca fugir dos contratempos que possam defrontar-se-lhe na senda do seu destino. Por mais irónico que seja, algo não parece bater certo quando a condição a que chegou a economia de um Estado de uma pequena nação, por maneira curiosa se torna talvez decisiva nas escolhas eleitorais tomadas por um povo de uma outra e ainda mais pequena nação, no outro canto tão longínquo da Europa. Por mais que merecida ou desejável que possa ser, a recusa de auxiliar e ajudar uma nação dorida e testada pelos ventos de um cataclismo financeiro não é provavelmente o passo mais sábio de países unidos por espírito e orgulhosos de honrarem os verdadeiros intrínsecos valores de solidariedade e mútua amizade, em especial quando atormentados por adversidade e ventanias de crise. Por mais corrupta que a sua elite se comporte, por mais desgovernado que o seu país ande, e por mais caloteiro que o seu Estado seja, os homens e mulheres comuns de Portugal, filhos e filhas e netos e netas daqueles que viviam há 70 anos atrás, sentem-se e são os reféns e vítimas inocentes de uma Guerra financeira que viram ser-lhes declarada contra os seus bolsos e carteiras, e que ameaça as suas honestas e modestas poupanças. Mas não obstante confrontados nos agora tempos de hoje, em aparente insolvência e nas mais sozinhas de todas as suas horas, com o desespero e adversidade, eu estou confiante e seguro de que os Portugueses de hoje, mães e pais, agricultores, trabalhadores, padres e estudantes, e até mesmo crianças, de lés a lés naquele país se elevariam da consciência, a fim de mostrar os seus mais sinceros e genuínos sentimentos de nacionalismo e humildade para ajudarem e confortarem a Finlândia e o povo finlandês, se alguma outra vez cataclismo ou desastre batesse à porta da Finlândia e iluminasse a ideia obscura da extinção da heróica nação Finlandesa, tal como aconteceu há sete décadas passadas. Todos nós podemos aprender com as pequenas e genuínas lições dos tempos que lá vão.
Hélder Fernandes
Correspondente da TSF
Encontrei por bem contar aqui os pormenores de uma história que, por muito que pareça pertencer ao passado, tão facilmente nos lembra a todos das travessuras partidas de que a História é capaz de pregar. E por muito incompreensível que possa parecer, as travessuras e partidas que a História às vezes prega, surpreendem em especial aqueles com a memória mais curta. O local foi Lisboa, e o ano, 1940, mais concretamente o trigésimo nono dia após o final da primeira e heróica guerra combatida pelo perseverante povo Finlandês contra a tentativa estrangeira de apagar a vossa pequena nação do mapa dos países livres e independentes da Europa. A Guerra do Inverno na qual a Finlândia contrariamente ao que todos julgavam poder ser possível derrotou o bolchevismo o imperialismo Russo, teve na altura um impacto muito maior do que o que julga hoje a maior parte dos finlandeses. Os gritos de sofrimento e os horrores da primeira guerra Russo-Finlandesa e os terríveis sacrifícios impostos ao vosso pequeno país, comoveu e tocou o coração do povo Português no outro longínquo canto deste velho continente chamado Europa. Talvez fosse por causa de um sentimento de irmandade, ou mesmo de identificação com os sacrifícios para que uma outra nação pequena e periférica acabava de ser atirada...mas a ânsia de ajudar a Finlândia rapidamente emergiu entre os portugueses, tão orgulhosos que são hoje quanto orgulhosos eram então dos valores da independência e da nacionalidade. A nação europeia com as fronteiras mais estáveis e com a paz mais duradoura de todas, não podia permitir-se, e não permitiu, permanecer no conforto da passividade de nada fazer relativamente ao destino para o qual a Finlândia tinha sido atirada, confrontada que esta estava com o perigo iminente de se tornar em apenas mais uma província Estalinista. Portugal era na altura um país encruzilhado, submergido em pobreza e constrangido por uma ditadura cruel e fascista. Os Portugueses eram nesses tempos quase todos invariavelmente pobres, analfabetos, oprimidos e infelizes, mas também trabalhadores, honestos, orgulhosos, unidos e cheios de compaixão, mobilizados em solidariedade para oferecerem o que de mais pequenino conseguiram repescar para ajudarem o necessitado e desesperado povo Finlandês. Em cidades e vilas e aldeias de Portugal, agricultores, operários e estudantes, pais e mães, que aos milhões talvez possuíssem não mais do que apenas 3 mudas de roupa, ofereceram os para si mais modestos e preciosos bens que, mal grado a penúria, conseguiram prescrever como dispensáveis: cobertores, casacos,
sapatos e casacões, e para os mais felizardos sacos de trigo e quilos de arroz cultivados à mão nas lezírias e terras baixas dos rios portugueses. As ofertas foram recolhidas por escolas e igrejas do norte e do sul, e embarcadas para Helsínquia com a autorização prévia da Alemanha Nazi e Aliados. Num extraordinário gesto de gratidão, o Sr. George Winekelmann, que era o então representante diplomático da Finlândia em Lisboa e Madrid, publicou um apontamento na primeira página do prestigioso jornal “Diário de Noticias” para agradecer ao povo Português a ajuda e assistência prestadas à Finlândia no mais difícil de todos os inconsoláveis tempos. O bem-haja a Portugal foi publicado no vigésimo primeiro dia de Abril de 1940, há quase exactamente 70 anos neste dia presente que corre, e descreve que “Na impossibilidade de responder directamente a cada um dos inumeráveis testemunhos de simpatia e de solidariedade que tive a felicidade de receber nestes últimos meses, e que constituíram imensa consolação e reconforto moral e material para o meu país, que foi objecto de tão dolorosas provações, dirijo-me à Nação Portuguesa, para lhe apresentar os meus profundos e comovidos agradecimentos. Nunca o povo finlandês esquecerá a nobreza de tal atitude. Estou certo de que os laços entre
Portugal e Finlândia se tornaram mais estreitos e que sobreviverão ao cataclismo do qual foi o meu país inocente vítima, contribuindo assim para atenuar as consequências de tão injustificada agressão”. Em virtude de um outro esforço de ajuda à Finlândia organizado por estudantes Portugueses, o Sr. George Winekelmann mais uma vez voltou à primeira página do mesmo jornal para, numa nota escrita no dia 16 de Julho de 1940, expressar o seu imenso agradecimento: “O Sr. George Wineckelmann, ministro da Finlândia, esteve ontem no Ministério da Educação Nacional (…) a agradecer o interesse que lhe mereceram as crianças do seu país por ocasião do conflito com a Rússia (…) e o seu reconhecimento pela importante dádiva com que os estudantes portugueses socorreram os pequeninos da Finlândia”.Por irónico que seja, o nacionalismo e as formas pelas quais alguns Europeus escolhem para o expressar nos dias presentes, estão em completo contraste com o valor do conceito de Nação expresso há 70 anos por um país bem mais velho, e por um povo bem menos rico e bem mais analfabeto, quando confrontado com a luta pela sobrevivência de uma nação irmã, que é bem mais rica, bem mais instruída e….bem mais jovem. Todos devemos ao passado a honra de não esquecer os feitos e triunfos daqueles que já não vivem. O conceito de verdadeiro nacionalismo não pode jamais ficar dissociado do dever de honrarmos
o passado. Ao cabo de 870 anos de História, por vezes com feitos tremendos e ainda maiores descobertas, um dos sucessos de Portugal como nação tem sido a capacidade de o seu povo unido e homogéneo, olhar serenamente de mãos dadas para lá do horizonte da sua terra, sem nunca ter medo dos desafios desconhecidos dos sete mares em frente, sem nunca fechar a ninguém as portas hospitaleiras e da amizade, e sem nunca fugir dos contratempos que possam defrontar-se-lhe na senda do seu destino. Por mais irónico que seja, algo não parece bater certo quando a condição a que chegou a economia de um Estado de uma pequena nação, por maneira curiosa se torna talvez decisiva nas escolhas eleitorais tomadas por um povo de uma outra e ainda mais pequena nação, no outro canto tão longínquo da Europa. Por mais que merecida ou desejável que possa ser, a recusa de auxiliar e ajudar uma nação dorida e testada pelos ventos de um cataclismo financeiro não é provavelmente o passo mais sábio de países unidos por espírito e orgulhosos de honrarem os verdadeiros intrínsecos valores de solidariedade e mútua amizade, em especial quando atormentados por adversidade e ventanias de crise. Por mais corrupta que a sua elite se comporte, por mais desgovernado que o seu país ande, e por mais caloteiro que o seu Estado seja, os homens e mulheres comuns de Portugal, filhos e filhas e netos e netas daqueles que viviam há 70 anos atrás, sentem-se e são os reféns e vítimas inocentes de uma Guerra financeira que viram ser-lhes declarada contra os seus bolsos e carteiras, e que ameaça as suas honestas e modestas poupanças. Mas não obstante confrontados nos agora tempos de hoje, em aparente insolvência e nas mais sozinhas de todas as suas horas, com o desespero e adversidade, eu estou confiante e seguro de que os Portugueses de hoje, mães e pais, agricultores, trabalhadores, padres e estudantes, e até mesmo crianças, de lés a lés naquele país se elevariam da consciência, a fim de mostrar os seus mais sinceros e genuínos sentimentos de nacionalismo e humildade para ajudarem e confortarem a Finlândia e o povo finlandês, se alguma outra vez cataclismo ou desastre batesse à porta da Finlândia e iluminasse a ideia obscura da extinção da heróica nação Finlandesa, tal como aconteceu há sete décadas passadas. Todos nós podemos aprender com as pequenas e genuínas lições dos tempos que lá vão.
Hélder Fernandes
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